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Um ano atrás...

– Já chegamos?

Harry apenas sorriu.

– Você é a pior pessoa pra se fazer uma surpresa.

Deixei escapar um sorriso. Ele deslizou a mão lentamente pela minha coxa.

Não era a primeira vez que meu namorado me tocava, mas o meu corpo sempre reagiria como se fosse. Estávamos juntos, oficialmente, para o desgosto de muitos aliás. Ele não precisou de muita coisa pra me conquistar, apenas o sorriso e as covinhas. O resto veio de brinde. Sua gentileza, o carisma, o romantismo... Harry era o cara perfeito.

– Agora sim – ele estacionou o carro. – Chegamos, meu príncipe.

Depois do nosso primeiro encontro, um mês atrás, tivemos muitos momentos juntos. Nenhum deles agradou meu pai ou minha madrasta. Harry deveria ter ficado apenas alguns dias na cidade, o que certamente todos pensaram que ele faria. Eu posso dizer que ele nunca teve a intenção de ir embora, mas talvez eu tenha colaborado para que ele ficasse.

Harry era solitário antes de me conhecer. Tinha saído de casa aos dezoito para viajar o mundo, tentar de alguma forma entender porque o pai havia cometido suicídio, depois de todos os momentos bons e felizes que eles tiveram juntos. Eu queria ajudá-lo, apoiá-lo.

– Onde estamos? – perguntei ao descer do veículo.

Estávamos em frente à uma loja, ou pelo menos algo que logo se tornaria uma. Estava parcialmente reformada. Harry puxou uma chave do bolso e abriu a porta de vidro. Entrei depois dele, ainda um pouco confuso.

– Que lugar é esse?

Senti seus braços me abraçarem por trás. Ele apoiou o queixo no meu ombro, sorrindo.

– Em breve, será o meu restaurante.

– Ah meu Deus! – me virei pra ele. – Tá falando sério?

Ele balançou a cabeça, o sorriso de orelha a orelha.

– Não acredito! – o abracei. – Por que não me falou nada?

Harry apoiou as mãos na minha cintura.

– Eu adoro te surpreender.

Me afastei para olhar em seus olhos. Eu precisava contar.

– Hoje à noite, convidei alguns amigos pra sair com a gente... O que você acha?

Meu coração estava a mil. Olhando fixamente para o amor da minha vida, eu me preparei.

– Harry.

Ele hesitou.

– Ah... Não foi uma idéia, não é? Desculpe, eu vou ligar para o Luke e dizer que...

– Harry! – aumentei minha voz. – Cala a boca.

Ele engoliu em seco. Segurei firmemente suas mãos.

– Eu preciso te contar uma coisa.

– Claro.

– Eu sei que isso pode ser um pouco assustador, e eu vou entender se você ficar confuso, mas... – limpei a garganta antes de prosseguir. – É que...

Peguei sua mão direita e levei até minha barriga.

– Tem um bebezinho seu dentro de mim.

Seus anéis gelados me causaram um leve arrepio. Harry piscou algumas vezes antes de me perguntar:

– Você tem certeza?

– Fiz o exame de sangue hoje de manhã. Vamos ter um bebê.

De repente, ele se ajoelhou.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora