𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝒅𝒆𝒛𝒆𝒔𝒔𝒆𝒕𝒆

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— que tédio - se jogou na minha cama, olhando pro teto - enquanto as gatinhas estão na praia, eu tô aqui, sendo babá de um marmanjo

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— que tédio - se jogou na minha cama, olhando pro teto - enquanto as gatinhas estão na praia, eu tô aqui, sendo babá de um marmanjo

— cala a boca e vai pegar alguma coisa pra eu comer vai - falei e ele me olhou indignado -

— cadê as palavrinhas mágicas?

— vai logo porra.

— eu tô indo, seu grosso - revirou os olhos, e saiu do quarto -

— mó pau mandado, esse menino - eu ri -

Depois de alguns minutos ele apareceu com um pedaço de bolo, dentro de um prato. A Emma tinha feito esse bolo ontem.

— bolo bom - disse com a boca cheia -

— tá comendo meu bolo, Stuart? - me entregou o prato -

— sim - deu de ombros e ligou a televisão - eai, o que vamos assistir?

— sla, escolhe ai

•••

Perto da hora do almoço, Emma e Tatum voltaram da praia, e depois que a loira e Stu foram embora, eu e Emma pedimos comida, pra almoçar, porque ela não tava muito a fim de cozinhar.

— não quero mais - se afastou da comida, fazendo uma careta -

— ué Emma, mas você nem comeu direito - falei confuso -

— essa comida me deixou enjoada, acho que tem muito sal.

— muito sal? Pra mim tá muito boa - eu continuei a comer -

— acho que eu vou... - vi ela colocar a mão sobre a boca e correr diretamente para o banheiro -

Ouvi o barulho de vômito, acabei perdendo totalmente o apetite e ficando preocupado com ela, seria melhor pedir a Stuart que a leva-se num hospital.

Vi ela sair do banheiro depois de alguns minutos, provavelmente depois de ter escovado os dentes.

— você tá bem? - ela suspirou e assentou -

— deixa eu levar essas coisas pra lá - pegou a bandeja que estava na cama e saiu do quarto -

Peguei a moleta que estava ao lado da cama, e fui até o banheiro, fazer minhas necessidades e escovar os dentes. E quando voltei ao quarto, ela já estava na cama, deitada.

— não acha melhor procurar um médico? Não é a primeira vez que isso acontece. - disse me sentando novamente na cama, e colocando a moleta de lado -

— eu já procurei um médico, é só uma virose, daqui a pouco eu melhoro. - sorriu fraco ajeitando meus travesseiros -

Me ajeitei em meio aos travesseiros, ela colocou uma série para nós assistirmos, e depois ficou com a cabeça encima do meu peito, no lado do corpo, que não estava machucado, obviamente.

Automaticamente, eu já estava passando a mão pelos seus cabelos, e costas. Até senti sua respiração mais leve e ela adormecer.

•••

31 de julho de 1996

Senti claridade do sol bater no meu rosto, e já senti ódio. Acordar é uma coisa chata que acontece no dia, e acordar numa segunda feira, é mais ainda, mesmo que eu não vá fazer nada hoje.

Emma continuava dormindo plenamente ao meu lado, descobri que ela tem sono pesado, outro dia o alarme tocou 4 vezes e ela não ouviu. Achei até que tava morta.

Último dia de julho, o mês que eu e Stuart tanto esperamos, mas não pudemos fazer muitas coisas nele, devido a alguns contratempos.

Ele continuou praticando as mortes, obviamente, já que ninguém poderia desconfiar, mas mesmo assim, foi muito menos do que tínhamos planejado, quem sabe no próximo ano.

Hoje eu estava sentindo algo diferente, não sei explicar, mas não era uma coisa boa, não que eu sinta coisas boas, mas sei lá, era estranho.

— Billy! - me chamou e eu sai de meus pensamentos, a olhando -

— an? O que?

— te chamei umas 4 vezes, no que estava pensando? - perguntou fazendo um coque no cabelo bagunçado -

— em nada - respirei fundo -

— hoje faz um ano da morte da Casey Becker e do Steve.

— hunrum - murmurei concordando -

— o que vocês fizeram com eles foi horrível. - ela comentou -

— porque? Apenas estripamos eles. - falei naturalmente e ela fez careta -

— não sei como consegue falar isso assim, tão naturalmente. - se levantou da cama, indo até o banheiro -

Lembrei que hoje finalmente se encerrava meu repouso, finalmente eu poderia andar, devagar claro, mas já é um bom começo.

Me levantei com um pouco de dificuldade, pela dor. E fui até o banheiro, encontrando Emma escovando os dentes, e ela franziu o cenho quando me viu.

— o que? O repouso acaba hoje - falei pegando minha escova de dentes -

— pretende ir a escola? - perguntou guardando a escova -

— anham, Stu vem buscar a gente. - ela deu de ombros, e retirou a roupa, antes de entrar no box -

É ótimo começar o dia com essa visão.

•••

— nem pensar - retirou a garrafa de cerveja da minha mão e eu choraminguei -

— qual é, só uma

— Billy, o seu repouso acabou, mas vc ainda tá proibido de ingerir bebida alcoólica. - disse e eu revirei os olhos -

— relaxa Billy, eu comprei suquinho de morango para você - Stu me entregou e eu olhei emburrado para ele -

— que merda.

— viram o que fizeram no mural em homenagem a Casey e Steve? -  Tatum disse com cara de tédio -

Tatum e Casey não se suportavam, e isso até levantou suspeitas da polícia, colocando Tatum como suapeita da morte deles, o que claramente foi descartado, já que nem na cidade, Tatum estava.

— engraçado que quando eles eram vivos, praticamente ninguém ia com a cara deles.

— exato, e agora viraram santos. - Stu concordou comigo -

— daqui a pouco eles vem, pra puxar o pé de vocês a noite. - Emma disse -

— ela que tente. - a loira comentou -

— gente, vou ali no quarto do andar de cima, já venho.

Emma subiu e nós três continuamos a conversar e ver tv, Stu e Tatum começaram a pegação no meu sofá.

Ouvi vozes no andar de cima, e senti um pressentimento estranho, como se tivesse algo acontecendo. Ou seria paranóia da minha cabeça?

— estou indo lá em casa, volto em 5 minutinhos - deu um último selinho em Stu e saiu da casa -

— tá ouvindo algum barulho vindo lá de cima?

— barulho? Não. Deve ser só a Emma procurando algo - deu um gole na cerveja -

— é, eu devo tá ficando paranóico.

— relaxa ai cara, vou no banheiro - se levantou - eu volto logo

Após ele sair do meu campo de visão, eu novamente ouvi a voz de Emma, como se ela estivesse falando com alguém e o meu pressentimento continuava me deixando aflito.

Me levantei do sofá, e subi as escadas, devagar, sentindo um pouco de dor, eu ainda estava proibido de subir escadas.

𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐅𝐀𝐂𝐄 - 𝐵𝑖𝑙𝑙𝑦 𝐿𝑜𝑜𝑚𝑖𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora