❝𝑀𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑟𝑎𝑚𝑜𝑠, 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜𝑠.❞
Sozinho. É assim que Midoriya está, sem sua mãe seu mundo desaba sem chances de reconstruir enquanto tudo afunda em dor como...
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❝Amar é uma perda de tempo. Mas o tempo é mesmo para ser perdido.❞
— ♡ —
Midoriya tinha a água quente do chuveiro em suas costas, não se movia dentro do Box enquanto encarava a água escorrer pelo ralo. Seu corpo carregava sensação de fraqueza, mas lhe era suportável, sabia que era por sua crise de choro e estava envergonhado demais agora. Aizawa já tinha tomado seu banho primeiro por insistência sua. Então quando saísse teria de encarar o moreno e não sabia ao certo como o fazer. As últimas horas não saíam de sua mente. Não sabia como teria terminado se Shota não tivesse ido atrás dele, mal havia percebido que estava indo para o fundo do mar.
Massageou a nuca e ergueu a cabeça para deixar a água quente escorrer por seus cabelos e cair. Suspirou. Tinha medo, medo de tudo agora. Inko era seu alicerce, o lugar seguro, onde todas as coisas se tornavam menores e insignificantes, mas agora precisava aprender a se manter sozinho, já havia causado transtornos demais a seu professor. Desligou chuveiro e se trocou, vestiu a camiseta larga verde de seu pijama e uma bermuda.
Viu Aizawa com seu gato preto no sofá. Estava brincando com suas patinhas enquanto gato ronronava em resposta. Se aproximou sabendo que não poderia escapar da conversa que viria, mas ainda permaneceu atrás do sofá.
— Esse é o Salen. — Falou Aizawa. Izuku riu.
— Não sabia que gostava de coisas de bruxaria. — Brincou. Viu um sorriso macabro crescer na face do moreno.
— Hehe, é melhor tomar cuidado Midoriya, eu e meu gato sabemos feitiços perigosos. — Brincou de volta erguendo gato em frente seu rosto.
Por um momento a espinha de Izuku gelou e ele riu sem jeito. Primeiro, aquele sorriso realmente foi assustador e segundo, não esperava isso do moreno, não sabia que ele teria senso de humor e se repreendeu por isso. Teria fingido medo se o rostinho peludo e redondo de Salen não fosse tão fofo. Se aproximou do gato e fez carinho nos pelos macios e ouviu Aizawa sorrir soprado, ele abaixou gato após ele miar, isso fez seus rostos ficarem próximos demais. Izuku lembrou de como estavam na praia, detalhe antes que não havia percebido. Lembrou da imagem de cabelos molhados e escorrido de Aizawa em cima dele, tão próximo como agora, a imensidão das estrelas no fundo enquanto tinha aquele eclipse no olhar compondo a paisagem e corou. Pigarreou enquanto se afastava e ignorava a expressão confusa do moreno.
Rodeou sofá para poder sentar ao lado do moreno e deixou que o gato tomasse conta de seu colo. Sorriu para o felino pomposo e manteve o silêncio.
— Estava indo para casa? — Shota perguntou, mas sabia a resposta. Viu Midoriya prender a respiração e mordeu os lábios.
— Sim. — Respondeu. Aizawa suspirou.
— Izuku, preste bem atenção. — Seu tom era sério, Midoriya se remexeu um pouco ao ouvir seu primeiro nome. Olhou para face seria de seu professor. — Essa é a sua casa agora. Você não tem lugares para onde precise voltar mais. — Sentiu a mão do moreno acariciar seus cabelos molhados. — Esse é o seu lugar agora. — Sorriu.
Algo se remexeu no peito de Izuku, um conforto estranho, mas bom. Tem algo naquele dia que estava deixando Midoriya encantando, o sorriso de Aizawa era lindo e não sabia como reagir as várias vezes que estava o recebendo. Ele abaixou a cabeça para salen em seu colo, mas com um sorriso fino nos lábios.
— Aizawa-sensei, desculpe por todos os problemas de hoje. — Pronunciou. — Não precisa se preocupar demais, daqui a pouco é a formatura. Posso me virar sozinho. — Explicou.
— Você é um garoto teimoso. — Reclamou. Izuku riu. — Mas está certo, a formatura está batendo na porta, tem alguma ideia do que planeja fazer? — Alcançou o rosto felino de seu gato para o dar carinho, enquanto Izuku ainda deslizava mão pela barriga de Salen.
— Vou procurar um emprego como herói no Brasil. — Respondeu. Shota pareceu surpreso.
— No Brasil? Por que tão longe? Há vagas em países vizinhos. —
— Eu sei, mas um herói precisa ir aonde pessoas precisam ser salvas. — Respondeu. Shota sorriu.
— Tem razão garoto, boa sorte. — Se levantou do sofá. — Mas essa sempre será sua casa agora, ok? Volte quando quiser. — Disse enquanto seguia para o quarto. — Não durma tarde, boa noite. —
— Oyassumi, Aizawa-sensei. —
Viu moreno sumir no corredor e suspirou um pouco aliviado. Apesar da conversa, Aizawa não o forçou a dar explicações, gostava disso em Shota, ele respeitava seu espaço. Ele estava lá quando precisava e isso era o suficiente, as palavras não eram uma necessidade entre eles.
— Salen, esse cara é um limão azedo no trabalho, como que você nunca contou pros alunos dele que ele é um coração mole? — Riu. O gato miou algumas vezes. — Ah entendi, é um segredo seu. — Brincou.
Levantou do sofá com gato em seu colo e alcançou o corredor. Observou a porta fechada do quarto de Aizawa por alguns segundos antes de adentrar o seu e deixou gato na ponta da cama.
— Ser humano, não é nada fácil Salen. — Disse enquanto jogava o cobertor na cama. — Quem me dera nascer um gato igual você, poderiamos dividir esse coração mole do Aizawa-sensei. — Riu. — Oyasumi. —
- Miau.
E naquela noite Izuku teve um sono tranquilo, onde era um gato verde livre e feliz.
Continua.
Vi a oportunidade e usei kkkkk pra quem leu My green Cat pegou.
Dois fofos, está na hora de começar a desenvolver um pouco esse romance lindo.
