40. O mesmo discurso idiota.

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Eu perdi minha vontade de ser.

Eu quero deitar no chão gélido e fingir que morri, que passei desse para outro universo, que recomecei em outro lugar, ou que só fiquei no vasto nada entre o tanto e o faz.

Eu quero gritar, mas nada saí da minha garganta.

Eu quero chorar, mas nem água eu tenho no meu corpo.

Eu quero ficar sozinha, mas não tão sozinha, eu quero você aqui.

Eu quero só beijar na boca, mas eu também queria amar, ou ao menos gostar, sei lá.

Eu sinto um arrepio subir pela minha espinha, acho que tem alguém me assombrando.

Eu não acharia horrível se fossem nossas memórias ansiosas pelo resto da história.

Eu até gostaria.

Me lembraria você.

Me daria um pouco do teu gosto.

Do gosto que é te ter.

Não me faria sentir que eu já não sei mais nada sobre a tua pessoa.

Logo eu.

Que te conheci tão rápido, que adentrei teu peito tão fácil e que me aconcheguei jurando nunca mais ir embora.

Engraçada essa parte da história.

Eu fico me questionando se tu já tem outra pessoa.

Me pergunto se sou facilmente substituível ou se morei em ti por tanto tempo que vai ser difícil me esquecer.

Que bobagem pensar nisso.

Eu só queria que minha mente me deixasse em paz.

Queria que ela não me enchesse de "e se".

Queria que ela não me culpasse tanto pela sua ida.

Queria que ela não me fizesse querer te incluir em qualquer conversa, só pra saber algo novo sobre você.

Queria que ela não sentisse tanto sua falta.

Queria que eu não sentisse tanto a tua falta.

Você não merece isso, assim como não me merece de volta.

Eu digo e repito esse discursinho idiota.

Mas eu sei, que se você quiser, eu volto na hora.

Ah meu Deus, eu sou tão idiota.

Poemas com P de problemáticosOnde histórias criam vida. Descubra agora