- Capítulo oito - disse Leo - Nós capturamos uma bandeira
" Em poucos dias me acomodei em uma rotina que parecia quase normal, se descontarmos o fato de que eu tinha aulas com sátiros, ninfas e um centauro.
Todas as manhãs estudava grego antigo com Annabeth e conversávamos sobre deuses e deusas no presente, o que era um pouco estranho. Descobri que Annabeth estava certa a respeito da minha dislexia: o grego antigo
não era tão difícil de ler. "- Difícil ela estar errada - disse Grover
" Pelo menos, não mais difícil que inglês. Depois de algumas manhãs eu já conseguia ler sem muita dor de cabeça algumas linhas de Homero, tropeçando aqui e ali. "
- Você fez ele ler Homero? - perguntou Nico chocado
- É claro! Era o melhor jeito dele aprender
- Quem é Homero?
" No resto do dia eu alternava atividades ao ar livre, procurando alguma coisa em que fosse bom. Quíron tentou me ensinar arco e flecha, mas descobrimos bem depressa que eu não dava para aquilo. Ele não reclamou nem mesmo quando teve de arrancar de suas ancas uma flecha perdida. Corrida? Eu também não era bom. As instrutoras, as ninfas do bosque, me faziam comer poeira. Disseram-me para não me preocupar com isso. Tiveram séculos de prática fugindo de deuses apaixonados. Mas ainda assim era meio humilhante ser mais lento que uma árvore. "
- Tenho certeza que você é bom em outras coisas - assegurou Poseidon
Percy sorriu para o deus.
" E as lutas? Esqueça. Toda vez que ia para a esteira, Clarisse acabava comigo.
"E vem mais por aí, seu mané", murmurava ao meu ouvido.
A única coisa em que eu era mesmo excelente era canoagem, e esse não era o tipo de habilidade de herói que as pessoas esperavam do cara que venceu o Minotauro.
Sabia que os campistas mais velhos e os conselheiros me observavam, tentando concluir quem era meu pai, mas não estava sendo fácil para eles. Eu não era tão forte quanto os garotos de Ares, nem tão bom em arco e
flecha quanto os garotos de Apolo. Não tinha a perícia de Hefesto com metais ou - os deuses me livrem - o jeito de Dioniso com as vinhas."- Olha lá o jeito que você fala hein garoto - disse o deus do vinho.
" Luke me disse que eu podia ser filho de Hermes, uma espécie de pau para toda
obra, mestre nada. Mas eu tinha a sensação de que ele só estava tentando me fazer sentir melhor. Na verdade, também não sabia o que fazer comigo.
A despeito disso tudo, eu gostava do acampamento. "- Não tem como não gostar - falou Reyna - ele é incrível.
" Eu me acostumei com a neblina matinal sobre a praia, com o cheiro dos campos de morangos à tarde e até com os ruídos esquisitos dos monstros nos bosques à noite.
Eu jantava com o chalé 11, empurrava parte da minha refeição para o fogo e tentava sentir alguma conexão com meu verdadeiro pai. Não vinha nada. Apenas aquela sensação morna que eu sempre tive, a lembrança do
seu sorriso. Tentei não pensar demais na minha mãe, mas ficava matutando: se deuses e monstros eram reais, se todas aquelas coisas mágicas eram possíveis, certamente haveria algum jeito de salvá-la, de trazê-la de volta...
Comecei a entender o ressentimento de Luke e como ele parecia magoado com o pai, Hermes. Certo, talvez os deuses tivessem tarefas importantes a fazer. Mas não poderiam fazer uma visita de vez em quando, trovejar ou alguma coisa? "- Não fazem porque não querem - Annabeth fuzilou alguns deuses com o olhar.
Zeus achou o ato um absurdo, mas Héstia o mandou ficar quieto.
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Uma Nova Chance
FanficDurante uma reunião do conselho olimpiano, os deuses recebem uma carta das Parcas. Eles terão a chance de mudar o futuro, o que pode dar errado? . . . . . . . Todos os personagens pertencem a Rick Riordan. História sem fins lucrativos, apenas por di...