Capítulo 1: O Despertar do Passado

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"Oh, and my love
Did I mistake you for sign from God?
Or are you really here to cast me off?"

- Sleep Token

Há séculos, em uma era esquecida pelos mortais, Vessel repousava em um sono profundo, seu ser imerso em uma escuridão eterna, acorrentado por uma maldição antiga que o mantinha ligado à Terra

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Há séculos, em uma era esquecida pelos mortais, Vessel repousava em um sono profundo, seu ser imerso em uma escuridão eterna, acorrentado por uma maldição antiga que o mantinha ligado à Terra. Seu último lampejo de consciência remontava a tempos imemoriais, quando as lendas celtas eram contadas em sussurros ao redor de fogueiras crepitantes.
No entanto, um chamado fraco, um eco distante das esperanças humanas e da dor profunda, o puxou de volta à consciência. Um vislumbre de luz em meio à escuridão o conduziu através dos véus do tempo e espaço, até encontrar-se em um bosque antigo, onde a luz da lua se filtrava através das copas das árvores com uma promessa de redenção.

Maeve havia acabado de chegar em casa, um dia exaustivo de trabalho junto com horas de estudos na faculdade, tampouco havia dito algumas palavras para sua mãe e seu padrasto, a única coisa que ela queria era um banho quente e algumas horas de sono

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Maeve havia acabado de chegar em casa, um dia exaustivo de trabalho junto com horas de estudos na faculdade, tampouco havia dito algumas palavras para sua mãe e seu padrasto, a única coisa que ela queria era um banho quente e algumas horas de sono. Mas como sempre, brigas e mais brigas eram a única coisa que a mesma tinha direito.
Quando Maeve havia acabado de entrar em seu box a mesma ouviu  o mais novo motivo da discussão de sua mãe e seu padrasto, a mensalidade da sua faculdade e seu pagamento.
— Ela deveria nos dar metade do salário dela, mas acha que só ajudando nas despesas de casa está bom — disse o marido da minha mãe
— John, entenda, ela paga a faculdade dela e tem suas despesas pessoais também — mamãe sempre tentou ser mais compreensiva, mas com um marido como esse, sempre a oprimindo e maltratando era difícil se defender e me defender.
— Então ela que vá morar em outro lugar, sou eu que banco essa casa, eu mando nesta casa, e ela deveria ajudar mais nas despesas — ao terminar de falar meu padrasto jogou um copo no chão, o que para mim e minha mãe não era nenhuma novidade, sempre bebendo ao extremo e se exaltando.
De fundo ouvi minha mãe gritando para John não se exaltar, que os vizinhos poderiam ouvir, mas isso foi a chave para a explosão.
Terminei meu banho correndo, coloquei uma roupa e desci as escadas, quando cheguei ao final da escada vi minha mãe sentada ao lado do sofá aos prantos.
— Mãe, não dá mais para aguentar isso — meu coração estava apertado por vê-la nesse estado.
— Eu não posso abandonar o Jhon, e eu o amo filha — não vou aguentar isso, mesmo sendo minha mãe, não aguento mais essa situação.
— Mãe, você não pode continuar assim. Ele está te fazendo mal, e está me fazendo mal também! — Maeve disse com a voz embargada, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar.
Sua mãe soluçou e olhou para ela com os olhos marejados, tentando encontrar palavras para justificar o comportamento do marido.
— Eu sei, querida, mas ele é o provedor, ele cuida de nós. Eu não posso simplesmente deixá-lo. Eu o amo, e eu prometi ficar ao lado dele.
Maeve sentiu a raiva pulsar em suas veias.
— Você prometeu, mas e eu, mãe? Quem prometeu cuidar de mim quando eu era criança e você estava ocupada demais com ele? Quem prometeu me ouvir quando eu precisava de conselho e você estava ocupada demais tentando acalmar os arroubos dele? Eu deixei o papai na Irlanda, sozinho, e não tenha mais o mínimo contato com o meu pai pois o seu marido não quer, isso era um direito meu mãe.
Os soluços de sua mãe se intensificaram, mas Maeve sentiu uma determinação feroz crescer dentro de si. Ela se aproximou e segurou as mãos trêmulas da mãe.
— Mãe, eu não posso mais viver assim. Eu preciso de paz, de tranquilidade, de um lar onde possamos viver sem medo e sem tensão. Vou voltar para a Irlanda e ficar com o papai. E eu preciso que você me apoie nisso.
Sua mãe olhou para ela com uma expressão de culpa e dor.
— Eu sinto muito, minha querida. Eu prometo que vou fazer de tudo para consertar as coisas. Eu não quero que você sofra por causa de nossas escolhas.
Maeve apertou as mãos da mãe com carinho.
— Eu te amo, mãe, mas eu preciso fazer o que é melhor para mim. E eu espero que você também encontre a coragem para fazer o mesmo.
Com lágrimas nos olhos, ela subiu as escadas, deixando sua mãe soluçando no sofá, consciente de que sua jornada em busca de paz e cura começaria com sua própria determinação em se libertar das correntes tóxicas que amarravam.

Fogo e Éter: Vessel and Maeve Onde histórias criam vida. Descubra agora