Eu Vou te Amar como um Idiota Ama|| Sankey

Todo amor tem sua Raiz

Uma vez que Draken fora visto pela janela indo embora, Mikey respirou fundo, decidido a parar com os xingamentos que saiam de seus lábios; que estão totalmente ressecados com diversos cortes causados por sua mania comunal de arrancar a pele deles; e foi até a porta, fechando-a rapidamente antes de bater de leve sua testa na madeira. Em sua mente, que é constantemente perturbada desde o dia em que se entendeu por gente, só passava-se um único pensar: ele não deveria ter feito aquilo. Falando de si próprio, Manjirou, mesmo que doa absurdamente, quer continuar sua amizade com Ken, contudo, o Ryuguji também gostaria disso? Para o vice-comandante, o Sano é seu melhor amigo e quase como sua "criança de estimação", obviamente se preocupa com ele, mas por acaso Mikey estava sendo sincero ao falar que queria continuar aquela amizade? Ambos começaram a ficar presos com esse questionamento que nunca teriam imaginado ter. Talvez, em algum momento naquele quarto, pendurado de cabeça para baixo em seu beliche ou até mesmo pintando algumas coisas naquelas paredes que outrora foram brancas, agora a tintura está levemente amarelada devido ao tempo, Mikey poderia ter pensando nisso enquanto estivesse preso nos pensamentos hipotéticos que a sombra traiçoeira de sua mente cria; mas Draken? Ele nunca realmente pensou nessa possibilidade.

Dado a tantos anos de convivência, não foi muito difícil para Haruchiyo rapidamente perceber que Manjirou poderia ter seu corpo ali, parado com a testa encostada na porta esbranquiçada, no entanto, quando aqueles olhos negros tornam-se nebulosos e desfocados, é fácil a tarefa de se dizer com certeza que o loiro saiu da realidade e se concentra apenas naquilo cuja incerteza é a única certeza que se tem nesse pensamentos, quase irônico. E foi percebendo este pequeno detalhe; detalhe este que o Akashi sempre consegue notar; que o dono dos cabelos róseos levantou-se e caminhou até o mais baixo, tocou  gentilmente seu ombro. Mikey piscou algumas vezes pelo sútil susto antes de se virar para dar de cara com Sanzu. Mesmo que soubesse que ele ainda estava ali, Sano acabou assustando-se pelo repentino toque, mas não disse nada, permaneceu quieto e mantendo o contato visual. O silêncio não importa de qualquer maneira, sempre fizeram assim, Mikey se perdia em devaneios, Sanzu se aproximava, encostava e ficavam com os olhos fixos um no outro, se tornou um hábito, desde aquele dia.