Capítulo VII - Igual Contra Igual

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Kokushibo havia deixado Adara caçar sozinha naquela noite, era a primeira vez nos três meses de convivência que o mesmo deu esse voto de confiança para ela. Segundo ele, Adara estava quase pronta para não se matar enquanto caçava sua comida.

Mas veja bem... A culpa não era dela se toda vez que ela foi caçar se deparou com um caçador de Oni. Isso era detalhe, afinal, soube lidar com todos. É claro que para Kokushibo isso não era suficiente, ainda mais com os treinos pesados que vinha tendo.

Fez ótimos avanços ao longo das semanas, Adara aprendeu autodefesa, a lutar com punhos, nichirins, punhais e kunais, sua flexibilidade aumentou consideravelmente, também tinha muito mais fôlego e os sentidos estavam mais aguçados graças a técnica de Concentração Total que o Lua Superior 1 a forçou a dominar logo no primeiro mês de treino. Derrotou várias vezes Tyuru e quase fez Kokushibo transpirar quando ele desafiou Adara para um combate.

No entanto, o maior orgulho de Adara era seu kekkijutsu, descoberto por acidente em uma noite no laboratório há um mês. A Oni se encontrava furiosa consigo mesma depois de mestre Muzan tê-la visitado para verificar seu avanço com a criação do Lírio Aranha Azul e encontrado apenas mudas murchas, que não vingaram de jeito nenhum, nem com os cuidados mais minuciosos. A fúria era tanta, que vinhas dos mais diferentes tamanhos brotaram com violência do chão, destruindo o laboratório inteiro com suas chicotadas mortais.

As vinhas possuíam formatos únicos, algumas com flores brancas, outras com espinhos venenosos e outras com filamentos delgados escorregadios. Demorou um tempo até Adara aprender a controlá-las com a mente e fazê-las brotar do chão a partir de sua vontade, Kokushibo e os treinos foram vitais para o sucesso.

Quanto a relação entre a Oni de olhos esmeralda e o Lua Superior 1, digamos que avançava lentamente. Uma hora os dois se viam compartilhando longas e agradáveis conversas sobre os treinos, as pesquisas de Adara e o dia-a-dia, outrora trocavam farpas e Kokushibo lhe tratava com uma indiferença de gelar qualquer espinha. Era confuso, mas os dois aprendiam aos poucos a desfrutar cada vez mais da companhia do outro. À sua maneira excêntrica, é claro. Assim como um se apegava ao outro devagarinho, ao ponto de instintivamente se procurarem pela mansão assim que anoitecia.

Tyuru foi o primeiro a notar esse detalhe e fazia questão de criar piadinhas sobre o assunto para fazer Adara corar. Se tornou seu passatempo favorito.

O bosque passava como um borrão ao redor de Adara. Seus instintos de Oni estavam aguçados e famintos conforme ela corria, procurando por uma caça perto da mansão.

O cheiro adocicado de sangue humano apareceu próximo da vila habitada a alguns quilômetros da aldeia abandonada onde morava. Se camuflando entre as árvores, a Oni se aproximou da primeira casa iluminada por dentro pela luz de velas, havia alguns animais agrícolas pastando no quintal. Fumaça saía da pequena chaminé, um cheiro gostoso de comida impregnava o ambiente.

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