Gattaz
Entrei na sala de fisioterapia do minhas e Bruna me recebeu com um sorriso. Às vezes era esses sorrisos e conversas que estavam me mantendo focada em minha recuperação, tinha momentos que dava muita vontade de desistir, mas graças a deus eu tinha pessoas que estavam sempre ao meu lado não me deixando fazer isso em momento algum.
- Bom dia Carol, me pediram para te entregar um presente. - Falou me deixando curiosa, mas também confusa quem estaria querendo me dar presente assim do nada.
- Bom Bruninha, presente para mim? - Perguntei e ela sorriu concordando.
- Uma lembrancinha para você, foi o que me falaram. - Disse ela me deixando ainda mais confusa.
- De quem? - Perguntei na expectativa dela me dizer quem estava por trás disso, mas ela negou e se afastou indo até onde estava as coisas dela.
- E de uma admiradora secreta. - Falou e se levantou com um buquê de flores lindas e caminhou até estar na minha frente e me entregou, eu nunca tinha ganhado flores assim. - Pega e para você. - Me entregou e eu fiquei encarando as flores e tinha um cartão ali, mas não tinha certeza se queria saber quem era que estava me mandando elas. - Vai ficar parada aí Gattaz? - Perguntou e eu sorri negando e caminhei até o canto e me sentei ali para ela iniciar a massagem em minha perna, ela sempre fazia isso após eu realizar os exercícios, essa era minha rotina de todos os dias.
- Não estava esperando isso. - Falei encarando as flores confusa. - Nunca ganhei flores. - Completei e ela se aproximou iniciando a massagem em minha perna.
- Não vai olhar o cartão para ver de quem é? - Perguntou e eu encarei ela, queria saber quem tinha me mandado esse mimo, mas também estava pensando no quão estranho seria eu ter que contar para a Daroit que eu recebi flores. A gente estava ficando e mesmo não tendo nada sério eu não ia esconder isso dela. - Deve ser uma pessoa que tem um carinho muito grande por você. - Completou e eu concordei.
- Você sabe que eu estou com a Daroit né? - A mulher me olhou sorrindo e concordou.
- Tenho certeza que ela vai entender a situação. - Encarei o cartão e levantei minha mão pegando ele por um tempo antes de abrir para ver o que estava escrito ali.
- Acho que ela vai sim. - Falei dando um pequeno sorriso e voltei a observar o cartão que tinha uma pequena frase escrita. Daroit me mandando flores para dizer que estava com saudades e me mandando beijos, sorri encarando as flores antes de desviar meu olhar para Bruninha que olhava sorrindo. - Você sabia? - Perguntei e ela concordou.
- Ela me mandou mensagem pedindo para fazer esse favor para ela. - Explicou e eu sorri antes de pegar meu celular para mandar mensagem para a mulher.
- Obrigada por isso ela já deve ter agradecido, mas vou agradecer também você está sempre cuidando de mim obrigada. - Falei e ela sorriu negando.
- Não precisa me agradecer não, estou aqui sempre para ajudar, além desse contato profissional a gente também é amigas. Eu gosto de te ver feliz e ela parece estar ajudando a cuidar de você e está fazendo isso muito bem. - Comentou e eu concordei a Daroit realmente estava me ajudando muito durante toda minha recuperação.
- Ela está me cuidando muito mesmo, as vezes tenho medo de fazer algo de errado e acabar perdendo nossa amizade. - Falei a baixinha negou me olhando.
- Nada de pensar negativo Gattaz apenas aproveita o momento. - Disse ela e eu concordei. Peguei meu celular e entrei na conversa com a mulher já mandando foto das flores brincando com ela e segundos depois a mulher já estava me ligando.
- Como assim você anda recebendo flores? - Perguntou brincando e eu sorri.
- Pois é Priscila a Bruninha resolveu me dar flores. - Falei virando o celular para a mulher que sorriu negando.
- Não me meta na briga de vocês gente, eu só fiz o que pediram. - Se defendeu negando e saiu me deixando ali sozinha.
- Obrigada, eu amei. - Falei olhando para ela que sorriu meio sem jeito. - Você sabia que eu nunca ganhei flores. - Comentei e ela negou.
- Não acredito que você teve tantas novinhas e nenhuma delas fez isso. - Falou e eu sorri negando.
- Tá vendo que às vezes as mais velhas são melhores. - Falei e ela fechou a cara.
- Você tem sorte de eu não estar aí se não eu já teria feito você comer essas flores, nunca mais te dou flores também sua folgada me chamando de velha Gattaz. - Disse ela e eu gargalhei vendo ela emburrada.
- Estou brincando para de ser brava que no fundo você não é assim, estou com saudade de você sabe queria um beijinho. - Falei e vi ela segurando um sorriso.
- Se eu estivesse aí sem dúvidas ia negar esse beijo em você agora, fica me chamando de velha e depois ainda quer me beijar. Não é assim que funciona Gattaz, vai ter que correr muito para conseguir um beijo meu de novo. - Comentou de cara fechada e eu sorri.
- Bom, isso é realmente muito triste para mim, já que eu não estou podendo nem caminhar direito sem muletas, vai mesmo negar um beijo para essa pobre velha? - Perguntei e ela começou a rir.
- Como você é engraçadinha né Gattaz. - Falou negando e eu apenas sorri e fiquei ali observando ela caminhando enquanto falava comigo. - Minha sorte é que a gente joga hoje e logo já estou voltando para casa. - Disse ela.
- Já está com saudade de mim né Priscila, pode falar eu já sei disso. - Comentei brincando e ela sorriu concordando.
- Estou mesmo não vou negar, mas amanhã eu já volto para casa. - Concordei sorrindo também estava com saudade dela, era estranho não estar fazendo a rotina de jogo que eu já estava acostumada e também era difícil assistir aos jogos e não poder ajudar em nada. Esse sem dúvidas era a pior parte de estar lesionada, não poder fazer parte da concentração e nem dos treinos e jogos. É muito ruim estar sendo impedida de fazer o que a gente ama fazer, mesmo sendo por algo que ninguém tem culpa.
- Talvez eu também esteja com saudade de você. - Falei e ela deu uma risada.
- Vamos ver se você vai falar isso quando eu tiver em casa de novo, nem me venha querer grude que você não vai ganhar. Estava me tratando desse jeito e eu ainda te mandei flores, não devia ter mandado nada, isso que dá namorar veio nunca está contente com nada. - Comentou me arrancando um sorriso.
- Não sabia que a gente estava namorando, a cada momento desse dia sendo mais surpreendida por você. - Falei e ela negou meio sem jeito.
- Você entendeu muito bem o que eu quis dizer não se faça. - Disse ela mais séria e eu concordei. - Vou precisar desligar vamos treinar agora. - Virou o celular mostrando todas ali se preparando para começar o treino.
- Tudo bem Pri bom treino para vocês, um beijo viu. - Falei e ela sorriu mandando um beijinho para mim antes de desligar. Encarei a sala da fisioterapia e neguei sorrindo parecendo uma adolescente apaixonada, fazia tempo que eu não tinha sentido isso, era estranho demais, mas também era muito bom saber que a outra pessoa era a Daroit, uma das pessoas que sempre foi uma das minhas melhores amigas do vôlei. Encarei as flores que ela havia me mandado e sorri estava mesmo gostando dela, e pela primeira vez não estava com medo do que poderia acontecer. Apenas estava feliz de estar gostando dela e saber que ela era uma boa pessoa.
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