Capítulo Oito

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Capítulo 8

Talvez ela devesse estar envergonhada ou preocupada com o fato de ter acabado de perder a virgindade, não com alguém de quem ela gostava e amava, mas com alguém que fazia seu sangue ferver, mas tudo em que Hermione conseguia pensar era na maravilhosa sensação de luz dentro dela que era originando-se do fundo e explodindo como raios de sol.

Havia um salto incomum em seus passos enquanto ela se dirigia ao Salão Principal na manhã seguinte para o café da manhã e ela se sentia infantil por não conseguir evitar que seus lábios se curvassem e se transformassem em um sorriso brilhante a cada cinco segundos. Seus cachos soltos se moviam a cada passo que ela dava, balançando para frente e para trás sobre os ombros enquanto ela descia as escadas da sala comunal da Grifinória.

Mesmo o olhar duro de Lilá não derrotou o calor com que Hermione acordou. Sua colega loira de dormitório a observou com olhos cuidadosos enquanto Hermione se espreguiçava e dizia alegremente:

- Bom dia!

Lilá estava olhando para ela como se ela tivesse feito algo pessoalmente errado com ela, mas Hermione estava acostumada a ignorá-la e facilmente caiu nesse hábito, ocupada demais com outros pensamentos para dar importância à expressão fria no rosto de Lilá.

- O que há em seus braços? - ela finalmente zombou quando Hermione tirou a camisa de dormir, puxando um suéter branco da gaveta da cômoda.

Foi então que Hermione notou o roxo escuro em volta dos seus pulsos. Flashbacks do aperto violento de Malfoy neles, apertando-os com mais força enquanto sua boca sugava avidamente o pescoço dela... seus dentes mordendo-a, fazendo-a engasgar...

- Armadilha do Diabo - Hermione disse rapidamente. - Eu estava ajudando a Professora Sprout a replantar alguns deles e... - ela parou ao ver Lilá compartilhar um olhar entediado com Parvati. Não era incomum ela ajudar professores para obter créditos extras e, pela primeira vez, ela ficou feliz por elas pensarem nela apenas como uma leitora ávida e chata. Hermione rapidamente vestiu a camisa e se olhou no pequeno espelho da cômoda.

Seus olhos se arregalaram ligeiramente. Não eram apenas os braços, era o pescoço também. As marcas de Malfoy estavam espalhadas por sua pele; prova inegável de que ela não era mais a boa menina que todos pensavam que ela era. E no fundo, talvez ela nunca tenha realmente sido. Hermione rapidamente abotoou a camisa e colocou a gravata no lugar. Junto com seu cabelo espesso, as marcas estavam bem cobertas. De qualquer forma, quem suspeitaria que havia algo por trás de sua aparência limpa?

Não havia muito que ela pudesse fazer sobre o leve inchaço e vermelhidão em seu lábio. Ela passou a ponta do dedo sobre ele. A delicada pele rosada obviamente tinha sido tratada com grosseria, mas quando Hermione a puxou para dentro de sua boca e a chupou, ela pensou naqueles poucos beijos suaves que Malfoy havia dado nela depois e seu lábio escorregou para fora de sua boca quando ele se abriu em um sorriso.

Ela diminuiu a velocidade ao se aproximar das grandes portas duplas do Salão Principal e de repente lhe ocorreu o pensamento de que teria que ver Malfoy em apenas alguns segundos. Como ela deveria agir? Ela deveria olhar para ele? Eles certamente trocaram muitos olhares nas últimas semanas, então seria estranho se ela não o procurasse? Ela respirou fundo, lembrando-se daqueles olhos fixos nela quando ele mergulhou dentro dela e Hermione fez uma pausa antes de entrar.

Ela só tinha que agir normalmente, como se tudo estivesse bem. Estava tudo bem. Estava mais do que bem. O sorriso voltou ao seu rosto e ela mordeu o lábio para impedi-lo antes de sentir a sensibilidade ali também. Ele tinha feito isso de propósito? Marcou-a para que ele estivesse em seus pensamentos? Bem, ele mal sabia que ele já estava em seus pensamentos o suficiente. Hermione respirou fundo. Mas é claro que ele sabia disso.

Na Natureza da Luz do Dia - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora