Capítulo 16

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Dan olhou para frente, era a primeira vez em que competiria sozinho e ainda não era uma sensação calorosa ao peito

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Dan olhou para frente, era a primeira vez em que competiria sozinho e ainda não era uma sensação calorosa ao peito. Pela manhã, listou tudo o que tinha de fazer, os últimos dias tinham sido trabalhosos, mais do que de costume. O trabalho no hospital e na biblioteca não eram demais, por vezes contemplava o silêncio e a falta do desconforto que sentia na pele no Host Club. Nunca foi bom naquilo, em entreter pessoas em uma mesa de bar, e organizando livros ou documentação médica, era o que bastava. Por dias, prometeu que pensaria se iria novamente no grupo de apoio, mas era fora do campus. Não que não existissem dentro da Yonsei, mas sabia que possuíam apenas os que não chegariam no exato ponto em que precisava de ajuda. A universidade transmitia a imagem igualitária e preocupada, no próprio hospital havia dias para terapia, mas sempre sentiu que aquilo era quase uma espionagem para saber o que estava de errado com os alunos. O grupo de apoio foi ideia de Yoongu, recordava bem da época depois da internação, quando tivera a visita dos amigos tão preocupados. Foi difícil inventar uma desculpa quando os médicos já haviam avaliado a situação quando esteve naquela cama de hospital, ou antes, na ambulância com os paramédicos olhando em pavor. Dan tentou se defender naquela noite, e não foi o bastante. Recordava daquele dia, de acordar com os amigos em torno da cama, com olhares cheios de culpa. E os médicos falando a dura verdade sobre os hematomas, sobre a violência desregulada e se fosse apenas física, talvez realmente passasse com o tempo. Mas quando todo o abuso atingiu outro nível a ponto de ter pela primeira vez pensado "Se eu não tentar, vou acabar morrendo", foi o limite.

E mesmo após a internação, Dan passou um tempo com o olhar distante, em choque. Não falava, mal comia, algo havia sido massacrado enquanto esteve com Heesung e não foi fácil para Yoongu o convencer a ir a um grupo de apoio na cidade. Odiava afirmar que era uma vítima, preferia fingir que nunca aconteceu. Mas sempre que Junhyung tentava o tocar mais intimamente, as memórias voltavam a assombrar cada parte de sua alma. Era como se todo toque fosse o do Choi, escutando os ponteiros do relógio e a voz arrastada e embargada de desejo. "Meia hora e te deixo ir". Então, preferia tocar do que ser tocado, achou que bastaria para Junhyung, e durante aquela semana se convencia de que não entraria em pânico se fosse com Jaekyung. Era uma semana até que voltasse e pensava que deveria se preparar para isso. Engoliu em seco, sabendo que Yoongu se via incerto sobre aquilo, acreditando que talvez mais cinco ou seis encontros o deixariam mais à vontade, mas o patinador já havia decidido. Dormiria com Jaekyung, como se isso provasse que as coisas poderiam mudar.

Contava os dias no calendário pendurado na parede do quarto. "Estou pensando demais nisso?" pensava, mordeu o lábio inferior pensando em como que estava fazendo disso algo coordenável quando não era. O quarto arrumado, a roupas que usaria para o receber na segunda-feira. Pensou que talvez a viagem fosse cansativa, quem sabe, poderia ir vê-lo ao anoitecer e poderiam beber alguma coisa em seu quarto. Admitiu que não queria que a primeira vez com ele fosse lá. Ao mesmo tempo em que uma parte de si dizia que tinha de ser, para superar o passado. Então, precisou de um bom tempo para ver que precisava se preparar mentalmente.

Just one Night (Jaekyung x Dan )Onde histórias criam vida. Descubra agora