— Por que?
Foi Nayeon quem perguntou, curiosa. Tzuyu olhou feio para ela e a menina se encolheu, constrangida.
— Vamos Sana?
De olhos arregalados, a menina confirmou quase como um robô. Tzuyu deu um olhar fulminante para Momo e Nayeon e saiu conduzindo Sana para fora. Trocando olhares, as duas decidiram segui-las.
**
Sana sequer sabia o próprio endereço naquele momento. Tzuyu, muito tranquila, a conduzia calmamente pelos corredores até a mesma saída que as levaria para fora da escola. O porteiro novamente fingiu que não viu sob o olhar fulminante da professora. Momo e Nayeon, frustradas, voltaram para dentro da escola. A ruiva piscou ao dar de cara com o mesmo restaurante que foram no outro dia. A garçonete simplesmente deixou o cardápio e saiu correndo.
— Senhora? — A menina chamou assustada, vendo a calma que Tzuyu olhava o papel com atenção. A professora levantou seus olhos para ela. — P-pode me dizer o que viemos fazer aqui?
— Aparentemente as pessoas comem nesse lugar.
— Não. — A menina disse frustrada. — Digo, a senhora me trouxe até aqui depois da aula, não é muito ético para um professor.
Tzuyu ficou olhando para ela por longos segundos, fazendo a timidez de Sana voltar com tudo.
— Você acha que algo que venha de mim tem ética, Minatozaki? — Ela perguntou, se recostando calmamente na cadeira.
— B-bem, e-eu...
— Obrigada por responder. — Tzuyu fez um sinal para a garçonete. — Dois croissant de chocolate com café e uma caixinha de mochis.
A garota novamente saiu correndo, deixando Sana naquele momento constrangedor com sua professora. A menina abaixou a cabeça, brincando com os dedos.
— Quer dizer que a primeira vez que você fala comigo pelas redes socias é por suas... amigas?
Sana não deixou de notar o leve tom de desprezo na voz dela, mas não ousou levantar o rosto enquanto suas bochechas esquentavam. Tzuyu, por outro lado, tentou reprimir o sorriso ao vê-la corar. Achou extremamente adorável.
— Sinto muito senhora, não queria incomodar a senhora. Prometo que não faço mais.
Tzuyu suspirou. Realmente, Jihyo tinha razão, mas ela preferia dar um tiro em si própria do que admitir isso para a morena.
— Eu gosto de você, Sana. É muito diferente daqueles abutres da sua sala.
— Eu também gosto da senhora, senhora Chou. — Tzuyu abriu um sorriso gigantesco, quase fechando os olhos. — É uma professora excelente.
O sorriso caiu do rosto de Tzuyu e ela limpou a garganta, desviando o olhar. Ela quase podia ouvir Jihyo rindo.
— Eu agradeço o elogio, Sana. É bom saber que alguém dá valor ao meu profissionalismo. — A Minatozaki queria muito dizer que ela não era muito profissional, mas ficou em silêncio e assentiu.
— Bom, a senhora quer almoçar comigo e as meninas amanhã? Tenho certeza que vai ser legal se ficar conosco.
O coração de Tzuyu começou a bater mais forte. Ela nem se importou que Sana lhe estivesse pondo na mesma mesa que aquelas duas outras garotas.
— Suas amigas não vão gostar da minha presença. — Sana a espiou pelo canto dos olhos. Ela tinha um sorriso irônico no rosto. — Estarei lá.
— Isso é bom. — Ela sorriu tímida. — Podemos conversar como amigas, é um começo, não?
— É sim. — Tzuyu abriu um sorriso lindo, fazendo Sana desviar o olhar envergonhada.
— O que gosta de comer, senhora Chou?
— Por incrível que pareça, croissants sempre foram meus preferidos. Mas sinto falta da comida taiwanesa.
— Sempre pensei em visitar Taiwan, acho os templos muito lindos e também a arquitetura.
Tzuyu ficou lá, sentada e com um sorriso idiota no rosto ouvindo Sana tagarelar sobre seu país. Seu peito estava quentinho, qualquer um notaria de longe o olhar idiota que ela tinha no rosto. Nenhuma das duas tocou nos croissants ou no café, mas Tzuyu levou os mochis, e Sana foi a primeira da turma a ter permissão para comer dentro da sala de aula.
**
— Fica calma Tzuyu, ela só te convidou porque você é velha e sozinha.
— Eu tenho 23 anos.
— Velha.
Tzuyu revirou os olhos, se encostando na cadeira do escritório de Jihyo e sorrindo largo, olhando para o nada. A Park fez cara de nojo.
— Você tem que parar de ser assim.
— Assim como?
— Se eu falar vou te ofender. — Tzuyu novamente revirou os olhos. — Mas sério Tzuyu, a menina só quis fazer uma caridade. É sua chance de mostrar que pode ser uma pessoa gentil.
— Eu não quero ser gentil com elas. Vai você fazer gentileza.
— Você é mesmo insuportável! Eu tento te ajudar e você não me escuta. Vai morrer sozinha!
Tzuyu decidiu ignorar enquanto Jihyo tagarelava, alheia ao olhar sonhador da amiga.
**
— Você é maluca!?
Momo perguntou perplexa, olhando para Sana como se ela fosse um bicho de sete cabeças. A japonesa mordeu os lábios.
— Ah qual é, meninas. Tenho certeza que Tzuyu vai ser super educada amanhã.
— Ela está maluca. — Nayeon concluiu, comendo sua barrinha de chocolate. Momo passou a mão pelo cabelo.
— Escuta Ruiva, aquela mulher tem um leve desvio de caráter muito duvidoso. Ela vai ser o karma em pessoa para nós duas.
— Ela é uma pessoa legal, percebi isso hoje.
— Ai amiga, eu ia te falar mas vou deixar você descobrir. — A loira mais velha falou como quem não queria nada. Sana franziu o cenho.
— Falar o que?
— A questão não é essa. — Momo desconversou rápido, chamando a atenção da mais nova. — Tzuyu pode ser boa com você, mas não conosco.
— Olha, façamos assim. Se ela não se comportar, eu mesma digo e nós saímos da mesa, está bem? Mas por favor, acho que vai ser legal.
As duas amigas suspiraram, olhando o bico pidão da mais nova. Elas sabiam que iam se arrepender amargamente disso, mas não conseguiam dizer não para Sana.
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Teacher's Pet • SATZU •
FanfictionOnde Sana é a favorita de Tzuyu, a professora mais cruel da escola. Adaptação Autorizada por @chaelisafeels