Capítulo 15

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Interajam minha gente, isso desmotiva qualquer um.




Sana mordeu os lábios enquanto os segundos passavam se arrastando na sala de aula.

Tzuyu estava mais intimidadora do que jamais estivera, seu olhar atravessava cada aluno daquela sala. Era quase possível sentir o cheiro do pânico pela sala de aula, tamanha era a surpresa e o choque de terem a professora de volta inesperadamente. A senhorita Jihyo arrumou a postura e respirou fundo.

— Muito bem, bom dia a todos. Como perceberam, a senhorita Chou retornou hoje para o cumprimento do horário e das normas da escola. A pedido da mesma, toda e qualquer matéria dada pelo professor substituto deve ser esquecida e apagada do caderno. Ela irá recomeçar de onde parou.

Jihyo disse secamente, fez uma reverência, deu as costas e saiu. Sana, Momo e Nayeon se entreolharam. Todas haviam notado algo estranho em ambas. Tzuyu deixou a pasta sobre a mesa e caminhou pela sala devagar, observando cada detalhe de cada aluno. Os olhos frios da professora pousaram em um pobre coitado com acne e ela se inclinou na mesa dele, que se encolheu apavorado.

— Kai, não é? — O menino assentiu. — Onde está o trabalho que passei na aula de matemática?

— N-na minha mochila, s-senhora.

— E está esperando o que para me entregar? Todos vocês, andem!

O garoto imediatamente começou a procurar, de forma atrapalhada, o tal trabalho que a professora havia ordenado. Sana pegou dela com pena, observando o restante de sua turma. Tzuyu parou em cada mesa para julgar todos. Nenhum estava bom o suficiente, nada era bom o suficiente para o diabo de Celine.

Momo entregou seu trabalho sem olhar para a professora, que ergueu as sobrancelhas, mas não falou nada. Ela sequer olhou o de Nayeon, revirando os olhos, mas é claro que com Sana, alguma coisa iria acontecer. A menina ruiva ergueu os olhos, um tanto temerosa, quando a mão da professora se estendeu a sua frente. Receosa, entregou as 28 folhas de trabalho que conseguiu produzir com muito esforço e pesquisas. Para sua grande surpresa, Tzuyu leu tudo em silêncio, parada a sua frente. E por fim, lhe encarou nos olhos.

— Quais são as fontes do trabalho, senhorita Minatozaki?

— Estão escritas na folha, senhora. — Tzuyu virou a contracapa, não parecendo muito impressionada enquanto lia.

— Não diria que está uma porcaria, mas também está longe de ser bom.

— Me desculpe senhora, eu-

— Não quero ouvir desculpas Minatozaki, está na hora de ter responsabilidade.

— Ela teria se a senhora também tivesse.

Tzuyu parou onde estava. A sala inteira explodiu em cochichos quando Momo soltou aquela frase bombástica. Nayeon fazia diversos gestos desesperada, mas a Hirai não lhe deu os olhos enquanto encarava a feição calma até demais de Tzuyu.

— O que disse, senhorita Hirai? — Perguntou enquanto se aproximava lentamente da mesa desta, que se intimidou um pouco, mas não recuou.

— Eu disse-

— Nada! Ela não disse nada, por favor! Falaremos com a senhora Jihyo para ver o que podemos fazer, me desculpe.

Sana falou depressa, fazendo com que as duas mulheres olhassem para ela. Momo franziu o cenho, Tzuyu ainda estava cética e séria. Por fim, assentiu.

— Perderam 5 pontos na minha matéria, e isso inclui a senhorita Im, que parece ter sérios problemas de se manter quieta.

Nayeon fez uma cara de ofendida, cruzou os braços e se emburrou. Momo ignorou esse detalhe para encarar Sana sem entender.

— Ruiva! O que foi aquilo?

— Eu perguntaria o mesmo, Mo. Mas temos que correr e preciso da ajuda de vocês.

— Com o que?

— Bem, é simples. — Ela espiou Tzuyu, que falava com fervor sobre um trabalho mal feito de um menino na mesa da frente. — Tem alguma coisa de errada com a senhorita Chou.

— Claro que tem, ela é esquizofrênica.

— Nayeon! — Momo ralhou. A menina se encolheu. — Prossiga, embora eu já queira recusar.

— Quando eu a encontrei no corredor, senhora Jihyo parecia eufórica de tentar trazê-la ao que era antigamente. Aconteceu alguma coisa nesse tempo fora e nós precisamos descobrir o que é.

— E como exatamente você quer fazer isso? Aliás, o correto seria perguntar porque você quer fazer isso. — A coreana perguntou. Sana  mordeu os lábios e Nayeon ergueu as sobrancelhas, fazendo uma cara extremamente suspeita.

— Não me perguntem isso ainda, só me ajudem. — Ela corou.

— Eu sei que vou me arrepender. — Momo balançou a cabeça e suspirou. — Mas vamos lá.

— Não vamos a lugar nenhum! Vocês não me perguntaram o que eu acho e sendo assim, vou deixar vocês se virarem com essa doida para lá. — Nayeon falou, trazendo a atenção de suas duas amigas para si. — E sem remorso!

**

— Eu não acredito que estou aqui, Sana Minatozaki!

— Fica quieta, Nayeon!

A loira mais velha bufou, vendo suas duas amigas continuarem observando o corredor da diretoria. A menina bufou, cruzando os braços.

— Agora você pode explicar por que estamos parecendo as três espiãs demais ou as panteras? — Nayeon perguntou novamente, fazendo Momo lhe dar um olhar mortal.

— Confiem em mim! — Sana pediu e correu discretamente até a secretaria quando o corredor ficou vazio.

— Aí você está pedindo demais.

— Cala a boca e corre, Nayeon. — Momo mandou, agarrando na mão da menina e a puxando até lá, onde Sana tentava abrir a porta desesperada.

— Ok, e agora. Qual é o plano?

— A senhora Chou diz que preciso melhorar, não é? — As meninas assentiram. — Senhora Jihyo criou vários programas de incentivo ao estudo aqui. E senhora Tzuyu está presente, mesmo quase não comparecendo. Em teoria, sou a melhor aluna dela, e por isso, ela não pode me negar o que vou pedir. Assim, vou conseguir descobrir o que é que está acontecendo, já que terei acesso constante.

— E do que exatamente você está falando!? — A morena perguntou estupefata.

— Amiga, sem fofoca pela metade!

— É bem simples. — Ela falou após conseguir abrir a porta. — Vou fazer a senhora Tzuyu me dar aulas particulares.

A boca das meninas despencou.

— Em casa.

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