𝐕𝐈𝐈 - 𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐝𝐨, 𝐩𝐨𝐫 𝐧ã𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫 𝐝𝐞 𝐦𝐢𝐦

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❝Abraçar é um ato corajoso

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❝Abraçar é um ato corajoso

É preciso muita força
Para segurar
O mundo
de alguém.❞

— Elihr

— ☆ —

       Quando em casa Aizawa pegou dois achocolatados em sua geladeira enquanto Izuku permanecia no sofá. Entre eles havia um silêncio confortável, Shota não quis pressionar o garoto, então não fez perguntas nem o deu conselhos invasivos. Gostava do silêncio e imaginou que Izuku precisasse disso agora, de uma companhia silenciosa.

   Deu o achocolatado nas mãos de Midoriya que agradeceu com um sorriso cortês e sentou-se a seu lado. O sentimento era acolhedor, mas Izuku ainda sentia que algo estava errado sobre tudo isso, não conseguia acalmar sua mente, parecia que as coisas só haviam piorado, parecia que a sensação de segurança que sentiu era falsa, mas estava apenas negando e uma parte sua sabia disso. A parte que ainda queria Inko de volta, a parte que esperava por ela e não poderia deixar ninguém se aproximar. Tudo que Izuku sempre teve foi sua mãe, mas agora não tinha nada. Como poderia se sentir seguro com Aizawa? Estava apenas se apoiando na primeira coisa que apareceu em sua frente, não? Aizawa tinha sua vida e Izuku a dele, e não deveria atrapalhar a de seu professor.

   Olhou para o moreno apenas para constatar que havia pego no sono.

   — Gomene Aizawa-sensei. — Repetiu. Sentia o nó na garganta, as lágrimas que havia segurado mais cedo quando teve forças para recobrar o controle.

   Izuku está completamente quebrado e desamparado. Essa é a verdade. Sem Inko, Midoriya desmonta por completo, não consegue esquecer seu passado, não consegue resignificar a angústia em seu peito, não consegue fingir que as coisas estão bem, não consegue ter esperanças, mal consegue ter força para se manter em pé.

   Suspirou e foi em direção a janela. Não queria incomodar Aizawa e também não queria criar laços, sentia que depois de hoje poderia acabar deixando isso acontecer e acabaria sendo um empecilho para o moreno. Ele já havia deixado bem claro que não queria relações partenais entre eles e de certo, não queria nenhuma outra. Estava sendo solidário, como qualquer herói seria e isso não dá o direito de Izuku abusar de sua boa vontade. Apertou o peitoril da janela na tentativa de acalmar o formigamento em suas mãos e se lançou para fora. Usou não mais que 2% de sua quirk para correr pela parede do prédio sem cair e finalmente chegar ao chão.

   A noite ainda tinha tons claros do fim da tarde e o vento era frio. Izuku apenas observou por um momento seu redor. Captando os prédios cinzas, casas coloridas e pequenas conveniências com suas luzes de led. Andou quando conseguiu puxar o ar mais fundo em seus pulmões, tudo em si parecia doer, cada passo parecia um rastejar sofrego que mal conseguia manter e seu corpo continha uma sensação vazia. A tanto tempo não sentia que sua vida havia acabado mesmo enquanto vivo que não conseguia encontrar maneiras de se acalmar, mas continuou a dar passos atrás de passos até chegar a praia. A poucos quarteirões estaria em casa, porém também não queria ir até lá.

Eu Protejo Você |BNHA 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora