𝐕 - 𝐂𝐚𝐬𝐚

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"Pessoas sãoTemporárias"

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"Pessoas são
Temporárias"

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       Aizawa veio logo atrás quando Izuku destrancou a porta e adentrou sua casa. É bem maior que a sua e pensou se o espaço pequeno de seu apartamento não soava sufocante para o menor.

   Ele viu Midoriya de imediato escurecer sua face ligeiramente, a dor parecia gritar por seus olhos, mas ele ainda sorriu.

   — Vou pegar algumas roupas. — Avisou ao mesmo que subia as escadas.

   Shota entrou ali para não o deixar sozinho, embora não tivesse intenção se segui-lo pela casa também. Passeou seus olhos pela ampla casa sentindo a solidão apossada de cada móvel, mesmo nunca tendo vindo a casa de seu aluno antes. Não é como se precisasse também. Você sabe como é a perda, não é?

   Ele torceu um dos cantos de sua boca e desviou seus olhos como se pudesse dissipar seu pensamento em conjunto.

   No andar de cima, Izuku fechou a porta e se permitiu ficar parado no quarto em completo silêncio. Os Midoriyas não eram barulhentos, mas de certo também não eram tão silenciosos e isso incomoda seu espírito a cada som nítido daquele relógio que nunca fora notado antes.

   Seus sentimentos sempre alteravam entre entorpecimento e uma dor nauseante. As vezes sua mente não podia se impedir de pensar que Inko estava viva e se voltasse para casa, as luzes estariam acessas e ela estaria o recebendo com amor. Porém quando chegou tudo esteve como exato oposto assim como a primeira vez que voltará para casa depois de sua morte.

   Seu corpo parecia ondular como as águas do mar, tentando por meio da sensação afastar os fatos que ainda não conseguia aceitar. Seus olhos cerraram numa tentativa frustrada de não chorar e falharam teimosamente. Seu pulmão retorceu como carne sendo trançada e fatiada, estava ponto de deixar seus joelhos cederem quando ouviu a voz de seu professor soar do andar debaixo:

   — Midoriya! Pegue logo suas roupas. —

   Sinceramente, não queria deixar seu aluno passar tempo demais ali ainda estando tão sensível, embora soubesse que se fosse da vontade do esverdeado o daria o tempo que preciso, mas não estavam aqui por que Midoriya escolheu vir. Estavam ali porque sua mãe morreu e ele tivera de ser adotado provisoriamente e mudar de casa, porque precisava pegar suas roupas e aceitar que não havia mais volta. Não haveria mais manhãs confortáveis e folgadas com cantarolar no andar de baixo e cheiro de café.

   Shota andou pelo meio da sala, apesar de querer, não se sentou no sofá, aquela casa parecia um pequeno santuario que deveria manter-se. O cheiro doce de pães que parecia característico, o clima feliz espalhados pelas cores vivas e distribuidas da casa traziam conforto e hospitalidade. Aizawa quis por algum momento, apenas sentar no sofa e se juntar aos moveis que se mantinham com uma lembrança tão viva e convidativa, mas ele jamais fez parte destas lembranças.

Eu Protejo Você |BNHA 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora