Capítulo 4

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- Se queria que eu não mexesse na geladeira era só falar, sabe. - Anita olhou de relance para a porta, meio enferrujada.

- Tem alguma ideia melhor de onde colocar a porra de uma cabeça? - a escrivã andava em círculos pelo cômodo, inquieta. - já falei com a Glória. A gente precisa se mandar, eles sabem onde a gente tá ficando e a qualquer momento alguém pode entrar aqui e dar um tiro nas nossas cabeças.

- Puta merda, por que fui me meter nessa invés de ficar em casa? - a delegada suspirou, angustiada com a situação.

- Provavelmente porque era mais perigoso ainda? - Verônica revirou os olhos, começando a jogar algumas coisas dela em uma mochila. - Melhor você arrumar suas coisas de volta.

- Nem cheguei a desarrumar, não descartei a chance de você me ludibriar e me jogar pros lobos. - Anita cruzou os braços, com uma expressão cínica no rosto.

- Escuta aqui, Anita. - a escrivã ficou de frente para a loira, o rosto borbulhando de raiva das provocações da superior. - eu não sou a porra de uma víbora que nem você, que usa as pessoas e depois descarta. Que brinca com vidas como se não se fosse nada. - Verônica deu um leve aperto no pescoço da delegada. - posso ser uma escrivãzinha de merda como você deve pensar, mas pelo menos eu tenho caráter.

A escrivã soltou a loira e se afastou, saindo do cômodo sem esperar uma resposta de Anita. Começou a pegar algumas coisas suas que estavam no banheiro, se lamentando por precisar mudar de esconderijo com a delegada a contragosto.

Anita estava perdida, por mais que tentasse manter a postura confiante de sempre. Estava incomunicável, sem saber para onde diabos iria, sem a maioria das suas coisas, e ainda acompanhada de uma pessoa que odiava mais que tudo.

A loira se jogou no sofá, aguardando alguma notícia de Verônica, já que não parecia a melhor hora para perguntar algo. Queria tanto que tudo voltasse ao normal, sem a porra dessa investigação de Verônica por cima de Mathias, com a segurança que ela tinha antes com o cargo e com a proteção da máfia...

- O que aconteceu, minha anjinha? - Sua voz estava calma como sempre fora, como se nada fosse possível de tirá-lo do sério.

A jovem loira foi solta pela mulher que a acompanhava, deixando-a sozinha na sala com o homem.

- Nada. Não quiseram conversar comigo. Me acham fresca. Acham que você me trata melhor. - A garota tinha um semblante inseguro, mas carregava uma expressão irritada, descontente.

- Claro que trato, você é muito especial. - o homem fez um gesto para a garota subir em seu colo. A loira se aproximou, hesitante, denunciando sua desconfiança.

- Mas - ele passou os dedos pelos fios claros da garota. - não é motivo para violência. Você podia ter se machucado mais. - o homem levemente grisalho observou o olho roxo da garota.

- Quem mostra indiferença é quem realmente desestabiliza os outros, Karina. Quando você crescer, vai ser sua maior arma.




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Desculpem a demora pra atualizar e afins🙏🏻 to com dificuldade pra desenvolver oq to planejando..
Se eu achar que ficou muito ruim alguma parte depois corrijo!
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Desencontros - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora