Capítulo sete

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Faltavam apenas  uma lua  para a partida, e o acampamento fervilhava de preparativos para a vingança de Ragnar. Eu estava comprometida com a batalha, mas sabia que precisava aprimorar minhas habilidades. Meu pai havia me ensinado os princípios básicos da luta, mas agora era hora de aprender novos truques, e eu me encontrava com as escudeiras para treinar.

As escudeiras, uma mistura de guerreiras experientes e novatas como eu, estavam reunidas em uma área reservada do acampamento, prontas para o treinamento. Os sons do aço se chocando e os gritos de batalha criavam um ambiente intenso ao nosso redor. Eu observava com olhos atentos enquanto as guerreiras em treinamento executavam movimentos precisos e rápidos.

Lideradas por uma guerreira respeitada, elas demonstravam diferentes técnicas de combate. Espadas, escudos, lanças e machados eram manejados com perícia. Eu me mantinha próxima, observando os movimentos e tentando absorver o máximo possível.

A instrutora se aproximou de mim, percebendo minha falta de experiência. Com paciência, ela começou a me ensinar os fundamentos de uma boa postura de combate. A forma correta de segurar a espada, como se mover no campo de batalha, todos os detalhes que faziam a diferença em uma luta.

- Esteja atenta à sua postura, Freyja. Uma base sólida é fundamental para a luta. Mantenha a espada firme, mas flexível. Este é o seu instrumento de defesa e ataque. - ela me explicou, enquanto eu tentava seguir suas instruções.

Com cada movimento e cada orientação, eu me sentia mais confiante. Meu corpo se acostumava ao peso da espada, e meus reflexos se tornavam mais afiados. A instrutora continuou a me orientar, e eu me esforçava para imitar seus movimentos com precisão.

O treinamento prosseguia intensamente, e o suor escorria pelo meu rosto enquanto eu me esforçava para acompanhar as outras escudeiras. Apesar do cansaço e do esforço, eu estava contente por cada lição que estava aprendendo.

Enquanto treinava a luta de espada com minha colega, sentia a tensão crescer no ar. O sol brilhava no campo de treinamento, criando um ambiente intenso e desafiador. Estávamos em um empate, ambas demonstrando habilidades equivalentes, mas algo me distraía.

A sensação de ser observada fez com que eu virasse a cabeça por um momento para identificar o dono dos olhos que tanto me observavam. Para minha surpresa, vi Ivar, seu olhar fixado em nossa luta. Aqueles olhos azuis penetrantes me prendiam, e eu não pude evitar que uma onda de emoção me percorresse.

No entanto, minha distração teve um preço. Minha colega aproveitou o momento e desferiu um golpe certeiro, cortando superficialmente meu braço. A dor foi aguda, mas eu estava determinada a superá-la. Aquele ferimento só aumentou minha determinação de vencer a luta.

Retomei meu foco na batalha, bloqueando os movimentos de minha oponente e procurando uma abertura. Com cada movimento, eu buscava retomar a vantagem. Não podia permitir que minha distração custasse a vitória. Com esforço e concentração renovados, avancei, desarmei minha colega e finalmente ganhei a luta.

A vitória no treinamento não foi apenas uma questão de honra, mas também uma maneira de mostrar a mim mesma que podia superar as distrações e focar em meus objetivos. Com Ivar observando, eu precisava provar minha habilidade e determinação.

Enquanto terminávamos a luta, respirei fundo, sentindo a energia pulsar em meu corpo. A presença de Ivar, embora desconcertante, também me impulsionava a continuar me esforçando.

Apesar de ter saído vitoriosa na luta, minha instrutora não hesitou em me dar um sermão. Seus olhos mostravam desaprovação, e sua voz ressoava com firmeza e repreensão.

- Freyja, preste atenção! Uma distração como essa poderia ser fatal em um verdadeiro campo de batalha.

Ela destacou com ênfase a importância da concentração e da vigilância constante durante um combate.

Trovão de Sangue: Ivar o DesossadoOnde histórias criam vida. Descubra agora