Capítulo 4

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— Tem certeza que ela vai ficar bem?

Momo perguntou preocupada, olhando para a porta onde Nayeon estivera trancada pelos passados 6 minutos. Sana mordeu o lábio, balançando a cabeça.

— Eu não sei, mas também não sei o que fazer para ajudá-la.

Momo concordou, se encostando no mármore da pia. Desde que a aula começara e Tzuyu fizera Nayeon ir para a frente da classe explicar a matéria a garota estava chorando compulsivamente. Cada pergunta que a professora fazia enquanto a garota se esforçava para explicar sem gaguejar a deixaram mais e mais nervosa e ela saiu correndo da sala, tendo Sana e Momo atrás dela logo em seguida.

— Talvez devêssemos falar com a diretora? — Momo perguntou receosa. Sana passou a mão pelo cabelo e suspirou, negando.

— A senhora Jihyo e a senhora Chou são amigas, nada iria acontecer.

— Isso é injusto demais! — A coreana bateu o pé, estava indignada. Sana concordou.

As duas se calaram quando a porta da cabine abriu e uma Nayeon com olhos e nariz vermelhos saiu de dentro, enxugando o restante das lágrimas que caíam. Ela passou por Momo e Sana, que permaneceram em silêncio, e foi até a pia lavar as mãos e o rosto. Por fim, suspirou e se virou para encarar as outras duas tristemente.

— Vamos voltar para aula.

— Eu protesto! — Momo bateu o pé, inflando as bochechas. — Nós vamos realmente voltar para a sala de aula daquela sádica!? Isso é errado! E não é porque a escola compactua com isso que nós também devemos! Sana, você vem?

Sana encarou Nayeon, que olhava para o chão e suspirou novamente.

— Momo está certa, Nana. Vamos para minha casa depois da aula, está bem? Por ora, podemos nos esconder nas arquibancadas do ginásio e esperar a próxima aula.

Momo sorriu animada, se virando para a outra loira que parecia hesitar.

— É melhor não meninas, se Tzuyu pegar no meu pé de novo-

— Já teremos feito, mas você não está em condições de retornar. Somos suas amigas, vamos cuidar de você. — A morena pegou na mão dela, apertando gentilmente. Sana se juntou ao aperto logo em seguida.

— Sim Nana, estaremos lá com você. — A outra japonesa sorriu, os olhos novamente úmidos.

— Ela vai me culpar por fazer você fazer isso, ruiva. — A mais nova balançou a cabeça.

— Não importa, você é mais importante que um esporro. — Ela sorriu fraco. — Vamos?

Nayeon assentiu, apertando a mão de ambas enquanto as três saíam correndo pelo corredor até o ginásio rindo.

**

Tzuyu estava soltando fogo pelas ventas.

Fazia quinze minutos que ela havia voltado da ronda que fez pela escola inteira atrás de Sana e não havia visto a garota em lugar nenhum. Os alunos já haviam percebido que ela estava muito, muito irritada, e a prova era o teste surpresa que ela inventou em cima da hora na mesa deles. Seus dentes estavam trincados, sua mandíbula cerrada e seus olhos pegavam fogo. Em sua cabeça a única explicação para Sana ter sumido daquele jeito era a garota nova, Hirai Momo, e Im Nayeon, que pagariam muito caro quando Tzuyu  pusesse seus olhos nelas.

Se recostou na cadeira, encarando cada aluno demoradamente com o olhar mortal que sabia aterrorizar qualquer um. Sana jamais faria isso, jamais faltaria sua aula assim. Ela não dava a mínima para os outros professores, mas Sana tinha que estar presente em suas aulas. Jihyo obviamente não lhe daria acesso as câmeras do colégio agora, e isso a deixava ainda mais irritada. Ela com certeza não deixaria isso passar, e respirou fundo pensando que, dessa vez, teria que punir a Minatozaki também.

**

— Será que já podemos sair? Sem querer ofender vocês, mas está apertado aqui.

Momo e Sana olharam desgostosas para Nayeon, que se encolheu e baixou os olhos, murmurando um pedido de desculpas. As três estavam escondidas nas extremidades das arquibancadas. Foram obrigadas a isso quando um professor entrou procurando alguns encrenqueiros e checou debaixo das arquibancadas.

— Acho que está tudo bem, ele já foi.

Sana falou cautelosa. Nayeon e Momo deram um suspiro de alívio e as meninas se ajeitaram no chão e ficaram em silêncio por alguns segundos, tentando saber se o professor realmente havia ido embora. Depois, pegaram seus lanches e abriram para dividir entre si.

— Sana. — Momo chamou, ganhando a atenção da loira mais nova. — Desde quando a professora Chou é assim com você?

— Desde que começou a me dar aula ano passado. — Ela se encolheu. — Mas eu nunca fiz nada para ganhar essa atenção toda.

— Talvez ela seja doida. — Nayeon comentou dando de ombros, pegando um dos docinhos da lancheira de Momo enquanto a morena parecia pensativa.

— É, talvez. — Ela disse cautelosa. — Qual é a próxima aula de vocês?

— Química. — Responderam Sana e Nayeon juntas. Momo sorriu.

—A minha também, a última é Geografia.

— Biologia. — Nayeon respondeu com um biquinho.

— A minha também. — Sana falou com um sorriso culpado, vendo Momo murchar um pouquinho. — Mas não se preocupe, vamos te esperar para irmos até minha casa.

— Com certeza. — A mais velha concordou.

— Obrigada meninas. — Momo  sorriu largo.

— Amigas são para essas coisas. — A ruiva sorriu sem mostrar os dentes.

Ainda que, se dependesse de Tzuyu, essa amizade não fosse durar muito.

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