Capítulo I - Conhecimento

49 6 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Até a natureza tinha noção do perigo que emanava daquele ser. O vento pareceu aquietar-se quando ele chegou, engolindo o som das folhas das árvores batendo umas nas outras, os animais noturnos se esconderam em suas tocas e os grilos, cigarras e pássaros silenciaram sua melodia harmoniosa.  

Muzan Kibutsuji fitou a mansão abandonada no meio dos escombros do que um dia foi uma vila minúscula, o nariz retorcendo de repulsa pela escolha de seu subordinado. Ora, criaturas no topo como eles não precisavam se abrigar em espeluncas como aquela, tinham o poder suficiente para nadar no luxo. Era por esse e outros motivos que seus servos eram convocados em sua própria morada, Muzan não precisava ir até eles. Mas as circunstâncias atuais o obrigava a fazer uma visitinha particular. 

Com meio pensamento, surgiu na sala principal da mansão empoeirada e mofada, outrora embebida em puro esplendor. Um lustre iluminava os móveis velhos feitos da melhor matéria prima daquele tempo. Parado próximo da estante recheada de livros, estava aquele pelo qual Muzan havia ido ali. 

Sem dúvidas… Mesmo com o passar dos séculos, ainda era a imagem cuspida dele. Entretanto, o seu interior era completamente diferente, era escuro, ambicioso e forjado em raiva, foi o que levou Muzan a escolhê-lo para beber de seu sangue. Esse era o potencial de Kokushibo, seu mais leal e habilidoso subordinado. O primeiro de suas Luas. 

Como sempre, Kokushibo vestia seu haori por cima do kimono escuro, o cabelo longo, encorpado e com pontas de um rubro queimado estavam arrumados em um grande rabo de cavalo. A lâmina criada de sua própria carne permanecia embainhada na cintura, pronta para ceifar a vida de qualquer coisa. O rosto estava oculto por um livro, entretanto, Muzan sabia muito bem dos detalhes. Os seis olhos vermelhos e amarelos, a maldita marca dos caçadores em sua testa e mandíbula, além do nariz e boca, a única coisa "comum" de sua cara intimidadora para qualquer um, menos para seu criador.

-Mestre - Kokushibo pronunciou abaixando o livro, a voz grave e encorpada não mais que um murmúrio - A que devo a honra? 

Os olhos vermelhos gatunos de Muzan brilharam de deleite ao ver o subordinado se ajoelhar perante a si. 

-Tenho uma missão de suma importância para você - pronunciou com monotonia, a voz de veludo de Muzan contrastando com a do ex-Hashira - Diga-me Kokushibo, já ouviu falar da família Claverr

-Não, mestre - negou, ficando em

-É uma família de botânicos e curandeiros estrangeiros, muito famosa pelos arredores. Recentemente, a penúltima integrante veio a falecer de forma lastimável - fez uma pausa, a língua passando pelos caninos afiados - Humanos… Tão fracos mesmo tendo potencial… Bem, o que importa é que resta apenas uma Claverr viva e seu conhecimento é de meu interesse. Quero que traga tudo da inteligência daquela família para mim, seja anotações, experimentos ou mesmo o cérebro dissecado da garota humana. 

Lírio Azul Onde histórias criam vida. Descubra agora