02

406 48 2
                                    

Capítulo novo fresquinho.
Tenham uma boa Leitura!

Tenham uma boa Leitura!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ADHARA

Solidão.

Essa única palavra definia perfeitamente o que eu tenho sentido a minha vida inteira. Desde que tenho uso da memória, eu tenho estado sozinha trancada nesse quarto, era raro eu conseguir trocar uma palavra ou outra com outro alguém.

Mal vejo ou falo com a minha própria mãe, não conheço o meu pai, não tenho nenhum amigo e as únicas pessoas que eu tenho o mínimo de contato é a criada que vem trazer as minhas refeições três vezes ao dia, e de vez em nunca, um ou outro guarda mas não trocamos nem três palavras.

Até mais ou menos os meus sete pra oito anos de idade, eu tinha alguém que cuidava de mim; ela se chamava Doris, ela foi minha babá desde meu nascimento, foi minha única companhia. Foi ela quem me ensinou a andar, me ensinou a falar, a ler e a escrever, e mesmo sem ter asas como as minhas, Doris me ensinou a sempre manter as minhas asas levantadas para que eu não as machucasse as arrastando pelo chão.

Doris era muito gentil e sempre foi muito carinhosa comigo, e eu a amava muito. Ela foi o mais próximo de uma figura materna que tive, até que de um dia para o outro, ela simplesmente desapareceu sem dizer um motivo e nunca mais a vi. Sofri muito com sua ausência, chorei durante dias sentindo sua falta, chamei o seu nome batendo na porta de ferro durante horas e horas, até que a porta se abriu mas não foi Doris quem havia entrado, era Amarantha. Minha mãe estava furiosa por causa da minha choradeira e foi naquele dia que ela me bateu pela primeira vez.

Amarantha nunca fez questão de agir como minha mãe, nunca recebi nada vindo dela, nenhum carinho ou olhar maternal, ou um abraço de conforto, absolutamente nada vindo dela. Pra falar a verdade, eu só sabia que Amarantha era a minha mãe porque Doria havia me contado quando eu tinha cinco anos, e só quando perguntei onde estava e quem era a minha mãe.

Não faço ideia de quem seja o meu pai, nunca o vi na vida e nem ao menos sei qual era o seu nome. A única coisa que eu sabia sobre ele, era que fisicamente eu me parecia com ele; exceto pela cor dos meus cabelos que eram idênticos aos de Amarantha. Sei que me pareço com meu pai, porque minha mãe sempre que está com raiva, ela jogava o fato de que eu era parecida com ele, como se isso fosse algo ruim... como se a culpa fosse minha parecer com ele.

Nunca nem sequer tive a permissão para sair desse quarto, não faço ideia do que existe fora dessas quatro paredes, nunca vejo ninguém a não ser a criada que traz minhas refeições, os guardas que ficam do lado de fora do meu quarto e de vez em quando Amarantha, isso quando ela resolve vim para me "ver", mas nunca demora mais de cinco minutos ou quando ela vem para me castigar por algo que não fiz.

Minha vida era totalmente entediante.

Sempre me pego sonhando com o dia que finalmente vou poder sair desse quarto e enfim poder ver com os meus próprios olhos o que existe lá fora. Poder saber como é um dia ensolarado ou a sensação das gotas de chuva me molhar, adoraria sentir a brisa do vento bagunçar os meus cabelos e sensação ao se chocar em minhas asas, ou poder ver a lua ou como ela junto com as estrelas adornam o céu noturno. Mas sei que esse é um sonho impossível de se realizar, Amarantha jamais vai me permitir sair daqui e jamais me permitirá viver.

Corte de Sonhos e DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora