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Dustin estacionou o carro em frente à um prédio antigo. À primeira vista, parecia um hospital, ou algum tipo de clínica.

– O que estamos fazendo aqui?

– Tem alguém que você precisa ver.

Respirei fundo para manter a calma.

– Você disse que ia me levar ao memorial da Maddie.

– E eu vou. Eu prometo.

Desci do carro e o acompanhei.

Entramos no prédio e Dustin informou algo na recepção. Depois me guiou até o último andar, para uma sala espaçosa onde encontramos um homem de meia-idade à nossa espera.

– Olá – ele disse.

– Quem é você? – perguntei.

– Não lembra de mim, Tomlinson?

– Não.

– Sente-se – ele apontou o divã.

– Eu vou esperar lá fora – Dustin avisou antes de sair.

Me sentei, encarando o homem.

– Tem café na garrafa, se quiser.

Avistei a garrafa térmica e duas xícaras, mas não falei nada.

– Eu sou o Dr.Manning, seu terapeuta.

Pausadamente, perguntei:

– O que eu estou fazendo aqui?

– Pedi que o Dustin trouxesse você aqui, porque eu acredito que esteja correndo perigo em sua casa.

Franzi o cenho.

– Como assim?

– Antes do acidente, você me contava tudo o que acontecia lá. Eu sei de coisas que ninguém mais sabe. Posso ajudá-lo a recuperar sua memória.

Era a primeira vez que alguém tentava me ajudar. Peguei a garrafa e coloquei um pouco de café na xícara.

– Eu sei que o Dustin não é meu namorado.

Manning assentiu.

– Ele não é.

Senti um alívio imenso ao ouvir aquilo. Bebi meu café para relaxar.

– Eu sonhei com um cara de cabelo cacheado.

– É o Harry.

Meu coração acelerou de repente.

– Sim! Eu lembro desse nome.

– Ele é primo do Dustin – explicou o homem.

– Então ele é o pai verdadeiro da Maddie? Foi com ele que eu sofri o acidente?

– Bem, sim e não – ele limpou a garganta. – O acidente foi com o Dustin.

– Mas por quê? Onde o Harry estava?

Dr.Manning suspirou.

– Sinto muito, Louis. Harry está morto.

Meu corpo enfraqueceu de repente e minha visão começou a ficar turva. Eu mal havia descoberto que tinha uma família, e já a havia perdido. A fraqueza me consumiu e tudo começou a escurecer.

– Dr.Manning, acho que eu não estou me sentindo bem...

Tentei me levantar, esbarrei na mesa e as xícaras colidiram contra o chão.

– Sinto muito, Louis – ouvi ele dizer. – Mas você não pode se lembrar.

Eu gritei, minha voz não saiu. Adormeci.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora