Gattaz
- Eu não te pedi para me chamar quando quiser se levantar Gattaz? - Falou Daroit ao me ver chegando na cozinha e eu apenas sorri e me aproximei me sentando ali.
- Eu não gosto de ficar te chamando toda hora, eu gosto de fazer as coisas sozinha não quero ser um peso para ninguém. Você já saiu da sua casa para ficar aqui comigo não quero te atrapalhar, mas do que já estou. - Falei me sentando ali e larguei as muletas ali no chão ao meu lado. Encarei a mesa e ela tinha tudo ali na mesa para a gente tomar café da manhã, Daroit todo dia preparava o café da manhã antes de eu levantar então nunca consegui ajudar ela em nada. E nem adiantava levantar mais cedo ela não deixava eu encostar em nada, a mulher já estava mandando em mim.
- Você não está me atrapalhando para de bobeira e outra eu que tive a ideia de ficar aqui com você até estar melhor e podendo caminhar normalmente sem se preocupar se vai estar forçando seu joelho ou não. Eu sei que você não gosta de ser ajudada, mas você quase caiu naquele dia, então pare de ser teimosa e aceite a minha ajuda sem ser uma chata antes que eu te amarre. - Falou e eu a encarei dando um sorrisinho.
- Não sabia que você gostava dessas coisas Priscila. - Comentei e ela me encarou séria antes de gargalhar.
- Isso saiu muito errado, não foi isso que eu quis dizer. - Comentou após ter conseguido parar de rir.
- Você que tá aí revelando seus gostos. - Falei e ela se virou negando.
- Não estou revelando nada para de graça, vai tomar seu café da manhã e fica quietinha no seu canto velha. - Encarei a mesa e não estava com muita fome mas precisava comer. Tomei meu café quietinha assim como ela pediu, enquanto observava ela mexendo no celular. Parecia estar falando com alguém, era toda sorrisos para o celular e não trocou uma palavra sequer comigo durante todo o café da manhã. Terminei de comer e me mexi ali, peguei minhas muletas e me levantei com cuidado, peguei minha xícara e lavei ela antes de voltar para buscar o prato que eu tinha usado. - Você não consegue me obedecer mesmo em. - Comentou e eu a ignorei pegando meu prato e lavando ele também. - Que foi que você está com essa cara marrenta? - Perguntou e se aproximou me abraçando de lado.
Terminei ali e sequei minhas mãos antes de me afastar dela.
- Vou me ajeitar tenho fisio hoje. - Falei e me virei mas ela segurou meu braço me olhando preocupada.
- Agora você quer falar comigo, passou o café da manhã de sorrisinho para esse celular e agora quer papo. - Daroit me olhou com um sorriso debochado no rosto.
- Esta com ciúmes de mim Gattaz? - Neguei e voltei a caminhar em direção ao meu quarto, e ela começou a gargalhar novamente. - Não acredito que está com ciúmes de mim. - Falou mais eu nem dei bola, segui caminhando bem tranquila em direção ao meu quarto até ela entrar na minha frente me impedindo de passar. - Eu tava falando com a minha mãe, para de ser ciúmenta que a gente nem namora ainda. - Disse ela me olhando enquanto sorria.
- A então a gente vai namorar? - Perguntei arqueando minha sobrancelha e ela me deu um tapa no braço.
- Sua velha safada, as vezes eu esqueço o quanto você é pilantra. - Comentou saindo do meu caminho.
- Não sou mais, minha fase pilantra passou. Agora sosseguei sou para casar agora, sempre fui mas agora estou sendo mais.- Falei e ela ficou me olhando com seu deboche estampado no rosto.
- Sei, acha que eu não te conheço. - Disse ela e se jogou no sofá. - Era a verdade eu tinha parado, tinha sossegado no meu cantinho mesmo não estava mais atrás de rolo. Estava bem assim se algo acontecesse queria que fosse pra valer. - Alias queria falar com você, vou buscar meus filhos hoje e queria saber se você consegue cuidar deles de noite, só hoje eu tenho que sair. - Explicou me olhando.
- Vai sair? - Perguntei e ela concordou sorrindo quase me deixando sega de tanto que sorriu. - Com quem? - Perguntei já me arrependo em seguida. - Não esqueci essa pergunta, isso não e da minha conta. - Falei e me virei para voltar a caminhar.
- Eu posso te falar se você quiser saber. - Neguei dando uns passos.
- Não precisa, pode deixar que eu cuido dos seus cachorrinhos, mas já deixo claro que não sei fazer isso. Posso só ficar deitada no sofá com eles até você voltar? - Perguntei e ela me olhou por um tempo antes de desviar seu olhar do meu encarando a almofada que tinha no sofá meio sem jeito. - Desculpa, você não vai dormir em casa. Tudo bem pode deixar que eu cuido deles. - Falei e me virei seguindo para o meu quarto, tomei um banho rápido, me ajeitei e voltei para a sala, hoje tinha fisio já lá no minas então teria que ir até lá.
- Está pronta? - Perguntou a loira e eu concordei. - Então vamos lá. - Disse ela e saímos rumo ao Minas, quando cheguei lá fui recebida por muitas pessoas me abraçando e desejando forças. Era isso que me motivava sabia que muitas pessoas torciam por minha recuperação, estava focada na recuperação já que isso era a única coisa que eu poderia fazer para me ajudar no momento. Fiz tudo o que tinha que fazer com muita calma para evitar que algo piorasse a situação, quando terminei ainda aproveitei para conversar com algumas companheiras de equipe, mas logo decidi ir para casa estava aqui sem poder jogar me deixava triste e eu não precisava de mais tristeza nesse momento. Voltei para casa e fui preparar o almoço, fiquei ali ainda esperando a Daroit chegar para o almoço, mas ela me mandou mensagem avisando que almoçaria fora. Como não teria companhia para o almoço, tive que fazer ele sozinho mesmo, comi em silêncio, lavei as coisa que tinha usado e então fui me deitar um pouco na sala. Passei um bom tempo ali assistindo diversas coisas, vi um filme, assistir o restinho de um jogo de tênis que eu nem entendia muito bem como funcionava, mas estava torcendo pela brasileira. Já era final de tarde quando escutei a porta do apartamento sendo aberta e por ela entrou Daroit com seus cachorrinhos.
- Está fazendo o que? - Perguntou ela me olhando e eu apontei para a tv onde passava o jogo, já estava cansada de ficar deitada aqui mas ainda não queria me mexer. - Ok, vou me arrumar cuida deles. - Disse isso e seguiu para o quarto, me deixando ali com os pestinhas me olhando atendos. Continuei deitada fingindo que não estava vendo eles, era minha tática para não arrumar problemas, o que parecia ter dado certo já que eles cansaram de ficar me olhando e deitaram ali no chão para assistir o jogo comigo, pelo menos eu teria companhia. - Viu eu te falei que eles eram tranquilos. - Me virei no sofá assustada levando a mão meu coração que deu uma leve acelerada.
- Caralho que susto Priscila. - Falei e os cachorros começaram a latir, encarei eles e neguei. - Desculpa crianças nada de falar palavrão. - Comentei e eles ficaram me olhando.
- Tudo certo, então eu já vou indo. - Me virei encarando a loira e ela estava linda pra caralho.
- Já? - Perguntei e ela concordou. - Tudo bem, vai lá. - Me sentei no sofá e me curvei fazendo um carinho nos filhos dela.
- Bom qualquer coisa pode me ligar. - Falou e eu apenas fiquei em silêncio brincando com os cachorros. - Vou indo. - Concordei e ela saiu me deixando sozinha novamente.
- Parece que somos só eu e vocês. - Falei e Jonny virou seu rosto me olhando com seu olhar de julgamento. - Você deveria estar julgando a tua mãe que deixou vocês aqui comigo para ir transar, agora me respeite que eu sou mais velha que você. - Terminei de falar e voltei a me deitar no sofá.
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