Capítulo Onze

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Capítulo 11


Draco estava deitado no sofá de couro preto e olhando para o teto abobadado da sala comunal da Sonserina. Grandes vigas de pedra arqueavam-se, sustentando as paredes da sala subaquática e impedindo que a água fria e escura do Lago Negro a esmagasse e entrasse.

Ele pensou ter visto uma rachadura.

Não eram sentimentos, eram... Porra, o que eram?

Era normal sentir alguma coisa, por alguém tão perspicaz.

Não. Pare.

Tente novamente.

Era normal sentir algo por alguém que era exatamente o que ele queria.

Draco apertou os lábios. Não muito melhor.

Era normal sentir alguma coisa.

Ele começaria por aí.

Só porque isso nunca tinha acontecido antes não significava que não pudesse acontecer, que ele não fosse capaz de se importar com alguém.

Mas não Granger.

Nunca Granger.

Era normal que eventualmente uma das garotas que ele fodeu provocasse alguma faísca...

Não! Sem faíscas! Ele fez uma careta.

Não faíscas, mais como um fogo crepitante. Uma mistura de amarelo cintilante, laranja brilhante e vermelho ardente. Vermelho da Grifinória.

Ele olhou de volta para a fenda.

Era normal... sentir. Em chamas.

Ele queria que aquela rachadura quebrasse e toda aquela água gelada caísse sobre ele.

Isso não significava nada; ela não quis dizer nada.

Era apenas uma boa foda. Isso é tudo. É por isso que ele estava se sentindo assim, porque nunca imaginou que seria tão bom. Ele havia repetido isso dezenas de vezes em sua cabeça. Centenas. Talvez fosse por isso que isso estava acontecendo. Ele tinha que deixar tudo isso acontecer, repetidamente, até que seu cérebro alcançasse seu pênis e ele se cansasse dela.

Talvez isso pudesse funcionar? Pelo menos assim ele ainda poderia foder Granger tanto quanto quisesse. E uma vez que ele estivesse satisfeito, quando isso acontecesse, então seria normal. Então ele poderia voltar a odiá-la em paz. Ele poderia terminar sua tarefa. Ele poderia matar Dumbledore...

Ele engoliu algo com gosto amargo. Foi isso que começou tudo em primeiro lugar. Ele só tinha um tempo limitado e pensou: que diabos, por que não tentar entrar sob a saia da sangue-ruim? Não era como se algo realmente importasse mais.

Não importava. Nada disso importava. Nada que ele estivesse sentindo ou não sentindo. Se a porra da Granger tornasse seu dia um pouco mais fácil, então ele faria isso. Porque ele odiava todo o resto. Tudo menos ela.

Não, especialmente ela.

Draco olhou para a fenda até seus olhos arderem.

Isso não era normal.

*****

- Fique longe dele.

Hermione piscou e olhou para o rosto contraído de Lilá Brown empoleirado no banco do pátio. Foi o primeiro dia em que não choveu em uma semana e ela almoçou rapidamente e passou o resto do dia ao ar livre. Estava frio e revigorante, mas pelo menos estava quieto aqui e as coisas estavam ocupadas o suficiente dentro de sua cabeça, às vezes ela tinha que se afastar de seus colegas de classe para encontrar um pouco de paz.

Na Natureza da Luz do Dia - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora