𝕯𝖆𝖓𝖈𝖊 𝕺𝖋 𝕱𝖎𝖗𝖊 𝖆𝖓𝖉 𝕴𝖈𝖊

DESPAIR

— Tome cuidado, provavelmente os verdes também estão indo atrás de fazer aliança com os Baratheon — Visenya alerta com um toque de preocupação na voz, dirigindo-se a Luke — E você também, Jace, mesmo que grande parte do norte esteja ao nosso lado, não sabemos o que esperar no caminho — Visenya continua, seus olhos refletindo uma mistura de determinação e apreensão — Voltem rápido, nós precisamos terminar aquele jogo que começamos — Ela diz com um sorriso terno, mas seus olhos denotam a gravidade da situação, antes de inclinar-se para dar um beijo na testa de cada um, seus gestos carregados de amor e preocupação, como se estivesse se despedindo não apenas por um breve momento.

(...)

Visenya estava no meio da reunião, discutindo estratégias e compartilhando os planos que ela e Cregan haviam elaborado. No entanto, algo a perturbava profundamente. Seu coração batia descompassado, uma sensação de apreensão pairava sobre ela, como se pressentisse uma tragédia iminente.

— Os Cavaleiros do norte podem encontrar os nossos na floresta do … — ela começou a dizer, mas suas palavras foram interrompidas quando avistou seu pai se aproximando, acompanhado de Cregan e Rhaenyra. As feições sombrias de Daemon fizeram Visenya tremer de medo. Ela sabia que algo terrível tinha acontecido.

— Lucerys está morto —  sussurrou Daemon. Rhaenyra virou-se lentamente, seu olhar carregado de dor, uma dor que parecia atravessar o coração de todos ali presentes. Cregan instantaneamente olhou para Visenya, preocupado com sua reação.

A princesa sentiu um nó se formar em sua garganta, segurou sua barriga com força, lutando para conter as lágrimas que ameaçavam transbordar. As vozes ao seu redor se transformaram em ecos distantes, enquanto ela se dirigia à porta, movendo-se quase por instinto, seus passos rápidos se transformando em uma corrida desesperada.

Cregan a seguiu, chamando seu nome e tentando alcançá-la, mas Visenya estava presa em sua própria mente, impulsionada apenas pelo choque e pela dor avassaladora. Ela finalmente chegou ao seu quarto e, sem forças, caiu de joelhos no chão frio. O choro veio com uma intensidade devastadora, rasgando sua alma enquanto ela gritava o nome de seu irmão, uma lamentação que ecoava pelos corredores do castelo, quebrando os corações daqueles presentes no castelo.

— Não, não, não, Luke! — ela soluçava, sua voz carregada de angústia e desespero. — Meu irmão, meu irmãozinho… — As lágrimas inundavam seu rosto, sua dor transbordando em cada palavra.

Cregan se ajoelhou ao lado dela, envolvendo-a em seus braços fortes, tentando ser o porto seguro em meio à tempestade. — Nós vingaremos ele, meu amor — ele prometeu, sua própria voz embargada pela emoção. — Nós lembraremos e nos vingaremos com sangue e fogo.

Mas a dor de Visenya era tão avassaladora que até mesmo suas palavras falharam. Ela sentiu um líquido quente escorrendo por suas pernas, e o horror se apoderou dela quando percebeu que também havia sangue.

— Não, não é hora —  ela murmurou em desespero, sua mente turva pela dor física e emocional.

— Chamem o Meistre e a Rainha! — Cregan ordenou aos soldados que guardavam a porta. — Chamem as parteiras! — A urgência em sua voz era palpável, enquanto ele lutava para manter-se firme diante da terrível calamidade que se abatia sobre eles.

(...)

Cregan carregou Visenya em seus braços, com cuidado e ternura, levando-a para a cama enquanto a dor a consumia. Rhaenyra foi a primeira a chegar, e estava ao lado dela, segurando sua mão com firmeza, oferecendo todo o apoio e conforto que podia. Os olhos de Visenya buscavam desesperadamente os de Cregan, procurando neles uma promessa de esperança em meio ao caos que os cercava.