❝𝑀𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑠 𝑐𝑢𝑟𝑎𝑚𝑜𝑠, 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜𝑠.❞
Sozinho. É assim que Midoriya está, sem sua mãe seu mundo desaba sem chances de reconstruir enquanto tudo afunda em dor como...
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❝Toda vez que eu me aproximo de você, eu fico sem forças com o jeito que você me olha. ❞
— Magic.
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— Desculpe Toshinori, não posso aceitar. — Seu tom era baixo e delicado soando com gentileza a recusa, quase mais como se estivesse agradecendo do que qualquer outra coisa.
Toshinori suspirou antes de fechar os olhos para relutância do garoto e então apoiou sua mão em seu ombro como vinha fazendo muitas vezes.
— Tente achar alguém com quem possa ficar então, não hesite em me pedir se não conseguir jovem Midoriya. — Ele sorriu fino para o garoto antes de seguir caminho até a cafeteira.
Izuku observou sua forma se colocar ao lado de Aizawa com uma culpa insistente. Estava sendo ingrato? Egoísta? Sabia que sim, porém mesmo ponderando tantas vezes não conseguiu mudar sua opinião.
All Might já é o pai que Izuku nunca teve, ele mesmo não negaria isso a ninguém que perguntasse sobre as coisas que Toshinori representa para ele, mas de certa forma sentia que se aceitasse estaria traindo Inko e o elo familiar deles, seria como tentar colocar Toshinori no lugar vago.
Além de ser terrível também seria egoísta, All Might já fez muito por ele, não deveria se apoiar nas costas do loiro daquela forma e mesmo que não fosse intenção do homem, a última coisa que Izuku queria era ver o sorriso enorme de All Might reverberando por seus ossos transmitindo que tudo está bem. Não tem nada bem, ele não quer agir como se Inko nunca tivesse existido ou como se sua partida não fosse tão impactante.
Ninguém nunca conseguiria substituir o lugar de Inko, mesmo com a melhor das intenções ou intimidade, mesmo que pudesse fazer ele se sentir seguro como ela fazia, ninguém teria como melhorar seu dia com um simples sorriso e saber o que ele está passando sem precisar contar.
De qualquer forma, sua preocupação agora deveria ser de como não ser retirado da escola para sabe-se lá onde seria o orfanato mais próximo e com vaga.
Nedzu observou o dilema que se formava na cabeça do garoto enquanto convencionalmente decidiu comentar:
— Oe Midoriya. — Chamou o garoto para garantir ter sua atenção. — Que tal se pedir para algum outro professor ou parente de um amigo? — Sugeriu enquanto furtivamente lançava um olhar à Aizawa que, distraído com seu café e pensamentos alheios, não notou.
Um silêncio se estendeu enquanto Midoriya seguia olhar de Nedzu e Toshinori fazia o mesmo. Shota só ergueu a cabeça segundos depois buscando entender por que sentia algo de errado com clima daquela sala.
— Peça ao Mic. — Respondeu a pergunta silenciosa. Viu Izuku cogitar a ideia em sua expressão e silêncio.
— Ok, arigato Aizawa-sensei. — Foi a última coisa que disse antes de se virar para sair. Shota gostou de ver o brilho determinado em seu olhar, ter aquela neblina densa e triste carregada em seus esmeraldas durante todo aquele período da manhã foi algo que o incomodou bastante, e se sentia um pouco mais confortável agora.
Ele não saberia dizer se era algo natural de Izuku conseguir afetar a todos com sua áurea ou se seria apenas uma preocupação martelante sua o lembrando do passado e das coisas pela qual passou, com medo de assistir Izuku cair pelo mesmo precipício.
— Isso vai ser divertido. — Comentou o diretor retoricamente.
Aizawa terminou o último gole de café em seu copo descartável e junto dele seu último momento de paz pelas próximas horas.
Passeou pelos corredores ocasionalmente encontrando Izuku pedir pela adoção a Mic e ser recusado, e acabou por se deparar com a mesma situação diversas vezes, com todos recusando o pedido do esverdeado. Viu todas suas tentativas frustradas não chegarem aos pés de um sim e se perguntou como derrepente todos aqueles professores ficaram tão frios ao ponto de sequer recusarem com mais suavidade ou tentar ajudá-lo com uma sugestão ou outra.
Seu segundo caderno de anotações já havia acabado quando Shota percebeu que nos últimos instantes esteve seguindo Izuku ao invés de apenas o notar pelos cantos. Se repreendeu mentalmente.
Viu Izuku afundar o lápis em seus cabelos afim de coçar impaciente sua cabeça enquanto parecia reler os nomes riscados no caderno. Seu corpo automaticamente congelou quando Midoriya o lançou um olhar de onde estava e começou a vir até onde se escorava, começou a pensar o por que de não estar dormindo se teve tanto tempo livre para seguir o garoto por aí e evitar a situação de agora.
Ele só pode bombardear sua mente com pânico pensando em como seria desagradável o recusar pela segunda vez depois de o ver tentar como louco.
— Aizawa-sensei. — Seu tom de voz soou com seriedade. — Me ajude a convencer Yamada-sensei. —
Shota ficou branco! A expectativa que ele sequer perceberá ter erguido desmoronou por terra em segundos. O moreno suspirou tanto para se recompor, quanto pelo desespero do garoto.
— Midoriya. — Sua voz saiu concentrada. — Aceite o pedido de All Might. —
Izuku vagamente abaixou sua cabeça outrora erguida com tanta convicção e deixou seus olhos serem novamente dominados por aquela tristeza e ressentimento.
— Eu não posso. — Rebateu baixo, embora a firmeza em sua voz misturada a dor ainda fossem claras.
— Por que não? Quer ficar na escola não é? Apenas aceite e não complique ainda mais. — Voltou a dizer. Ele não sabia que motivo era esse que prendia Midoriya. — Em situações de desespero não escolhemos pelo que queremos, aceitamos o que temos, não esqueça disso. —
Viu os olhos de Midoriya tremerem com suas sobrancelhas franzidas e todo seu corpo se expremendo em si mesmo como se estivesse tentando se conter.
— Ainda tenho MidNight, eu acho que ela vai aceitar. — Pareceu dizer apenas para si mesmo.
Shota estremeceu só de pensar na possibilidade. Izuku definitivamente não deveria tentar pedir para aquela mulher tarada sem escrúpulos! Que tipo de caminho ela guiaria seu precioso aluno? Até Izuku tinha receio para a considerar como as últimas das opções.
Segurou o ombro de Izuku para que não avançasse mais pelo corredor até onde estaria a mulher. Midoriya o olhou por cima do ombro vendo a expressão de Shota contorcer em agonia e esperou enquanto moreno debatia mentalmente consigo mesmo o que deveria fazer.
Ele não serve para cuidar de pessoas, mal sabe cuidar de si mesmo! Ainda sim, as coisas deveriam ficar bem, se estivesse certo não faltava menos de 3 meses para o aniversário de Izuku, em breve ele faria 18 e seguiria sua vida sem Shota precisar se preocupar demais. Ele podia ser capaz de cuidar de alguém por três meses, certo?
— Esqueça, eu irei te adotar. —
Sentiu conforto invadir seu coração quando viu olhar de Izuku explodir como uma estrela prestes a criar uma nova galáxia. Embora Izuku não esperasse por isso após o não indireto do moreno quando o próprio diretor o sugeriu, ele não ousou questionar e despejou inúmeros obrigados para seu Sensei.
— Ok, ok já entendi. — Suspirou.
Enquanto Izuku deixava uma gargalhada gostosa escapar pela vitória do dia, Shota bagunçou os cabelos do menino e se deixou sorrir um pouco também.
_Extra_
— Oe, Midoriya vai pedir que vocês o adotem, recusem e ganhem um aumento. — Nedzu comentou com todos os funcionários. — E não deixem Aizawa saber. —
