03 | PROMESSA

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       Já era de madrugada quando meu sono foi interrompido pela falta de saliva em minha boca. Minha garganta estava muito seca e meu corpo pedia por água. Com muita preguiça me levantei da cama calçando minhas pantufas, enquanto coçava os olhos para tentar despertar minha visão, se não com certeza eu iria cair nos degraus da escada.

Desci as escadas lentamente enquanto me apoiava no corrimão, e segui até a cozinha. Liguei a luz e me aproximei da geladeira,abri peguei a garrafa de água gelada e a coloquei sobre a bancada da cozinha, enquanto esticava meu braço para pegar um copo no armário que ficava acima da geladeira.

Sentindo o líquido gelado descer em minha garganta, logo um suspiro saiu da minha boca ao saciar a vontade que eu estava pouco minutos atrás. Por um momento, escutei passos lentos virem da direção da escada.

—– O quê está fazendo aí sozinha? —– Perguntou Bill se aproximando.

—– Só estou bebendo água. —– Respondi.

Bill adentrou á cozinha e fez o mesmo percusso que eu havia feito. Enquanto ele colocava a água em seu copo, eu terminava de beber o líquido presente no meu, enquanto pensamentos aleatórios percorriam em minha mente.

—– O que é isso no seus pulsos, Isabella? —– Bill perguntou assim que se virou á minha frente.

A garganta travou, meu corpo gelou, a mente parou, e o coração....Ah o coração, PAROU TAMBÉM.

Eu havia esquecido totalmente que tinha ido dormir de blusa regata normal, com meus lindos machucados á mostra. Puta que pariu.

—– Não é nada demais. —– Respondi passando por ele rapidamente colocando o copo dentro da pia.

Tentei desviar dele para voltar e subir as escadas para o quarto, mas algo impediu quando senti a mão de Bill agarrar fortemente meu braço, me impedindo de sair dali.

—– Fala. —– Disse Bill com uma expressão séria no rosto.

Me soltei de seu aperto e caminhei para sala. Liguei a luz e me joguei no sofá, pensando em quais mentiras eu iria contar á ele. Bill não sabia da má relação que eu tinha com meu pai, então seria mais complicado eu falar sobre os cortes em meu pulso.

Ele se sentou no outro sofá á minha frente e depositou toda sua atenção em mim, enquanto me fitava seriamente com os olhos. Me senti encurralada ao sentir o peso de seu olhar intenso sobre mim.

Eu sinceramente não queria mentir para Bill.....Ele é o meu melhor amigo de anos, e nunca menti ou escondi coisas dele, a não ser a relação tóxica com meu pai, tirando isso eu nunca menti e escondi nada dele. Eu confio nele mais do que qualquer outra pessoa no mundo.

—– Bill.....Eu... desculpa. —– Suspirei passando levemente as mãos pelo cabelo, sentindo o peso da culpa ao mentir para meu melhor amigo.

—– Por que você fez isso?

—–.....Eu sei que o motivo não vai fazer você acreditar em mim,mas....Acredite quando eu disser que isso não foi proposital.

—– Eu acredito em você. —– Respondeu ele mudando sua feição de sério para preocupado. —– Só me diz o motivo para você ter tantos cortes.....Profundos nos pulsos.

—– Eu tirei uma nota ruim em um trabalho da faculdade.  —– Menti sentindo meu coração acelerar com essa atitude errada.

—– Certeza que é só por esse motivo mesmo? —– Perguntou ele e eu assenti. —– Sabe que pode contar comigo pra tudo, não sabe?! Se tem algo ou alguma coisa te machucando ou incomodando, pode contar á mim.

SETE SEGREDOS | Bill Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora