Velhos amigos

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*5 anos depois

Astrid corria de um lado para o outro pelas ruas de Berk tentando chegar até a velha ferraria de Bocão sem ser atingida pelo fogo de algum dragão. A vila estava um caos, vikings correndo para todo lado com lanças e machados tentando impedir que os dragões levassem mais comida ou destruíssem mais alguma casa.

Berk sofreu ataques de dragões durante décadas, mas nos últimos 5 anos eles se tornaram bem mais frequentes e violentos. Antes, os dragões usavam seus poderes de fogo somente para defesa própria, mas agora parecia que o objetivo deles era realmente atacar a vila, queimando casas e plantações, matando ou levando rebanhos. Mas nunca matavam nenhuma pessoa, ou pelo menos quase nunca.

Enquanto Astrid corria podia ver pequenos deslumbres das batalhas que aconteciam ao seu redor. Catapultas atiravam correntes nas feras aladas e vikings enormes miravam suas armas nas asas das criaturas. Assim que chegou à ferraria, Astrid quase foi atropelada por um Bocão cheio de armas pontiagudas nos braços:

- Astrid! Garota, o que você está fazendo aqui? Tem dragões para matar lá fora!

- Para isso eu preciso do meu machado que você ficou de concertar.

- Mas é claro! Ele está lá nos fundos.

Astrid saiu correndo para os fundos da loja e rapidamente avistou seu machado com suas iniciais gravadas nele. A garota adorava aquele machado. Desde os 10 anos de idade sua brincadeira favorita era lançá-lo contra os troncos das árvores. A garota apanhou o machado e saiu correndo dá loja.

Uma vez que estava do lado de fora, Astrid percebeu que um Nadder Mortal havia sido atingido por uma das correntes e caído no meio da floresta. Não teria sido nada demais se um Fúria da Noite não tivesse surgido no céu e seguido o dragão abatido.

O corpo de Astrid se arrepiou por completo. O Fúria da Noite era o dragão mais raro de todos e provavelmente o mais mortal. Astrid só havia visto um durante toda a sua vida..., mas isso havia sido a 5 anos atrás. Um pensamento assustador surgiu pela sua cabeça, fazendo seu sangue gelar. Ela resolveu ignorá-lo e correr para o meio da floresta.

Enquanto Astrid se escondia entre as arvores, ela podia ouvir os rosnados e pedidos de ajuda do Nadder Mortal. O dragão havia caído em uma clareira e estava com as asas presas nas correntes, não conseguindo se mover. Aquela era a hora perfeita de atacar, pensou Astrid.

Mas antes que a garota pudesse se aproximar da criatura, o Fúria da Noite que havia avistado minutos antes pousou no centro da clareira. Assim que o avistou lembrou da lição que Bocão a havia ensinado anos antes: se por acaso avistar um Fúria da Noite, se esconda e reze para que ele não te encontre, essa será sua única chance de sobreviver.

Astrid estava prestes a fazer isso, mas percebeu algo que fez seu coração dar um salto. Montado em cima do Fúria da Noite havia uma figura humana coberta dos pés à cabeça com uma armadura negra feita de escamas de dragão. Pelo formato do corpo e pela altura, a garota deduziu que se tratava de um rapaz com, provavelmente, a mesma idade que ela.

Como o Sol já estava se pondo e a luz não favorecia a visão, Astrid se inclinou para frente para ver melhor, mas acabou pisando em um graveto. O barulho fez com que o dragão se virasse rapidamente na direção dela e rosnasse. O garoto que estava concentrado em libertar o Nadder mortal agora havia se virado para ver o que estava acontecendo. Assim que pôs os olhos em Astrid sacou da cintura uma espada retrátil com uma lâmina de fogo.

A garota ficou realmente impressionada com a tecnologia da arma do garoto, mas isso não a impediu de erguer o próprio machado e avançar para a luta. Astrid percebeu que o garoto não havia dado nenhum passo em sua direção, como se estivesse evitando o confronto.

Astrid levantou a lâmina na tentativa de o atingir com um golpe, mas ele se defendeu colocando a espada em sua frente. A luta se seguiu assim, ela aplicando golpes e o garoto contra-atacando, até que ela viu uma abertura para jogar a espada do garoto longe com seu machado. Assim que teve seu oponente desarmado, Astrid jogou o garoto no chão, o empurrando com o machado:

- Quem é você?

Ao ver Astrid distraída encarando seu rosto coberto pela máscara, o garoto misterioso encontrou a oportunidade perfeita de dar uma rasteira na garota, fazendo ela perder a arma durante a queda.

Assim que Astrid atingiu o chão, o garoto sacou uma lâmina pequena de um compartimento preso à perna direita e se jogou por cima dela, impedindo-a de se levantar ou fugir. Com uma mão o garoto pressionou a lâmina no pescoço de Astrid e com a outra segurou um dos braços dela, reduzindo seus movimentos.

O peito de ambos subia e descia numa velocidade muito rápida devido ao cansaço da luta e a adrenalina. Astrid tentava encarar os olhos do garoto por baixo do capacete de couro, mas a única coisa que conseguiu ver foi o deslumbre de um par de olhos verdes. Seu cérebro trabalhava rápido para tentar achar uma maneira de sair daquela posição mas nada vinha e sua mente, e para piorar, a sensação daqueles olhos verdes a encarando não a ajudavam a se concentrar.

Mas algo estava errado. O garoto já tinha total controle sobre ela a um tempo, então porque Astrid continuava viva? Porque ele ainda não a havia matado?

Naquele momento o Fúria da Noite finalmente se manifestou e começou a rugir para a garota:

- Banguela, não.

O garoto estendeu a mão em direção ao dragão em sinal de pare e o Fúria da Noite automaticamente parou. Essa foi a oportunidade que Astrid precisava. Ela chutou a perna do garoto fazendo-o soltar a lâmina que segurava; a mesma que ela rapidamente apanhou. Com a velocidade de um Nadder Mortal, Astrid jogou o corpo do garoto contra o tronco de uma árvore próxima e pressionou a pequena faca em sua garganta:

- Quem é você?

Perguntou Astrid mais uma vez. O garoto não respondeu, apenas ficava lutando e se mechendo na tentativa de fugir, o que era uma perda de tempo. Astrid era forte e aquilo só iria cansa-lo ainda mais. A garota apertou mais a faca em seu pescoço fazendo-o parar:

- Me responda!

O dragão rugiu mais uma vez mas não se moveu. A fera sabia que se fizesse qualquer coisa contra a viking poderia ferir o garoto também. Enquanto isso, Astrid esperava impacientemente por uma resposta, mas o que ela ganhou foi uma risada curta que a deixou ainda mais irritada:

- Calma Milady.

Espera? Aquele apelido... Astrid já foi chamada assim algumas vezes, mas aquilo não fazia sentido. O apelido só era usado por uma pessoa...Uma pessoa que havia ido embora a muito tempo. Astrid afastou a lâmina devagar, e então derrepente, sem nenhum aviso, o garoto removeu a máscara que antes cobria seu rosto.

Debaixo do capacete, Astrid encontrou um par de olhos da cor de esmeraldas, e uma cabeleira morena levemente avermelhada. Seu coração acelerou ao perceber com quem estava lutando minutos atrás:

- Soluço?!

- Também é muito bom te ver de novo Astrid.

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AAAAAAAAHHH! Que capítulo senhoras e senhores. Até eu devo reconhecer que ficou muito bom akakakak. Espero que vcs estejam gostando tanto quanto eu🖤🖤🖤
Primeiramente quero avisar que não vou postar capítulos diariamente, só postei hoje pq o capítulo tava escrito msm. Mas vou continuar postando!
Não se esqueçam de votar e comentar pq isso me motiva a continuar!💛💛💛

Obrigada por lerem até aqui!

Dragon Soul ( Como Treinar seu Dragão)Onde histórias criam vida. Descubra agora