02 - 𝖠𝖼𝖺𝗆𝗉𝖺𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝗆𝖾𝗂𝗈-𝗌𝖺𝗇𝗀𝗎𝖾

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A notícia do incidente no banheiro se espalhou na mesma hora. Aonde quer que eu fosse, os campistas apontavam para Percy e murmuravam algo sobre água de vaso sanitário. Ou talvez apenas olhassem para Annabeth e Alya, que ainda estavam bastante encharcadas.

Elas mostraram mais alguns lugares para Percy: a oficina de metais (onde as crianças forjavam as próprias espadas), a sala de artes e ofícios (onde os sátiros jateavam com areia uma estátua gigante de um homem-bode) e a parede para escalada, que na verdade consistia em duas paredes que se sacudiam violentamente, deixavam cair rochas, espalhavam lava e colidiam uma com a outra se a gente não chegasse ao topo bem depressa.

Finalmente retornamos ao lado de canoagem, de onde a trilha levava de volta aos chalés.

— Tenho treinamento — disse Annabeth secamente. 

— O jantar é às sete e meia. Você só tem de seguir o pessoal do chalé até o refeitório — Alya deu as informações sem nem olhar para Percy.

— Meninas, me desculpem pelos sanitários.

— Não importa. — Annabeth murmurou.

— Não foi minha culpa.

— Você precisa falar com o Oráculo — disse Alya.

— Quem?

— Não quem. O quê. O Oráculo. Vou pedir a Quíron.

Percy olhou para o lago, desejando que alguém o desse uma resposta direta pelo menos uma vez.

Ele não esperava que alguém estivesse olhando de volta para ele do fundo, portanto o coração dele deu um pulo quando notou duas meninas adolescente sentadas de pernas cruzadas na base do píer, cerca de seis metros abaixo. Vestiam jeans e camisetas verdes cintilantes, e os cabelos castanhos flutuavam soltos em volta dos ombros enquanto peixinhos passavam por entre eles. Elas sorriram e acenaram. Percy não sabia que outra coisa fazer então apenas acenou de volta.

— Não as encoraje — advertiu Annabeth. — As náiades são flertadoras incontroláveis.

— Náiades. — Percy repetiu, sentindo-se completamente estupefado. — Já chega. Quero ir para casa agora.

Annabeth franziu as sobrancelhas.

— Você não percebe, Percy? Você está em casa. Este é o único lugar na terra seguro para crianças como nós. — Alya falou.

— Você quer dizer crianças mentalmente perturbadas?

— Também, mas quero dizer não-humanas. Não totalmente humanas, de qualquer modo. Meio humanas.

— Meio humanas e meio o quê?

— Acho que você sabe.

Ele não queria admitir, mas sabia, sim. Sentiu um formigamento nos membros, uma sensação que às vezes o tomava quando a mãe dele falava sobre seu pai.

𝐄𝐍𝐃 𝐆𝐀𝐌𝐄, percy jacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora