Capítulo 9

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(Izuku) - To-tomura? O-onde e-eu tô?- disse o esverdeado em meio a suas lágrimas enquanto soluçava.

(Tomura) - Eu falei que iria te trazer de volta pra mim, meu querido. Estamos em um lugar seguro, ninguém mais irá colocar as mãos em você. Você é só meu.

 (Izuku) - Por favor... me deixa ir. Eles vão vir me procurar, e não vai ficar bom. 

(Tomura) - Ninguém virá. Até por que você está viajando com seu querido papai, e nem se quer deu um adeus para aqueles merdas que você chama de namorado, eles devem te odiar. - Falou indo em direção a cozinha.

Izuku travou. Como assim? Viajem? Com aquele canalha? Eles saberiam que era mentira. Certo? Sua mente estava uma loucura, ele acabara de ser molestado, queria tomar um banho para tirar a sensação das mãos percorrendo o seu corpo. Ele ainda estava nu, não conseguia processar o que ocorreu, Muscular que estava o molestando a menos de 5 minutos atrás, estava morto em cima de si. Mesmo que fosse poeira, ainda tinha uma morte no seu corpo. 

Ele queria morrer. 

Sem mais palavras, só a morte o chamava. 

Ele não se importava mais. 

Não aguentava mais. 

(Tomura) - Izuku. Por que ainda não se vestiu? Vá tomar um banho e limpar o seu corpo imundo. 

Imundo? Sim. Ele se sentia assim, ele era nojento, mas por que ele não levantava? Não saia do lugar. 

Sem esperar alguma reação do esverdeado, Tomura o puxou de forma brusca e o jogou dentro do banheiro. 

Foi um banho doloroso, não pela dor física, não, essa ele já se acostumou, tanto tempo sofrendo nas mãos de Tomura que se tornou uma rotina, mas não conseguir ver seus namorados, e saber que tudo ficaria bem era angustiante, ele queria tanto a presença deles.

Sentir o seu calor, a sua respiração.

Qualquer coisa seria melhor do que o escuro.

Se ele tivesse falado algo, se tivesse pedido ajuda.

Mas a solidão que tanto lhe parecia certa no momento, se tornou angustiante, a sensação de estar sozinho, desamparado, isso sim era assustador.

Ele só queria ficar em paz mas era impossível, nem no banho não teve descanso, Tomura lhe observava fixamente, parecia satisfeito com a morte do Muscular, mais satisfeito ainda por ter seu pequeno esverdeado consigo.

Aquela seria sua vida? Ficar sendo observado a cada passo, sem conseguir respirar livremente, sem estar perto de quem ele gostava? Se seria assim ele preferia morrer.

A morte seria a melhor saída.

Primeiro fixou sem seu pai, apesar de ter sido um alivio foram longos anos de sofrimento, depois o bulliyng, depois o seu ex-namorado que não o deixava em paz com o seu ciúme, e quando ele pensa em descansar, tem que enfrentar tudo novamente, a porra do seu ex volta pra trazer o inferno à terra.

Ele não podia ficar parado, não de novo.

Ele faria algo.

Só precisava esperar o jantar, ficaria calmo, e assim que tomura estivesse no sono profundo, ele fugiria.

Mas pra onde?

Ele não sabia quanto tempo ficou desacordado, não sabia aonde estava, nem como sair, seria essa a melhor solução? Ele não poderia fazer de outra forma? Talvez se ele demonstrasse amor o outro se enjoaria e o expulsaria... não isso não daria certo.

(Tomura) - Acho que você está pensando demais querido. Você está rasgando a sua pele.

Oh, sim. Ele esqueceu desse detalhe, ainda estava com nojo do toque do falecido então esqueceu de parar de se limpar (mais precisamente dizendo, parar de se desfigurar), grandes partes de sua pele sangrava levemente por conta de seus arranhões.

(Tomura) - Vamos, saía daí. Temos que jantar.

A toalha que foi jogada em si acabou entrando em baixo do chuveiro ainda ligado.

Isso era algo que ele não entendia, se Tomura o amava tanto por que não deixava ele ir e ser feliz, por que essa mudança de humor tão repentina?

Isso não era amor, era doentio pra caralho.

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⏰ Última atualização: Nov 09, 2023 ⏰

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