Capítulo 5

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- falta muito?

- você dormiu quase o caminho todo e ainda pegou no sono antes de saírmos, para de reclamar. - Verônica prestava atenção na estrada, tomando cuidado para não errar o trajeto.

Anita revirou os olhos, voltando a olhar pela janela do carro. Acordara com Verônica chamando seu nome, enchendo sua cabeça de informações sobre seus próximos passos.

Estavam indo para alguma cidadezinha próxima de São Paulo, em algum lugar onde ninguém pensaria em procura-las.

Por mais que a delegada não fosse a maior fã da ideia, sabia que realmente era mais seguro não estarem pela cidade. Já haviam tido todo a cautela em fazer duas corridas diferentes antes de chegar ao carro que Glória deixara para Verônica, em caso de ter alguém vigiando o antigo esconderijo das mulheres, então o plano tinha tudo para dar certo.

A loira fez uma lista mental na cabeça, considerando tudo que teriam que fazer para não serem rastreáveis.

- escrivã, e seu celular?

- tenho um descartável e chips de sobra pra trocar. Também sei o número da Glória de cor, pode ficar tranquila.

- essa situação em si não é das mais tranquilizadoras, mas não tenho muitas opções.

- ótimo, então fica quieta aí que tamo chegando. - Verônica fez um gesto debochado pela compreensão da delegada.

Poucos minutos depois, a escrivã já estava estacionando seu "carro popular que não chama atenção" em uma ruazinha. Entregou uma peruca de cabelos castanhos para a delegada, e vestiu uma de cabelos avermelhados e franja, junto com um par de óculos escuros.

- que palhaçada. - a delegada resmungou, ajeitando a peruca em sua cabeça. - enganável?

- vai servir. - Verônica se inclinou para Anita e ajeitou um fio loiro que escapava da peruca. - vamos lá.

As duas pegaram suas respectivas malas, pequenas e de mão, com nada mais que o estritamente necessário, e se dirigiram à pousada que Verônica reservara. Era uma construção térrea não muito grande, mas aconchegante.

Verônica entrou na frente e seguiu para a recepção, fazendo a delegada apertar o passo para acompanhar. No balcão encontraram uma senhorinha concentrada. lendo um livro desgastado.

- Ah, desculpem! A hora da estrela, sabem como é, não me canso de ler! - justificou, deixando o livro de lado, após a delegada pigarrear.

- Imagina, também amo ler! - a escrivã abriu um sorriso simpático (até demais) para a senhora. - Não tenho muito tempo por causa do trabalho, mas por isso viemos aqui tirar uns dias de folga, né, amor?

Verônica cutucou sutilmente a delegada pelas costas, esperando ela concordar. Anita acenou com a cabeça, sem reação pela fala da escrivã.

- Ora, que lindo casal as mocinhas formam! - a senhora começou a tagarelar, mas se interrompeu. - Ah! Vocês tem reserva? Qualquer coisa tem quarto sobrando!

- Temos sim, é no nome de Janete. - as duas observaram a senhora se voltar para a tela de um computador pouco arcaico, rolando o dedo por um mouse.

- Ah, sim, achei, queridas! - um pequeno caderno foi colocado na mesa pela idosa. - só vou precisar da assinatura de vocês e checar a identidade.

- Aqui! - Verônica repousou a carteira sobre a mesa. - Amor, você achou a sua? Lembro que não tinha achado antes de saírmos e esqueci de perguntar. - encostou a mão na testa, expressando seu falso esquecimento.

- An, não... não achei. Deve ter ficado em alguma bolsa minha, que droga. - Anita revirou os olhos e passou os dedos pelos fios falsos.

- Olha, geralmente não aceito sem carteirinha, mas vou deixar passar pra vocês! - a senhora piscou o olho para as duas, e pegou uma chave embaixo do balcão. - No corredor a direita, o número do quarto tá aí nesse chaveirinho! Qualquer coisa vou estar por aqui meninas!

- Obrigada, com licença! - Verônica puxou a mão da delegada para as duas seguirem em frente.









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Desencontros - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora