Não sei por que ela é tão assim comigo, tão superprotetora, chega até fazer chantagem emocional. Leio sua mensagem:
Mãe:
Oi, está tudo bem aí??????
Em seguida com vários emojis, eu apenas respondo com uma figurinha fofa e coloco o celular no modo silencioso — ela não me deixa respirar! Poxa mãe, é sexta-feira. Sei que ela confia na Fernanda, não há motivo para ela estar fazendo isso; não é a primeira vez que venho aqui. Isso me faz pensar se fiz algo quando era criança, e se fiz, com certeza não me lembro. As coisas chegaram ao ponto de mim nem pedir mais para sair, sabendo que a resposta será sempre um "não".
— Eu não acredito que você veio com essa blusa feia, eca. — Resmunga Izabella.
Olhei para ela, que está meio deitada na cama da Fê, mexendo no celular e fazendo-me companhia um pouco — estou fazendo hora aqui, não quero descer para aquela festa barulhenta lá embaixo. Izabella, Iza ou apenas Bella, é uma das minhas melhores amigas. Ela é o total oposto de mim e da Fernanda, sendo uma patricinha total. Se eu fosse dar um exemplo do seu estilo, seria o de Sharpay de High School Musical, mas menos extravagante. Izabella é bem bonita, branca, com cabelos castanhos ondulados na altura dos ombros, olhos da mesma cor, magra e sempre bem-arrumada. Seu rosto é fofo, um pouco bochechudo, lábios finos e um nariz pequeno inclinado para cima.
É estranho, como somos amigas sendo tão diferentes uma da outra, mas nós nos gostamos muito. E lá vai ela julgar minha roupa, olhando-me de cima a baixo com uma careta de nojo.
— Me deixa em paz, Iza. — Voltei a me olhar no espelho, mexendo no meu cabelo. Ele está longo, eu deveria cortar?
— Não posso te deixar em paz quando você está usando essa camiseta 'GG' desse zumbi asqueroso... Feio. — Olhou fixamente para o desenho da minha blusa, com uma careta de nojo evidente.
— Eu me sinto confortável. Me deixa em paz, Polly Pocket. — Fiz uma careta enquanto me olhava no espelho, sabendo que ela não veria.
Ela revirou os olhos, dando um suspiro de frustração. Ela se levantou, vindo até mim. Somos quase da mesma altura, eu sou apenas um pouco mais alta que ela. Ela foi para trás de mim, o que me deixou intrigada. Ela me abraçou por trás com seus braços finos e magros, me balançando de um lado para o outro calmamente.
— Que tal... Darmos uma olhadinha no armário da Fê... — Semicerrei os olhos, olhando-a através do espelho retangular à minha frente. — Pegar um vestido dela que sirva em você. — Seu tom estava estranhamente suave e calmo. — E eu te maquio um pouquinho, e vamos caçar alguém para te dar uns beijinhos, hein? — Ela levou as mãos até meu rosto, dando leves tapinhas em ambas as minhas bochechas gordas.
— Que tal... — Virei-me para ela lentamente. — Eu te dar um soco? — Sorri de forma hostil.
— Ai, Luiza! — Ela bateu o pé no chão, com os punhos cerrados.
De repente, a porta foi aberta com força. Fê entrou, beijando Derick, arrancando enormes sorrisos de surpresa dos nossos rostos. Ela o jogou na cama e nos olhou ofegante.
— Caiam fora. — Acenou com a mão.
Sem dizer uma palavra ou protestar, eu e Iza saímos do quarto rapidamente. Antes mesmo de fazermos alguma piada, Fê bateu à porta na nossa cara. Agora, do lado de fora do quarto, eu podia ouvir claramente a música de funk, que fazia algumas coisas da casa tremerem. Eu e Iza nós olhamos.
— Então, Larissa é corna!? — O sorriso de Iza se ampliou.
Dei de ombros, ela e Larissa não se davam bem desde o fundamental, e parece que ambas competem uma com a outra.
— Vou beber e encher o saco da Larissa. — disse Iza.
— Você vai me deixar aqui? — Resmunguei.
— Amiga, vai beber também. — Ela respondeu sem olhar para mim, enquanto descia as escadas rápidas
Um pequeno gole de álcool seria o suficiente para eu ficar totalmente bêbada — e eu com certeza não quero voltar para casa nesse estado, definitivamente não! Desço as escadas e algumas pessoas me olham. Elas parecem ser da escola ou amigos excêntricos de Fê. Ignoro os olhares e vou até a cozinha. Onde diabos a Iza foi parar? A casa da Fernanda é grande, especialmente o quintal nos fundos, que está lotado de pessoas e um DJ cuidando da música, pelo menos é o que parece. Passo por algumas pessoas até chegar à cozinha.
Decidida, abro a geladeira e peguei uma garrafa de água de Fernanda — espero que ninguém tenha adicionado álcool ali dentro. Dou um longo gole. Eu deveria ir, não me sinto bem no meio de todas essas pessoas.
— Licença, gracinha.
Dou alguns passos para o lado, saindo do caminho da entrada da geladeira. Quando me viro para encarar a pessoa que abriu a geladeira, sou surpreendida por Rafael, ou simplesmente "Rafinha", como as garotas costumam chamá-lo. Ele é uma das pessoas mais populares da escola, especialmente entre as garotas. Descrever sua personalidade sem cair em clichês é um desafio, mas ele se encaixa perfeitamente no estereótipo do "bad boy" dos livros. Pelo que observei, ele é geralmente quieto, mas tem um sorriso cativante quando não está de mau humor. Seus olhos escuros têm um ar intimidador, e suas características japonesas são notáveis, o que não é surpresa, dado seu sobrenome Tanaka. Não há um único estudante na escola que não conheça seu nome, e ele tem uma reputação infame por supostamente ter se envolvido com a esposa do diretor. No entanto, Izabella insiste que tudo não passou de boatos.
— Gracinha? — Resmunguei, segurando a garrafa d'água em mãos.
Para piorar seu charme, ele passa a mão nos cabelos curtos e lisos.
— Sim, gracinha. — Estralou a língua no céu da boca, fazendo um som. Olhou-me de cima.
Parece que nunca estive tão próxima dele antes, e nunca tinha percebido o quão alto ele é. Arriscaria dizer que ele tem mais de 1,80 de altura. Rafael abriu uma das garrafas de álcool e deu um gole, mantendo seus olhos fixos em mim. Caramba, esse cara tem mesmo um charme irresistível.
— Eu tenho um nome. — Franzi levemente o cenho.
— Mas gracinha combina com você. — Deu um sorriso leve de lado. — Rafa. — Passou rapidamente a mão na calça preta que combinava com sua jaqueta e estendeu a mão para mim depois.
— Eu sou Lu-
— Luiza, eu sei. — Ele me interrompeu.
Antes de apertar sua mão, eu a recuei e o olhei surpresa. O quê?!
— Como você sabe?! — Pergunto genuinamente surpresa.
— Sou apenas um stalker secretamente apaixonado por você. — Deu de ombros. — Só isso.
Pisquei os olhos, sua expressão sem emoção me fazia questionar se ele estava falando sério ou fazendo uma piada. Ficamos nos encarando por alguns segundos.
— É uma piada. — Ele piscou lentamente os olhos, decepcionado.
— Ah. — Foi a única coisa que saiu da minha boca.
Reprimi um sorriso, eu deveria ter percebido que era uma piada. Nós continuamos nos encarando, e ele soltou uma risada, provavelmente me achando uma idiota. Devolvi a risada sem graça, tudo estava tão constrangedor.
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𝐸𝑠𝑠𝑒 𝑒́ 𝑜 𝑚𝑒𝑢 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟 [DEGUSTAÇÃO]
Romantizm✎𝖤𝗌𝗌𝖾 𝖾́ 𝗈 𝗆𝖾𝗎 𝗉𝗋𝗈𝖿𝖾𝗌𝗌𝗈𝗋 [DISPONÍVEL NA AMAZON] Luiza, apelidada carinhosamente de Lu, é uma típica adolescente que enfrenta os desafios característicos dessa fase da vida. Ela lida com os comentários maldosos de seus colegas de...