Visenya percorria os corredores sombrios da antiga fortaleza, outrora seu lar, observando cada detalhe que, apesar de familiar, agora parecia estranho. Os símbolos de sua casa haviam sido substituídos pelos ícones dos Sete deuses, enquanto o verde tomava o lugar do vermelho e preto que antes decoravam as paredes. Os corredores estavam repletos de memórias, algumas agradáveis, outras assombrosas, mas para Visenya, aquele lugar já não era o refúgio que costumava ser.
— Finalmente voltou para casa — uma voz ecoou atrás de Visenya enquanto ela observava um antigo quadro.
— Este lugar deixou de ser minha casa há muito tempo, Aemond — respondeu Visenya, virando-se para encarar seu tio, os olhos refletindo a intensidade de suas palavras.
— Lembre-se de onde pertence, Visenya. Nossa família, nossas raízes — disse Aemond, aproximando-se dela.
— Minhas raízes estão onde meu coração está, e isso não é mais aqui — retrucou Visenya com firmeza, pronta para partir dali.
Aemond bloqueou seu caminho, os olhos fixos nos dela e segurou seu braço.
— Visenya — Aemond chamou, interpondo-se à sua frente. — Eu sempre te amei.
— Você não entende, Aemond. O que sente é uma obsessão doentia, não amor verdadeiro. E eu nunca senti o mesmo por você — retrucou Visenya com firmeza, as palavras carregadas de repulsa. — Se pudesse, te mataria agora. E se não soltar meu braço perderá seu outro olho
A tensão entre eles era palpável, carregada de anos de ressentimento e desilusão, marcando cada palavra e gesto com um peso insuportável. Visenya partiu, deixando um Aemond furioso para trás.
Desde jovem, Aemond desenvolveu sentimentos intensos por Visenya, que foram interpretados erroneamente por ele como amor genuíno, ele só a queria porque sabia que não podia tê-la.
Visenya continuou andando, cada passo alimentando sua raiva por Aemond. Decidiu então procurar Helaena.
— Helaena — Visenya adentrou o quarto, onde Daeron também estava presente. Era evidente como Helaena se sentia mais à vontade ao lado de Daeron do que com outros membros da família.
— Vi — Daeron levantou-se da cadeira onde lia e abraçou Visenya. — Sentimos sua falta — ele disse com um sorriso caloroso.
— Os dias se tornaram mais sombrios desde que você partiu — Helaena comentou, sentada e brincando com uma aranha.
Visenya olhou com carinho para Helaena; ela ainda era a mesma doce menina de sempre, apesar de ter sofrido tanto. Visenya se aproximou e a abraçou.
— Também senti falta de vocês — respondeu, sentindo um aperto no peito.
Daeron pegou as duas crianças que estavam no chão e as levou até o sofá onde as duas estavam sentadas.
— Venham conhecer a mulher por trás de tantas histórias que vocês ouviram — Daeron disse com um sorriso.
— Este é Jahaerys, e esta é Jahaera — Helaena apresentou as duas crianças, pegando-as no colo e deixando a aranha em uma casinha. As crianças eram lindas e fofas, definitivamente puxaram à mãe.
— E este pequeno é Maelor — Daeron disse, pegando o bebê do berço.
— Você teve crianças lindas, Helaena — Visenya sorriu enquanto segurava Maelor no colo. O nome parecia ser uma homenagem ao bisavô e avô de Helaena, Baelon.
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𝕯𝖆𝖓𝖈𝖊 𝕺𝖋 𝕱𝖎𝖗𝖊 𝖆𝖓𝖉 𝕴𝖈𝖊
FanfictionEm um mundo de dragões e traições, a linhagem dos Targaryen desdobra-se em novas e inesperadas direções. Na sombra da Casa Velaryon, surge Visenya, a filha primogênita de Rhaenyra Targaryen e Laenor Velaryon - embora o sangue de Daemon Targaryen cor...