Sana respirou fundo, o choque percorrendo todo seu corpo enquanto a professora continuava olhando gentilmente para ela.
— Como, senhora? — Perguntou baixinho, mal ousando respirar.
— Venha, vamos almoçar.
— Mas-
Tzuyu já estava pegando sua mochila e puxando sua mão delicadamente para fora. Ela virou-se para olhar Momo e Nayeon com um olhar de desespero, enquanto as meninas a olhavam igualmente chocada. Mas Nayeon não perdeu tempo. Sacou logo o celular da mochila e começou a pesquisar furiosamente sobre as respostas do teste de Tzuyu.
A professora a conduzia em silêncio pelos corredores vazios da escola, puxando seu pulso com delicadeza, mas sem deixar espaço para que ela fugisse. As bochechas de Sana coraram quando ambas saíram da escola pelos portões do fundo, os quais o porteiro fingiu não ver sob o olhar intimidador da professora, e atravessaram até pararem em um pequeno, mas aconchegante restaurante.
Sana estava petrificada quando se sentaram a mesa e Lalisa puxou a cadeira para ficar de frente a ela, chamando uma garçonete em seguida.
— O que vai querer, Sana? — Ela perguntou calmamente, como se não tivesse arrastado uma aluna para fora da escola.
— Professora, eu preciso voltar e terminar seu teste.
Tzuyu tirou os olhos do quadro de comidas para olhar para ela. Suspirou.
— Um café. — Falou autoritária para a garçonete, que correu logo dali. — Eu já disse, você jamais reprovaria na minha matéria.
— Mas não é justo. — Falou baixinho, encolhendo os ombros. — Nayeon e Momo não fizeram nada e a senhora vai reprová-las.
— Elas merecem. — Tzuyu disse imediatamente, mas logo crispou os lábios e respirou fundo para conter a irritação. — Eu sei que o teste estava muito difícil, era para você ver como são as consequências dos seus atos. Você nunca agiu assim antes, Sana, você nunca faltou minha aula para se aventurar com amiguinhas pela escola. Elas não são boa influência para você, deve ficar longe.
— Eu não tinha amigos, senhora Chou. — Sua voz saiu quase embargada. Tzuyu olhou alarmada para ela. — Elas são legais comigo, me ajudam e me dão apoio. Eu gosto delas.
Sana se arrependeu imediatamente do que havia dito. Quase que imediatamente, a feição de Tzuyu se fechou e uma expressão sombria assumiu seu rosto.
— É uma pena que elas estejam nesse exato momento colando no meu teste. Vou ter que reprová-las. — Falou fria.
— Por favor senhora! — Falou desesperada, e agarrou a mão da professora sob a mesa. Os olhos de Tzuyu voaram para ela e Sana as recolheu na hora, as bochechas corando furiosamente. — E-eu não quis dizer isso! Somos só amigas.
— De um jeito ou de outro elas serão punidas por terem descumprido minhas regras. Você sabe como elas funcionam.
Sana baixou os olhos. Ela infelizmente sabia, e não teria jeito de escapar dos castigos de Tzuyu. Respirou fundo e olhou pela janela.
— Sinto muito senhora, mas vou passar no escritório da senhora Park mais tarde e assinar o termo de reprovação das suas três matérias.
— Não brinque comigo Sana! — Ela falou irritada, se aproximando dela na mesa. Sana recuou e balançou a cabeça.
— Não é justo, preciso fazer a coisa certa. São as únicas pessoas que me acolheram na escola, mesmo sabendo da fama que tenho. — Ela olhou para a professora. Tzuyu fechou brevemente os olhos. — Por favor, deixe o meu termo lá, irei assinar depois das aulas.
Sana se levantou, fez uma reverência e pegou a mochila no chão. Tzuyu respirou fundo, passando a mão no rosto com toda a raiva que uma pessoa poderia sentir. Rangeu os dentes, xingando mil palavrões quando levantou da mesa e saiu em passos pesados até a calçada, onde Sana aguardava para atravessar a rua, e agarrou o braço dela. A menina olhou assustada para trás, dando de cara com a feição em puro desgosto da professora.
— Tudo bem Sana. Não vou reprovar suas amigas. — Qualquer um podia ver que as palavras saíram com um esforço enorme por parte da professora.
— Sério?— Os olhos da loira brilharam. Tzuyu assentiu.
— Com uma condição.
— Qualquer uma. —A ruiva assentiu, ouvindo atentamente.
— Quero um trabalho para amanhã, no mínimo 25 folhas sobre o meu teste. As matérias que dei. E não quero saber que você ajudou nenhuma delas, me entendeu? — Sana assentiu eufórica.
— Nós o faremos senhora, vai ser o me-
— Nós não, Sana. Elas. Você não vai fazer trabalho nenhum.
— Mas- — Tzuyu lhe olhou severa e a menina tremeu, assentindo. — Tudo bem senhora.
Voltaram para dentro da escola com uma Sana pulando de alegria e uma Tzuyu de cara fechada. Assim que chegaram na sala, Momo e Nayeon esconderam o celular rapidamente, mas o de Nayeon caiu no chão com estrondo. A garota sorriu forçado para Tzuyu.
— Bom dia senhora. — Falou nervosa. Tzuyu a fuzilou com os olhos.
— Meninas! — Sana, alheia ao que havia ocorrido, foi saltitando até a mesa delas. — A senhora Chou deixou que o teste seja substituído por um trabalho. Vamos agradecer e almoçar!
— Sério? — Momo perguntou chocada e surpresa.
— Eu sei que tu me sondas. — Nayeon falou, quase desmaiando de alívio.
As três meninas caminharam até a mesa da professora, que estava parada de braços cruzados com a cara mais infeliz do mundo.
— Obrigada, senhora Chou. — E se curvaram.
Tzuyu olhou as outras duas com tédio e fez um gesto para que saíssem logo. Sana olhou para ela cheia de gratidão e mordeu os lábios, caminhando até Tzuyu e lhe dando um breve abraço antes de sair correndo da sala.
A Chou ficou estupefata, parada feito uma estátua com os olhos arregalados. Seu corpo mal assimilava o que havia acontecido e só após vários minutos é que ela despertou e se sentou na mesa, o corpo dormente e um sorriso que não conseguia tirar do rosto.
No corredor, Sana dava risadas infantis pelos beijos e abraços que recebia das amigas enquanto caminhavam até o refeitório.
— Eu não sei o que você fez, mas vou te amar eternamente! — Momo falou, apertando as bochechas da Minatozaki.
— Você seguiu ela no Instagram, não é? Eu sabia que daria certo. — A loira mais velha falou, orgulhosa. Sana e Momo riram com gosto.
— Mais tarde eu explico, vamos almoçar. Todo esse estresse me deixou faminta.
— E por favor, nos ajude nesse trabalho.
Sana mordeu os lábios e sorriu forçada. Tzuyu saberia, mas ela contaria isso para elas outra hora.
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Teacher's Pet • SATZU •
FanfictionOnde Sana é a favorita de Tzuyu, a professora mais cruel da escola. Adaptação Autorizada por @chaelisafeels