𝐕𝐈 - 𝐎 𝐄𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐋𝐢𝐧𝐝𝐨

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❝Pela primeira vezSinto como se estivesse vendo O verdadeiro você

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❝Pela primeira vez
Sinto como se estivesse vendo
O verdadeiro você.❞

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       A sensação ameaçadora de Aizawa atrás dele o fazia arrepiar no sofá. Sabia que não estava certo quando avançou em Bakugou e não sabia ao certo porquê o fizera, não era do tipo que explodia pelos motivos errados, não por motivos mentirosos, mas ele virou um assunto proibido em seu interior, sabia disso. Pior, despertava todo ressentimento que Izuku pensou ter esquecido e perdoado durante os últimos anos.

   Balançou a cabeça para evitar de cair naquele precipício, era perigoso e extremamente difícil de subir de volta.

   — Gomenassai. — Pediu. Seus punhos apertaram na tentativa de conter a culpa que fluía em suas veias.

   Aizawa suspirou e andou para frente do esverdeado, sua faceta era a mesma de sempre. Não estava nervoso ao certo com Izuku, estava triste por ele. A raiva é a pior fase do luto, porque talvez ela nunca passe.

   — Vamos. — Foi tudo que disse ao dar as costas para o menor. Izuku não questionou, apenas seguiu com pesar e confusão, sinceramente não esperava coisas boas, talvez agora finalmente fosse expulso.

   — A raiva não é bom para um herói. — Shota parou quando estavam na praça em frente ao apartamento, manteve Izuku na sua frontal. — Desconte-a em treinamentos, a transforme em motivação, mas jamais a use contra outro alguém, nem seus inimigos, isso fará com que perca antes de sequer tentar. —

   Izuku ouviu em silêncio. Seus lábios apertaram quando deixou olhar cair, não queria o causar problemas e mesmo assim, estava ao lado de fora do apartamento sendo repreendido e gastando tempo de Aizawa, pior seria se estivesse com Toshinori, a culpa nunca o deixaria.

   Quando percebeu, as fitas de Aizawa agarraram seu tornozelo e o puxaram para cair ao chão. Entendia a pretenção do moreno e por isso antes que se encontrasse ao chão girou corpo, apoiou as mãos na terra seca e impulsionou para trás, voltando a ficar de pé. Sentia adrenalina se misturar a culpa, medo e a raiva adormecida que mantinha apenas para seu inimigo parecia sufocar e pesar seu corpo, fazia formigar e mal sentir seus membros, era a impulsividade tomando conta, o levando a correr até Shota que de todos os golpes, não esperava um abraço de Midoriya.

   Um abraço apertado e desesperado, as lágrimas saíam sem cerimônia e Izuku agarrava Shota para não ser visto daquela forma, talvez para ter o vislumbre de um lar como tinha com Inko, talvez porquê sentia-se fraco, porquê estava chorando com Shota pela segunda vez quando seu interior recusava lágrimas a qualquer outro.

   Sentiu a mão áspera de Aizawa em seus cabelos, o pequeno carinho conseguia o acalmar, como se disse-se que está tudo bem, a outra mão em suas costas mantinha mesma mensagem: "você está seguro aqui".

   — Não matei ela Aizawa-Sensei. — A voz recortada pelos soluços. Não houve tempo para o responder. — Não quero decepcionar mais ninguém, Bakugou tem razão! — Pelo desespero em sua voz, Aizawa se manteve quieto; sabia que Izuku estava sofrendo, sabia que o garoto se sentia sozinho, abandonado, sabia que havia criado um muro entre ele e o restante do mundo, que se sentia seguro em torno da própria dor, porque assim ao menos, não veria ninguém o machucar mais. Shota sabia mais que ninguém como a solidão e desconfiança podem destruir uma criança pelo resto de sua vida. Apertou esverdeado mais forte e deixou, deixou que continuasse a chorar e desabafar em frases incompletas, porque mesmo que o peso que estivesse carregando fosse insuportável ao ponto de precisar chorar com ele, Izuku ainda não conseguia dizer, não podia dizer de forma clara tudo que pesava em seu peito e sufocava seu corpo.

   Aizawa continuou a acariciar os cabelos do esverdeado, conseguia apoiar o queixo em sua cabeça devido a proximidade e o fazia para que pudesse segurar Izuku por inteiro, fazia porque gostaria de ter sido confortado dessa forma quando quebrava tão desesperado para que o mínimo de sua dor fosse embora.

   O silêncio se estendeu, demorou longos minutos até Midoriya ir diminuindo seus soluços e limpasse as lágrimas. Shota não forçou quando o viu engolir o restante do choro, limpando as últimas lágrimas teimosas na substituição de um sorriso quebrado e uma desesperança avassaladora em seus olhos. Aizawa nunca pensou que veria seu aluno tão destruído. Izuku fungou uma última vez e quebrou silêncio ao mesmo que desvinculava-se de vez dos braços do moreno. Ele riu amargo.

   — Eu não posso mesmo ser um herói. — Aizawa sentiu a própria respiração falhar por um segundo. — Desculpe. — Agora olhava diferente para Shota, o moreno não soube o que Izuku gostaria de dizer realmente, não sabia ler o silêncio de seus olhos, não sabia o que fazer com a desistência da vida que consumia a expressão do esverdeado. — Eu ainda posso pedir emancipação, então você ainda pode só cancelar os papéis de adoç-

   — Não. — interrompeu. — Não vou deixar que desista dos seus sonhos. — Suas mãos seguraram firmemente os ombros de Midoriya, o olhar do esverdeado cravado em suas orbes obsidianas como sol buscando espaço entre as nuvens escuras, como quem busca uma última esperança. — O mundo não é justo, nunca foi, mas isso nunca te fez ser culpado pelo que os outros fazem de mal ou pelas decisões que te obrigam a tomar. O mundo vai estar contra você o tempo todo, Miodriya. — Abaixou para que pudesse olhar de forma mais direta em seus olhos e completou com firmeza: — Mas eu sempre vou estar ao seu lado. —

   O brilhos nos olhos esverdeados surgiu de forma gradual, mas foi lindo de se observar. E Izuku não soube explicar a sensação de segurança que se alastrava em seu corpo ao observar a face seria de seu professor, nem como sua imagem parecia divina em meio céu nublado daquela tarde em Musutafu, mas algo nos olhos enegrecidos de Aizawa pareciam brilhar tão intensamente para ele em meio a uma sombra de dor e sufoco que pareciam espelhar seus sentimentos nos últimos anos, como se Shota pudesse o proteger para sempre porque entendia, entendia o que revirava seu estômago as madrugadas e fazia isso de forma tão acolhedora que Midoriya não poderia discordar. Admirou Toshinori por anos porque era esperança do mundo, das pessoas, era como sol, mas Aizawa,
   Aizawa Shota era o eclipse mais lindo que Midoriya Izuku já vira.
  
   — A- arigato. — soprou no ar ainda sentindo olhar sério de Aizawa em si. Viu sorriso do moreno surgir.

   — Vamos entrar agora, está frio. — Midoriya apenas concordou em silêncio

Continua.

É sobre, uma hora escrevemos vários caps de My green Cat e da bloqueio e dps a gente sai do bloqueio de outra fic, no caso essa kkkkkkkkk

Espero que estejam gostando e N desistam desses fofinhos.

Obrigada pela leitura <3

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Oyasumiii~
  

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