"Eu não tenho o menor interesse em você, Joo Jaekyung."
Jaekyung não sabia o que fazer, após acabar de terminar um relacionamento e ser aceito em uma renomada universidade, se envolve com Kim Dan em uma festa de fraternidade. Aqueles olhos castanhos...
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Sempre existiam momentos onde tudo mudava. Quando Dan ajeitou o uniforme do hospital universitário e pegou as pastas com os exames a serem feitos, não esperava nada além de mais um dia de trabalho comum. Impôs a si mesmo que conseguiria manter a calma até quando tivesse de encontrar Jaekyung ao final do turno. Sorriu fraco ao estar a uma das salas de exames, guardando os resultados nos envelopes certos e pensando na conversa com Daehyun. Aquilo era importante, pensar que não estaria apenas se libertando, mas também outras pessoas que estavam presas a Heesung. Guardou os exames, suspirando profundamente, não era agradável pensar na diretoria pedindo os exames daquela época. Dan havia autorizado, mesmo desconfortável. Odiava as fotos dos exames, os hematomas, todo o sangue, o olhar vazio como se fosse uma casca oca. Havia quase sido destruído, mas se convencia de que estava bem, que nada de ruim aconteceria. Era necessário expor aquela história uma última vez.
Ergueu o olhar para o relógio na parede, pensando que em breve voltaria ao apartamento, pensando no que fazer para o jantar. "O que Jaekyung gostaria de comer?" pensava, ansioso com a possibilidade de estarem juntos. Passou os dedos nas mechas castanhas, talvez fosse melhor ligar para ele.
De certa forma, era estranho que ele não tivesse ligado. Sabia que possivelmente Jaekyung se preocuparia em saber como a conversa com Daehyun tinha sido e ainda nada, nem mesmo uma mensagem. Olhou o horário, não deveria fazer ligações no meio do trabalho, ainda mais sendo as horas como interno do hospital, e saindo da sala pensava mais uma vez se poderia ir até algum lugar mais sossegado para poder ao menos enviar uma mensagem. Ao atravessar o corredor, riu baixo, recordava de antes, quando atendeu Jaekyung depois daquela festa da fraternidade. Na época, se convenceu de que o atleta não insistiria em si por muito tempo. Desviou o olhar, tentando ignorar algumas enfermeiras passando por ali. Já esperava por isso, que as pessoas tivessem piedade quando o olhassem, mas não ponderou se isso seria em larga escala. A história se espalhou novamente e com ela, a quantidade de pessoas que se perguntavam o que era verdade ou mentira. Optou por usar o outro corredor, tendo em mente ir até a recepção antes de seguir para o estacionamento, acreditando ser o melhor lugar para uma ligação rápida. Dan seguiu o longo corredor branco, estranhou a chamada dos médicos, mas pensou que não era nada grave. Afinal, o dia estava calmo e se precisassem, seria chamado. Relaxou os ombros chegando até a recepção, estranhando a movimentação repentina e as atendentes junto das enfermeiras falando seriamente e algumas internas do hospital com o olhar nos celulares, toda a atenção se voltando para Dan.
— Eu escutei o chamado, acham que vão precisar de mim? Ah, os exames dos pacientes do 301 e 305 estão prontos, felizmente o resultado não teve nenhuma alteração. — Falava ao se aproximar no balcão, mas elas ainda o olhavam em uma mistura de desconforto e piedade. — O que houve? Os novos pacientes, é algo grave? — Olhou para o lado, a diretora do hospital universitário chegou junto do som de seus saltos altos, a mulher parou na recepção, poucos metros de Dan, não escondendo o olhar preocupado. Ele teve uma sensação ruim, toda a atenção e o toque dos celulares, o toque do próprio celular. Tinha de atender, poderia ser Jaekyung, mas antes de acabar pegando o aparelho, a diretora negou.
