Capítulo 20

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Sana se encostou na porta e respirou fundo quando Tzuyu foi finalmente embora. Suas mãos formigavam e ela as esfregou com força, tentando apagar as sensações que cresciam de uma vez em seu peito. Estava ofegante, não acreditava que estava dando certo.

— Caramba, você foi demais amiga! Deu até umas certas emoções!

Nayeon falou animada, descendo as escadas com Jisoo logo atrás dela, que balançava a cabeça em negação.

— Como assim certas emoções? — Perguntou ainda nervosa.

— Deixa essa doida, Sana. Sobraram biscoitos? Enfia na boca dela enquanto eu procuro o frango. — Momo respondeu já arrastando ambas até a cozinha.

— Nana, come esses com recreio de morango. — Nayeon não reclamou, apenas se sentou na mesa e começou a comer alegremente os biscoitos. Momo serviu um copo de água para Rosé e tirou o frango da geladeira.

— Mas aí, conta direito. Como foi? Momo e eu não conseguimos ver vocês, só ouvir.

— A linguagem corporal dela mudou? — A japonesa de cabelos negros perguntou concentrada no que estava fazendo.

— Mudou, mas... Não sei meninas, eu estava tão ocupada em não deixar transparecer meu nervosismo que não posso dar tantas informações agora.

— Eu passei por isso tudo para não ter um plot twist no final? Você deve me odiar muito mesmo. — Nayeon reclamou, pegando a água dela também.

— Fica quieta Nayeon! — Momo bradou. — O que a gente escutou já deu perceber que a mulher ainda é caidinha na sua.

— Caidinha na minha? — Sana perguntou confusa. Nayeon e |Momo olharam para ela como se fosse um ET no mesmo instante.

— Ai amiga, me ajuda a te ajudar. Vai me dizer que você não percebeu que a mulher te idolatra e não é no sentido acadêmico? — Sana negou, abismada. — Jesus, me ajude.

— Meninas, não! Ela-

— Ruiva, amiga. Para. Talvez você não queira ver para não tornar a situação pior ,mas ela está. E-

Foram interrompidas pelo barulho da campanhia. Sana se levantou e foi atender enquanto Momo e Nayeon se olhavam.

— Você acha que ela realmente não percebeu?

— Mo, olha para nossa amiga. É claro que ela não percebeu.

— Momo- Chan, pode ver se temos alguma comida congelada, por gentileza? — Sana perguntou distraída, chegando na cozinha. Momo foi até o freezer e tirou de lá uma caixa de macarrão com queijo congelada.

— Aqui Pasta.

— Obrigada. — Ela agradeceu e se virou para o corredor. — Jeongyeon, tenho macarrão com queijo. Você quer?

— Pode ser, não tenho escolha mesmo. Tem cerveja aí?

Momo foi a primeira a arregalar os olhos horrorizada quando ouviu o comentário. Uma garota alta, com cabelos azuis e rosto marcante apareceu na luz da cozinha vestida inteiramente de preto, argolas de ouro e maquiagem leve. Estava com ambas as mãos para trás do corpo. Nayeon fez uma careta para ela e o olhar de Jeongyeon foi diretamente até a  loira. Ela analisou Nayeon de cima para baixo e deu um sorrisinho de escárnio.

— Hm ,não. Desculpe. Meus pais só bebem vinho ou conhaque.

— Imaginei. Claro, coisa de gente rica e soberba. — Ela revirou os olhos.

— E você não está longe, afinal. Mora neste bairro que não é barato.

Jeongyeon olhou Nayeon imediatamente. A garota não estava contente, algo naquela mulher lhe fez ter raiva. Pura raiva.

— O que uma garotinha como você sabe da vida? — Perguntou seca.

— Educação e polidez, coisa que seu trabalho chique e sua educação escolar não fizeram o favor de lhe ensinar.

Momo engasgou com o frango, virando-se de costas para sufocar a risada. Sana ficou sem graça ao extremo, comprimindo os lábios para evitar de rir também. E Jeongyeon não pareceu muito contente.

— Veja como fala comigo.

— Com a boca, é a única forma de falar com palavras. — Jeongyeon arqueou as sobrancelhas e parecia pronta para responder.

— Bem, meninas. Perdoem meus modos. Essa é Jeongyeon, ela é vice-chefe do comitê de educação do Estado, mora aqui do lado faz alguns anos e faz vistoria na nossa escola as vezes. Jeongyeon, essas são Momo e Nayeon, minhas colegas da escola.

— Ah, outra herdeira então. — Sana se virou confusa.

— Como assim Nana?

— Nem o chefe de lá mora por aqui, porque todos sabem que nem todas as escolas de elite são sediadas por lá por conta dos papais ricos. Se mora aqui, veio de berço de ouro, o que significa que os pais dela devem ter modos piores para terem dinheiro para se gastar em educação e deixarem a filha dessa forma.

A risada de Momo saiu antes que ela pudesse controlar, porém ela logo se calou, envergonhada. Jeongyeon ficou extremamente séria e Sana tapou a boca com a mão.

— Farei questão de vistoriar seu colégio esse ano. — Ela falou seca.

— Mal posso esperar para te ver por lá, herdeira. Vocês da educação bem que podiam voltar ao fundamental e aprender boas maneiras, não é a única que precisa. — A menina mordeu outro biscoito e deu de ombros.

— Bem, se precisar de algo, pode falar. — Sana falou sem graça.

— Não, acho que não. — Ela falou lentamente, e então saiu. Assim que ouviram o barulho da porta fechando, Momo explodiu em risadas altas e incontroláveis. Sana apareceu na cozinha com um sorriso nos lábios.

— Garota, você é uma peste. — A Hirai do meio falou em meio ao riso.

— Odeio gente mal-educada, só isso. Mulher estranha.

— Está bem, vamos conversar sobre o que aconteceu essa tarde enquanto assistimos um filme. Que tal?

— Vou ligar para o mercado e pedir batatinhas.

— Ok Ruiva, vou fazer mais frango e podemos fazer pipoca e sanduíches.

— E eu vou comer e observar vocês.

As meninas riram, balançando a cabeça. E já do outro lado da cidade, Jihyo mexia uns pauzinhos para tornar a coisa ainda mais interessante.

Aos olhos dela, é claro.



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