Capítulo 22

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Perdeu a conta do quanto que havia lido aquela carta

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Perdeu a conta do quanto que havia lido aquela carta. Dan desviou o olhar, por dias esteve preso nos próprios pensamentos, deitado naquela cama desconfortável e sentindo o peso de estar fugindo de tudo. Encolhia-se debaixo dos lençóis, o sono cada vez pior, fora que conseguir uma posição confortável na cama era outro desafio. E sempre que se deparava com o silêncio, convencia-se de que Jaekyung estava mentindo, que tudo acabaria depois que tivessem transado. As orbes castanhas novamente admiravam a carta, as folhas colocadas uma ao lado da outra, tentando imaginar o quanto que pensou em todas as palavras. Franziu o cenho, sem chance, não poderia estar preocupado de verdade.

O primeiro dia tinha sido o pior de todos, se escondendo e pouco olhando o celular como se de alguma maneira ele poderia descobrir onde andava se escondendo. Pensou nele e em Jinsu, no que faziam juntos e se era aquele o tipo de Jaekyung. Por vezes, se olhava no espelho, passava os dedos nas mechas castanhas. "Ele tem cabelos escuros, o corte é bonito". Olhava o próprio corpo, coberto pelas roupas simples. "Ele sabe se vestir, e é alto". Era tão diferente de Jinsu, até demais. Questionava o que Jaekyung enxergou em si, o que o fazia insistir tanto assim quando o certo seria ter desistido e arranjado outra pessoa. Dan encarava o próprio corpo e via-se como inferior, como algo difícil de ser admirado. A mente repetindo que não seria diferente das outras vezes, onde mentiras eram um grande aviso para algo pior. Mordeu o lábio inferior, pensando em como gostaria de apenas pegar o celular e ligar, perguntar se era mesmo verdade, se Joo o amava ao invés de Jinsu.

Então, pensamentos negativos visitavam qualquer noção de clareza.

Heesung também mentia, assim como Junhyung, então por qual motivo seria diferente? Dan não se sentia como o tipo que as pessoas amavam. Junhyung foi um alvo de sua tola esperança, por um tempo, até concluir que o amor era dessa maneira tortuosa. Não sabia o que era ter a mão segurada em público, de alguém olhando e perguntando se deveriam parar, se estava assustado. Sentia-se um pequeno ser frágil e amedrontado sobre o que um sentimento de verdade poderia ser.

Lembrar era doloroso, sempre foi. Ainda tinha pesadelos com o toque de Heesung, acordava no meio da noite, coberto de suor e tateando a cama, murmurando "Jae?", olhando para os lados como se o moreno fosse o que o tiraria do mundo onde pesadelos sempre voltavam. "Jae..." murmurava, e lembrava da realidade cruel. "Ah... Nós terminamos". Dan detestava ter se lembrado de tantas coisas, toda vez em que os lábios se tocavam em um ósculo lento, os dedos do atleta em seus cabelos, afundando nas mechas castanhas. Sentia falta das íris escuras o fitando como uma posse, como mantinha a voz firme, sabendo o que dizer quando os ataques de pânico acabavam com uma noite possivelmente agradável. Dan quase se encolhia de tanta culpa, vislumbrando aquelas crises como mais um motivo para que Jaekyung não o amasse por muito tempo. Valia mesmo a pena alguém como ele insistir em estar ao lado de alguém como Dan, que precisava de tanta ajuda?

Os olhos marejavam, se perguntando se a carta era uma mentira. "Heesung fez isso muito bem" murmurou, pensando alto. Não conseguia confiar em ninguém, muito menos se deixar ser amado por achar que o amor era aquela onda tenebrosa de dor. Então, lia a carta, de novo e de novo, e vestia a camisa trazida por Yoongu. Era um pequeno alívio ter o perfume de Jaekyung em si mais uma vez, e como precisava disso.

Just one Night (Jaekyung x Dan )Onde histórias criam vida. Descubra agora