Capítulo 11

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Momo e Nayeon estavam há varios minutos encarando a professora, que as encarava de volta no silêncio profundo da mesa.

Tzuyu as encarava de volta com os olhos desafiantes, torcendo para que falassen algo que a pudesse dar abertura para dizer algo ainda pior. As duas coreanas se encararam e voltaram a encarar a professora. Sana brincava com os dedos das mãos, quase sufocada pela tensão entre a professora e suas amigas. O refeitório inteiro tentava prestar atenção no que estava acontecendo naquela mesa, o que a deixava ainda mais ansiosa.

— B-bem. — Sana começou, nervosa, e ganhou a atenção das três. — O dia está lindo, não?

— Está chovendo. — Momo falou séria.

— Ah. — A ruiva mais nova sorriu sem graça, se afundando na cadeira. Sana não gostou de como a deixaram.

— Então. — Tzuyu falou se recostando na cadeira. — Como a amizade tão... improvável de vocês surgiu?

Momo e Nayeon  se sentiram intimidadas imediatamente. De longe, vendo como as meninas ficaram pálidas, Jihyo suspirou e balançou a cabeça.

— Sana e eu nos conhecemos desde crianças, acabamos perdendo contato quando me mudei. Eu era a única que sabia que ela era lésbica e... Aí! — Nayeon exclamou quando levou uma cotovelada de Momo  e as bochechas de Sana ficaram rubras.

— Ah é mesmo? — Tzuyu  falou interessada, olhando para a loira ao seu lado. — E quando foi isso?

— Acho que eu devia ficar quieta. — Nayeon falou envergonhada.

— É, eu acho que devia. — Momo falou com um olhar mortal.

— E-eu... — Sana  começou, sem saber como explicar. — S-sei como as pessoas reagem a homossexuais na Coréia, não vou prejudicar ninguém-

— Qualquer pessoa que incomodar você com isso será um inimigo permanente meu. — Tzuyu falou imediatamente, pondo a mão no braço da garota. — Não tem nada que eu não faria para manter você segura nessa escola, Minatozaki.

Sana corou furiosamente, olhando timidamente para a mão da professora em seu braço. Nayeon  arqueou as sobrancelhas, olhando de forma suspeita para a professora e sua amiga, enquanto Momo  engasgou com o bolo que comia.

— Santo Deus! — A coreana falou depois de muito tossir, vendo que ninguém se preocupou em ajudá-la.

— Eu nem tenho amigos além de Momo e Nayeon. — Ela falou timidamente. — E agora a senhora.

Tzuyu sorriu fraco, assentindo e retirando sua mão do braço de Sana , virando-se para frente e começando a comer seu almoço. Momo começo a discutir com as amigas sobre ninguém tê-la ajudado quando estava engasgando com seu bolinho, mas após Nayeon cochichar algo em seu ouvido, ela se emburrou e assentiu.

Já Sana estava no mundo da lua. Suas bochechas coravam cada vez que pensava no jeito carinhoso que Tzuyu olhava para ela. Tentava se repreender, afinal, ela era sua professora. Mas a ruiva faria 18 dali alguns meses, porém ainda sim era errado. Sua mente travava inúmeras batalhas, e o fato das mãos de Tzuyu serem tão grandes e com aqueles dedos não estava ajudando a japonesa, que se remexeu no banco e começou a comer imediatamente.

**

— Parece que a adolescente é você.

Jihyo reclamou, vendo Tzuyu deitada no sofá com um sorriso idiota no rosto.

— Ela também gosta de mulheres. — Falou suspirando.

— E você não viu porque a catarata na sua idade é comum.

A taiwanesa fingiu que não ouviu, preferia pensar no dia que teve ao lado da ruiva. Jihyo revirou os olhos.

— O dia hoje foi excelente!

— Eu estava observando. — Jihyo falou calma, tomando um gole de seu whisky encostada na mesa de madeira, deixando Tzuyu em pânico. A Park deu um sorriso irônico. — Você foi a gentileza em pessoa, com certeza as amigas dela vão abrir uma página no Twitter e postar monstagens de vocês duas juntas.

— Você não entende! — Tzuyu falou desesperada.

— Ah não? — Falou sarcástica. — Você tem que parar de ser um monstro Tzuyu! E disso eu entendo!

A taiwanesa suspirou, se encolhendo.

— Já me martirizo o suficiente por gostar de uma menina mais nova que eu. Tenho 23 anos Jihyo, e sei que você vai dizer que ela tem quase 18 mas quase não é lá.

— Eu só quero que você entenda que mesmo que ela tivesse 18 anos, jamais se interessaria por alguém que age como você.

— Talvez eu devesse desistir. — A taiwanesa falou cabisbaixa, se jogando no sofá e olhando para um ponto fixo.

Jihyo suspirou. Teria trabalho.



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