Capítulo 31

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Algumas coisas que acontecem em nossa vida não podem ser explicadas. Algumas vem como consequências de nossos atos, outras como forma de aprendizagem. Todavia, não muda o fato de que a vida é como uma enorme e longa, montanha russa. As vezes estamos tão inertes a ela que não percebemos que depois de uma longa volta de cabeça para baixo temos que descê-la.

O estômago embrulha, o medo e a adrenalina aparecem mais nunca vem de uma forma boa. Igual - natureza, se desmatamos temos muito calor e depois a consequência é uma tempestade.

Não importa quanto a gente tente ter uma vida sem problemas ou toda de paz, isso é algo que não existe e ninguém é tão sortudo a esse ponto ainda. Mais Jungkook gostaria de pelo menos um dia ter o coração em paz e não repleto de dor ou angústia.

Seus olhos estavam perdidos.

Olheiras profundas, totalmente inerte do que acontecia em sua volta. Fixado somente nas nuvens, indo e vindo. Igual suas lembranças.





Lembranças.



O grito de sua garganta foi alto. O pânico, a adrenalina saindo de seu corpo, a quentura do sangue que bateu de uma vez em seu rosto.

Num movimento rápido suas mãos começaram esfregavar com força na própria pele. Tentando tirar o sangue de si. O coração batendo em um ritmo surreal, as dores espalhadas pelo seu corpo, a cabeça girando como nunca e o estômago lhe dando ânsia de vômito. O desespero nele, o pavor, estavam espalhados dentro de si.

Taehyung jogou a arma do outro lado da sala e aproximou com cuidado, segurando suas mãos. Na mesma hora Jungkook gritou alto outra vez, tentando se soltar.

— Sai! Sai! Sai! Me solta! — berrava, se contorcendo. Não aguento sentir naquele momento o toque de Taehyung. — Sai de perto de mim! Sai!

A voz forte, porém um tanto fraca. Seu rosto banhado de lágrimas grossas, caindo sem parar e seu corpo trêmulo, Taehyung o olhou inexpressivo por um momento.

O pobre Jeon estava esfregando tão forte sua pele que estava ainda mais vermelha. Seu corpo estava tremendo tanto e os gritos? Eram de pânico e dor, até mesmo piores de quando seu pai morreu.

Jungkook estava tendo uma crise, mais com razão. Quase tinha sido morto. Céus, naquele momento Taehyung sentiu algo que nunca tinha sentindo, remorso.

Remorso de ter deixado Jungkook sozinho. De não estar ali com ele. De ter aceitado aquela ideia sem pé e cabimento de tentarem algo juntos. Mais seu coração estava tanto lhe dizendo que não era para deixá-lo ir.

Soltando um suspiro, Taehyung o abraçou como nunca, forte e acolhedor. Deixando seu rosto contra seu peito. Não se importando com os gritos e as falas que estavam deixando algumas certas pontadas em seu coração.

Apenas o abraçou o mais forte que podia, deixando que gritasse e chorasse a vontade.

Sa-Sai... por favor...

— Shiu... Eu estou aqui, amore mio. Não vou deixar nada acontecer com você...


Manhã seguinte.



A forma que Paolo segurou as lágrimas enquanto Yuqi era velada, mostrou o quão forte um homem poderia ser perante sua família. A forma que um pai nunca demonstra a dor diante de seus filhos, que se faz forte mesmo quando totalmente está quebrado e destruído por dentro.

Jungkook nunca esqueceria aquela cena.

Matteo depois de uma conversa com Taehyung e o pai, entendeu que sua mãe não iria voltar mais. Que sua missão agora era nos céus e que era a vez de Matteo se manter forte e seguir seu caminho.

Cosa Nostra • TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora