X. Hidden under the blankets

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Essa noite não havia sonhado. Foi como flutuar por alguns segundos e em seguida despertar abruptamente, como quando sonhamos estar caindo e de repente atingimos o chão. Estava relaxada o suficiente para acordar ao som do próprio ronco, o que era estranho, não sabia que roncava. Mas tudo bem, posso buscar por um tratamento alternativo quando acordar, por ora não é algo a se preocupar, afinal, dizem que a chave para a beleza é uma boa noite de sono. Por isso, tento priorizá-lo e evitar intervenções estéticas. Desde uma notícia que vi no jornal, meu maior medo é morrer em uma cirurgia de retirada de verruga. Ainda não tenho nenhuma verruga, mas não quer dizer que nunca vá ter.

Tudo bem, pressão estética e o retrato de Dorian Gray podem fomentar minhas crises existencialistas mais tarde, por agora gostaria de aproveitar a sensação da manhã quente, se é que meu relógio biológico estava correto e não havia perdido o almoço. Não lembrava de ter tomado banho noite passada, então definitivamente estava grudenta e suada, mas me sentia confortável o suficiente para relevar o fato e permanecer aconchegada aos lençóis.

Mas quando ainda não totalmente desperta me encolho para voltar a dormir, noto algo diferente, que me põe em estado de alerta quase que imediatamente.

Outro ronco.

Definitivamente, esse não fui eu.

A sensação de desespero me traz um deja vu de uma manhã semelhante, mas não de perto melhor. Ainda em negação e incrédula de que pude deixar algo do tipo acontecer, não pude evitar desejar a ignorância à perda da serenidade que possuía minutos atrás, quando inconscientemente dormia ao som de batimentos cardíacos. Por um momento penso em fingir estar alheia à companhia ao meu lado e voltar a me aconchegar no calor de seu peito.

Sebastian havia dormido aqui ontem, e me negava acreditar que gostei.

Nosso posicionamento já era delicado, mas assim que adquiri a maldição do conhecimento, Sebastian moveu-se, parecendo farejar meu desespero e piorando a situação só porque podia. Seu braço agora descansava em meu quadril, enquanto seus cachos dourados faziam cócegas em meu ombro.

Para evitar qualquer alarde por parte de Sebastian, planejo meu plano de fuja em poucos segundos e coloco o passo 1 em ação. Nada mais fácil do que esgueirar-se pelo próprio quarto, não é como se não o houvesse feito outras vezes antes. Em movimentos mínimos, movo o cobertor e levanto de leve seu antebraço, buscando qualquer brecha para escapar. Quando estava prestes a erguer o torso, seus braços me puxam de volta e prendem nossos corpos novamente. Arregalo os olhos e tranco a respiração.

Seria mesmo ruim demais continuar a dormir e esperar que ele vá embora por conta própria? Seria definitivamente a opção menos trabalhosa e com baixa taxa de erro, afinal, alguma hora ele teria que acordar, certo?

Seu próximo ronco anuncia que a resposta era sim, mas que iria demorar.

Insisto em meu plano uma última vez, agora iria deslizar por debaixo de seu braço. Iria apoiar as duas mãos no colchão e me impulsar para baixo, mas fico completamente vermelha quando sem querer meus dedos repousam sobre seu abdômen nu, cuja camiseta estava levantada até a altura do umbigo. Assim que o calor de sua pele me traz de volta aos eixos, me afasto ligeiramente, perturbando o sono do garoto. Ouço alguns resmungos, e assim que seus olhos abrem, dou um pulo.

Brooklyn BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora