𝐈𝐈 - 𝐄𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞

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❝E se dormir for a única forma de me salvar,Então não me acorde pela manhã, querida

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❝E se dormir for a única forma de me salvar,
Então não me acorde pela manhã, querida.
Não me acorde nunca mais.❞

Satu-chan♡

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       O orfanato por alguns meses antes de completar seus 18 anos não era um problema sério, embora isso pudesse custar sua graduação do terceiro ano na U.A. suspirou ao se pegar pensando naquilo novamente, não conseguia esquecer as consequências ocasionadas pela falta da mãe, o que lhe apertava em si, não eram os problemas, mas sim de que o fato deles existirem comprovam continuamente de que Inko não está mais aqui.
 
   Encarou a mesa vazia em sua frente, toda sua expressão carregando cansaço e dor, sentia como se o mar estivesse calmo dentro de si, sem tempestades, apenas um céu nublado e obscuro acima de um mar extremamente calmo, entorpecido. Talvez fosse pela saudade, talvez por estar se impedindo de sentir, talvez fossem os dois.
 
   — Izu-kun. — Uraraka se aproximou, as mãos em concha sobre seu peito e um olhar caído observou a penumbra que se formou nos esmeraldas gélidos. Franziu a sobrancelha pela vontade repentina de também chorar e abraçou o amigo, a posição um tanto desajeitada por estar em pé e Izuku sentado, mas não se importou. Apertou forte como se pudesse tomar um terço de sua dor.
 
   Engoliu a vontade de derramar algumas lágrimas junto da amiga em plena sala e apoiou sua mão sobre um dos braços envolto de sua garganta. Uraraka sempre fora sentimental, era uma de suas características marcantes, daquelas que se percebe assim que a conhece, por isso não duvidou em nenhum momento das lágrimas silenciosas dela nem a forma trêmula que ela o abraçava, estava sofrendo junto dele.
 
   Segundos depois o som da porta sendo empurrada em intervalos pequenos trouxe o professor Aizawa em seu saco de dormir. A áurea ao seu redor não havia mudado nem um pouco, ainda sim parecia mais sombria quando Izuku o olhou depois daqueles três dias sem o ver, na verdade, sentiu seu peito apertar como se denunciasse que aparência do professor não era muito diferente da sua no momento, que o ar frio e deprimente carregado de cansaço e tristeza, eram o mesmo que estava carregando consigo.
 
   Aizawa parou diante a lousa, relutantemente saindo de seu saco amarelo e tendo atenção chamada pela morena em pé abraçada ao esverdeado, a sala tinha um silêncio perturbante para si, seus alunos quietos naquele nível parecia assombroso e de fato era.
 
   Quando Uraraka se desatou do amigo para ir se sentar, deixou que seu rosto pudesse ser visto novamente, já que se escondia em seus braços antes. A visão foi um tanto perturbante quando Shota teve o contraste de ver como aqueles olhos que sempre brilharam com tanta intensidade que poderiam competir com sol agora escurecia como num eclipse.
 
   Numa comparação barata pode pensar numa mistura de si com Todoroki, como se Izuku aceitasse o inferno a sua volta, mas também se apegasse a ideia de que se fosse frio e ignorasse todos os sentimentos como Todoroki, pudesse ser menos doloroso. Aquilo definitivamente é problemático e incômodo, muito incômodo.
 
   Ele soube por All Might quando se encontraram no café sobre a morte de Inko, o loiro ainda usava o terno e provavelmente tinha acabado de sair do cemitério, havia as notícias passando na teve sobre o ataque e sobre a vítima Inko Midoriya e seu filho como um herói que não pode salva-la e como toda situação era extremamente triste e chocante, mas naqueles dias Shota esteve ocupado dando aulas e fazendo patrulha sem tempo para ver as notícias.
 
   Olhando a forma pálida de Izuku, Aizawa quase poderia confundir quem realmente morreu.
 
   — Midoriya. — Chamou-o. O garoto ergueu olhar vagarosamente como se não esperasse ser chamado e estivesse checando que não foi engano. — Vá para casa. —
 
   O esverdeado tinha uma licença de sete a dez dias para ficar em casa. Aizawa apenas não considerou que ele não tinha mais um lar e ficar diante aquelas paredes era ainda mais cruel.
 
   — Eu não... quero. — A voz saiu baixa e fraca, quando seu olhar se prendeu novamente a mesa vazia da sala, Shota ponderou e aceitou, era melhor que não ficasse sozinho de todo jeito.
 
   Virou-se para dar continuidade a aula. Por si só, dar aulas era irritante e cansativo, mas aquele clima poderia acabar com restante de sua paciência.
 
   Aquele garoto!
 
   Sua quirk deveria ser Áurea! Não importa o que ele sinta está sempre transmitindo a todo seu redor!
 
   Era fácil se sentir esperançoso com Izuku por perto, agora no entanto é difícil dar aula sentindo tanta negatividade o puxar para o chão. Ele virou para checar o garoto, Izuku suspirou lento enquanto lutava com seus olhos para o manter erguido a lousa e dar atenção a aula.
 
   Aquilo era deprimente demais, até para ele. Doía só de olhar!
 
   Aizawa se sentiu preocupado com garoto, mesmo estando de luto, Izuku não deveria estar nesse estado. O que Inko Midoriya, realmente representa para ele?
 
   O professor suspirou largando giz, não é de sua conta de qualquer forma, mesmo preocupado sabe que não deve se meter. Sentou-se diante mesa ao canto da sala onde poderia ver toda a sala e assistiu esverdeado com muita dificuldade, completar sua lição.
 
   Tentou não se manter preocupado ao pensar que Toshinori estaria cuidando dele, o loiro havia dito que o adotaria, embora estivesse com receio. Parecia que Midoriya não estava confortável ao seu lado, mesmo assim deveria aceitar, foi o que respondeu naquele dia. Era uma questão de lógica básica: aceite e viva com seu ídolo e mentor e termine sua graduação na U.A, ou recuse e perca tudo isso sendo afastado até mesmo da cidade onde nasceu. Mesmo com tudo isso olhando para o garoto agora, parecia que o daria um não tão firme que chegaria quebrar o coração de vidro de Toshinori.
 
   Decidiu que seria melhor apenas dormir pelos 25 minutos restantes da aula, seria melhor que presenciar roda aquela angústia crescente que Midoriya transmitia. Preocupado ou não, Shota Aizawa não tem nada haver com isso.
 
   Izuku olhou de relance o professor, queria poder dormir tanto quanto ele. Aizawa está sempre parecendo um morto vivo, mas quando dorme parece bem bonito, sua expressão suaviza e é como se estivesse no melhor lugar do mundo, Izuku também quer ir para esse lugar, um lugar que parece não haver dor.

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CONTINUA

N/A: Aizawa abraça o Izuku plmds! Seu marido precisa de beijinho!

Avisem sobre qualquer erro de escrita por favor.

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Obrigada pela leitura🖤

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