Primeiro estágio: Negação

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Manjirou's Pov On

Acordei com o som irritante do despertador no meu ouvido. Sentei-me na cama, bocejei, tentei lembrar meu nome e o motivo de ter acordado. Quando lembrei, coloquei os pés no chão e andei lentamente até a porta do meu quarto, rapidamente caminhando até o banheiro. Fechei a porta, fiz minhas higienes matinais, e lavei o rosto na pia. Saio do banheiro e desço até a cozinha, esperando que alguma boa alma tenha feito algo para comer.

Infelizmente, a única boa alma que está aqui na cozinha é o Kenzinho e a Emma. Sinceramente, acho que, se eles continuarem assim, terei que desovar alguns corpos no rio. Fiquei parado na escada enquanto via o casal feliz conversando na bancada da cozinha enquanto tomavam café juntos. Até onde eu sabia, isso é proibido por lei, ilegal, mas parece que tá liberado...a tortura. Soltei um gemido cansado e andei até a geladeira pra ver se tem alguma coisa que me agrade mais que essa visão, não deve ser difícil.

— "Bom dia, Mikey!" — Emma cumprimentou-me animada.

— "Dia." — respondi à ela com a rotineira voz rouca de quem acabara de acordar.

— "Você tá melhor? Emma me disse que você ficou enjoado ontem." — Kenzinho perguntou com seu tom curioso. Agradeci por estar de costas para ele, afinal, revirei os olhos tão forte que aposto que fiquei igual aquelas bonecas antigas estragadas.

— "Sim, estou melhor sim." — mentira. Eu, pessoalmente, estou péssimo.

— "Não parece."

— "Então perguntou pra quê?" — disse sarcástico enquanto pegava um suco e o jogava na bancada ao lado da geladeira.

— "Tá de TPM?" — Emma provocou rindo com deboche — "Fiz panquecas, quer?"

Murmurei algo como resposta negativa, sem paciência hoje. Logo depois, estiquei meu braço para pegar um copo no armário, coloquei-o na bancada e abri a garrafa de suco, mas, quando fui despejar o líquido, não saiu absolutamente nem uma mísera gota.

— "Acabou essa merda?!" — xinguei jogando a garrafa no lixo.

— "Puts, verdade! Tenho que ir comprar mais. Ah, que tal irmos juntos? Aí compramos algo pra você comer e—"

— "Cala a boca, Emma." — silabei sentindo meus olhos arderem e senti uma dor no fundo da garganta, como se tivesse algo preso.

— "O que?"

— "CALA A BOCA!" — gritei andando em passos fortes até a escada.

Subi correndo para meu quarto, bati a porta, peguei uma muda de roupas, abri a porta novamente e me tranquei no banheiro com a respiração descompassada. Deixei as roupas encima do vaso sanitário e desci lentamente pela porta, até sentar no chão, com os joelhos dobrados e os cotovelos apoiados neles. Meu corpo estava tensionado, tudo o que pude fazer foi sussurrar números aleatórios para tentar me acalmar. Nunca funcionou. Comecei a estralar os dedos, tentando sempre manter os olhos fechados. Assim como em todas as outras vezes, senti o coração acelerar, como se fosse pular pra fora do meu peito, comecei a tremer, a arfar, e a ficar com uma inquietação fora do normal. Abri meus olhos imediatamente reconhecendo a famigerada sensação de lágrimas caírem pelo meu rosto. Solucei alto, qualquer um ouviria. Tampei minha boca com minhas mãos, tentando fazer o mínimo de barulho possível. A falta de ar crescente me assustava, mas não conseguia mover um músculo ao meu favor. Juntei todas as minhas forças para levantar, tirar rapidamente a roupa, e correr para o chuveiro, sentindo as gotas quentes aquecerem minha pele. Não foi e nunca será o suficiente para me acalmar, mas ajuda a desviar a atenção para outra coisa.

Depois dessa mini crise de ansiedade, tomei um banho adequado, escovei os dentes, e vesti a roupa que separei. Saí do banheiro e calcei meus tênis antes de sair de casa, sem sequer olhar para Emma ou para Draken, está difícil até de chamá-lo de Kenzinho. De toda forma, andei até o mercado mais próximo e fui direto comprar um pequeno pacote de Taiyaki. Enquanto procurava pelo pacote que sempre compro pela prateleira, acabei notando a presença de um conhecido. Sorri pequeno e acenei.

Eu Vou te Amar como um Idiota Ama|| SankeyOnde histórias criam vida. Descubra agora