Maeve é uma jovem que, após uma série de eventos traumáticos em sua vida, decide fazer uma viagem à Irlanda em busca de paz e cura. No entanto, o que ela não esperava era encontrar-se em um antigo bosque, onde, acidentalmente, convoca Vessel, que tr...
"You were more that just somebody I was destined to meet."
- Sleep Token
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Já disse que não gosto de garotinhas burras? Não, ainda não. Mas agora é o momento perfeito para isso, ela não deveria ter feito aquilo, não sem os conhecimentos e orientações corretas. Quem em sã consciência me invocaria? Uma morena de baixa estatura, boca suja e marrenta? Eu jamais imaginaria que essa seria a resposta. Enquanto eu observava aquela jovem intrépida se mover pela clareira enfeitiçada, a minha clareira, o meu local sagrado, pude sentir o poder antigo e conhecido ressurgindo dentro de mim, ele estava entrando em erupção. Ela não era como as outras com quem eu trepava, até por que elas não tinham o conhecimento que ela acabará de possuir, e eu senti isso desde o momento em que a vi tocar a árvore ancestral, ela sentia minha presença muito antes de adentrar mais a fundo, eu sentia o medo ressoando ao redor dela. A energia que ela desencadeou, embora incipiente, era promissora. A língua ancestral que ecoou pelos ares despertou algo há muito adormecido em meu ser, algo que só umas poucas almas ao longo dos séculos puderam compreender, infelizmente não tinham a chance de ver o que tinha a seguir, a morte já os tinha carregado, que descansem em paz, no inferno, de preferência. Gostosa, mas burra, e era tarde demais para repreendê-la, por isso optei por observá-la das sombras. A escuridão que se seguiu à invocação, embora abrupta, proporcionou um vislumbre de seu potencial. O turbilhão de sombras a envolveu, e pude sentir seu medo, sua excitação e, acima de tudo, sua curiosidade. A conexão que ela ansiava sentir era palpável, pulsando entre nós como um fio invisível de energia. Mas não era só isso que pulsava em meu corpo, e eu podia sentir o mesmo calor vindo dela. Meus olhos vermelhos como sangue, uma manifestação de minha essência, fixaram-se nela, absorvendo cada reação, cada tremor em seu ser. Ela estava tão viva, tão receptiva à escuridão oculta do mundo, eu fiquei obcecado, totalmente obcecado por ela. Eu fiquei com uma puta vontade de me enfiar nela, de possuí-la e marcá-la, o que era um impulso inexplicável. Contudo, resisti, mesmo sabendo que seria fácil, seria delicioso fazê-la correr por toda floresta e depois foder fundo e forte, será que ela gostaria? Pelo calor vindo do meio de suas pernas a resposta era óbvia. Minha existência estava destinada a permanecer na sombra. Eu mantinha minhas sombras controladas e de quebra ficava cada dia mais rico com o tráfico. De drogas, é claro, sou um imbecil desgraçado e o diabo encarnado, mas não tráfico mulheres. E então, assim como apareci, me retirei. A clareira voltou ao seu estado original, e a presença da magia se dissipou. Ela estava deixada para trás, confusa e excitada, mas também perturbada. Como ela podia ficar excitada quando estava claramente em uma situação de perigo? Essa coisinha era extremamente interessante, e meu desejo de possuí-la sem ao menos a conhecer aumentava ainda mais. Senti sua agitação enquanto corria assustada, questionando a própria sanidade, tentando encontrar uma explicação racional para o irracional. Observando-a partir, um sentimento estranho se infiltrou em mim, algo que não havia sentido em eras. Uma espécie de antecipação pelo que estava por vir, uma esperança de que ela pudesse se tornar mais do que imaginava, se tornasse minha, inteiramente e irrevogavelmente minha. E eu não era assim, jamais quis possuir uma mulher no nível em que queria ela, ainda mais nesse tipo de situação, não trepei com ela, apenas coloquei meus olhos em suas curvas e em sua alma. E o que eu vi foi do caralho. — Fuja bruxinha. Pode correr, mas você vai voltar para mim, de um jeito ou de outro. Por um breve instante, deixei-me com a possibilidade de um novo despertar, não apenas para ela, mas talvez para mim também, minhas sombras não eram mais as mesmas. E o que seria de um Deus sem suas sombras? Enquanto a escuridão da noite envolvia o bosque mais uma vez, permaneci imóvel, contemplando o que estava por vir, ansiando pela próxima vez que nossos caminhos se cruzassem, se não fosse pelo destino, eu queimaria Dublin e o resto do mundo para encontrá-la novamente.
