III

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P.O.V Barbara.

   Ando pela rua tranquilamente olhando para as lojas e pessoas andando pela rua ocupadas com suas próprias vidas.

   Floyd é uma cidade pequena, menos de 100 mil habitantes... Uma cidade linda do interior da Virginia que pouco se modernizou com o tempo. Paro um café e me sento em uma das mesas que estavam dispostas na calçada.

   Já faz alguns dias que não me alimento e preciso achar uma fonte, mesmo depois de anos ainda é difícil morder pessoas inocentes, então pesquiso bem antes de me alimentar.

    - Olá. - Uma voz chama minha atenção.

   Olho para cima vendo o garçom com um bloco de papel na mão e uma caneta.

    - Olá querido. - Sorrio abertamente. - Me chamo Barbara, mas pode chamar de Barbie...

   Ele sorrir de volta e ouço seu coração acelerar junto com sua pulsação. Eu estou acostumada a esse tipo de reação dos homens que encontro.

    - Eu sou... Sou... - Ele gagueja. - Sou Marcos... O que vai querer?

   Sorrio mais ainda achando fofo seu nervosismo.

   - O que você me recomenda Marcos? - Devolvo a pergunta.

    - Está meio frio, talvez um chocolate quente? O daqui vem com marshmallows e se quiser chantilly...

   Abro a boca para responder mas sou interrompida por um tumulto no bar ao lado. Um homem alto empurra outro mais gordinho porta a fora o jogando no chão.

    - Minha nossa... - Franzo o cenho.

    - Não liga Barbie, é só o velho Bark bêbado como sempre... Ele bebe até cair ou até o dinheiro acabar, o que acontecer primeiro... - Marcos explica.

   - Ele me parece velho para viver essa vida, ele não tem família?

   - Quem dera não tivesse, ele bate na mulher e não filhos... Todo mundo sabe que a coitada vive no hospital... - Balança a cabeça negativamente.

    Meu radar se desperta e meus instintos predadores ficam em alerta.

    - E ele mora perto daqui? - Pergunto despretensiosamente.

    - Mais ou menos, ele mora na reserva... Acho que quis um lugar no meio do mato para ninguém ouvir os gritos da coitada da esposa... - Me encara. - E então? Vai querer o chocolate?

   Vejo o homem se levanta do chão com dificuldade e cambalear dando alguns passos.

   - Acho que fica para a próxima queirido, preciso ir... Estou atrasada. - Me levanto.

    - Mas... - Interrompo seu protesto com um beijo em sua buchecha.

    Seu coração acelera mais uma vez e eu sorrio seguindo meu caminho, disfarçadamente atrás do bêbado.

    Eu poderia facilmente aborda-lo mas não quero que ninguém me veja com ele, afinal ele vai desaparecer... 

   Segui ele por mais alguns quilômetros até que vejo a placa que sinaliza a divisa da cidade com a reserva. Um pouco mata a dentro vejo que homem se apoia em uma árvore provavelmente tonto por conta da bebida.

    Me abaixo um pouco me preparando para ataca-lo, mas o sopra e com ele um cheiro que me faz olhar para os lados. O cheiro de cachorro molhado me deixa em alerta.

    Ouço um uivo que logo é seguido por outros.

    - Lobos...

    Minha audição sobrenatural me dá a certeza que eles estão próximos e não tenho tempo para pensar, apenas corro o mais rápido que consigo para fora da reserva.

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