Capítulo 5: Vício e Sensação

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"And I'm so down if you're ready
I'm floating but I'm heavy
And I'll show you if you let me, girl
I don't know if you already know how
But girl, I got the feeling that you know now"

- Chase Atlantic

Depois do fiasco na entrada na universidade Maeve caminhava pelos corredores da UCD, sua mente ainda repleta de pensamentos tumultuados sobre a experiência no bosque, o aviso do motorista e o encontro inusitado com o Sr

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Depois do fiasco na entrada na universidade Maeve caminhava pelos corredores da UCD, sua mente ainda repleta de pensamentos tumultuados sobre a experiência no bosque, o aviso do motorista e o encontro inusitado com o Sr. Babaca Dono do Terreno, cujos olhos pareciam esconder segredos e seu péssimo comportamento. Enquanto se dirigia à direção da universidade, os murmúrios dos estudantes ao seu redor ecoavam, e ela sentia o peso dos olhares curiosos.
— Esses otários não estudam não? — sussurrou para si mesma.
Ao entrar na sala da direção, encontrou uma secretária entediante e pouco disposta a ajudar. Mas infelizmente a infeliz era uma loira gostosa, o lindo e belo padrão para os homens heteros top.
— Olá, bom dia. Gostaria de verificar se minha transferência já está ativa e quando posso começar minhas aulas, pode me ajudar?
— Infelizmente é o meu trabalho, não? — disse com total grosseria em sua fala e verificando se os fios loiros estavam alinhados. Como se fosse possível um fio ficar desalinhado nela.
— Oh, muito obrigada — que mulherzinha sem educação.
— Seu nome? — sua voz saiu totalmente entediada.
— Maeve, Maeve Gray.
— Sua inscrição já está ativa, suas aulas começam amanhã. Aqui está seu cronograma — jogou o papel no balcão.
— Dana, preciso das inscrições dos novos... — eu conhecia aquela voz, que merda.
— Olá Sr. Vessel, estarei selecionando e levando agora mesmo — como essa mulher conseguia mudar da água pra o vinho em segundos? Uma falsa.
— Esqueça, atenda ela — disse com um sorriso ladino, eu sentia o sarcasmo em sua voz — ela é mais importante, não é, garotinha?
Eu não o conhecia e nem gostaria de conhecer totalmente, mas já o achava totalmente desprezível.
— Ela já acabou o assunto dela aqui, não é? — um olhar de deboche se fez presente em seu rosto.
— Ah, claro. Mesmo com o seu serviço sendo péssimo, ele deu pro gasto — infelizmente soltei de forma rápida — E você, Sr. Vessel não é? Deveria tomar conta de seus lindos funcionários, já que é o dono de tudo, não? — eu disse segurando o riso.
Ele não reagiu como eu imaginei, pelo contrário, ele gargalhou. E enquanto ele gargalhava a loira me encarava com ódio, o mais puro e cristalino ódio.
— Sua imbecil, quem você pensa que é para falar assim de mim? — se levantou, vindo em minha direção.
— Eu não disse nada demais, apenas a verdade. Desde quando botei meus pés nessa sala você não fez o mínimo, que é o seu trabalho, pelo contrário, me tratou como lixo.
— Meu comportamento é um reflexo do seu tratamento, você praticamente jogou seus documentos em mim — como ela mentia descaradamente.
— Ah, sim, claro — eu disse rindo de sua cara.
Não sei o que deu nela, mas ela veio para cima de mim, para me agredir. Como ela tinha coragem? Ainda mais na frente de seu chefe e estando totalmente errada.
Eu estava totalmente pronta para levar um tapa na cara e devolver mil vezes pior, meu pai me ensinou muito bem a como me defender desse tipo de gente, mas antes disso eu fechei os olhos, esperando o tabefe.
Mas não chegou, quando abri os olhos não consegui ver nada, ele estava na minha frente, uma muralha.
— Não ouse relar um dedo nela novamente, você está demitida, entendeu? — ele se movimentou, arrumando o terno feito sob medida e virou, me encarando, os olhos com a mesma sombra vermelha de antes — Suma daqui, agora porra.
No mesmo instante ela saiu, batendo os saltos com o mais puro ódio.
— Qual o motivo? — me desvencilhei dele.
— O que? — ele soou irônico — Gostaria de ter ficado com o rosto vermelho e ardendo? Deveria ao menos agradecer, garotinha.
— Já disse para não me chamar de garotinha, seu babaca.
— E por qual motivo eu deveria parar? — disse se aproximando, me deixando contra seu corpo e o balcão — Por que você fica com raiva? Por que fica excitada? Por que gosta de se perder em uma clareia e invocar coisas que não deve, bruxinha?
Que merda ele estava dizendo, oh meu Deus, não é possível, não pode ser. Era ele, a sombra vermelha nos olhos, os olhos vermelhos feito sangue na clareira. O poder emanando dele, era ele.
— Que merda é essa? Você deve estar louco, só pode — ou eu estava ficando louca, era bem provável — Era você lá então? Seu imbecil, você acha que pode fazer o que der na sua telha?
— Eu não acho, eu tenho total certeza, bruxinha.
Caralho, talvez, mas só talvez eu estava começando a ficar excitada. Meu Deus, como isso era errado.
— Bruxinha? — que merda de apelido era esse?
— Sim, bruxinha. Minha bruxinha — disse passando suas mãos nas mechas que caiam da touca — a partir de agora você é minha. Esperei séculos por essa conexão, esperei horas para poder falar com você, pra te possuir e moldar a minha vontade.
— Meu Deus, você é louco —  e eu estava ficando ainda mais louca.
— Desde o momento em que te conheci, eu fiquei mais obcecado, maluco e perturbado, Maeve. Não tente fugir disso, você também sente a conexão.
— Eu não sinto nada, nada além de repulsa, me solte — tentei me desvencilhar novamente— me solte seu otário.
E ele soltou, me dando espaço para sair da sala.
E eu aproveitei, sai o mais rápido que pude da diretoria da UCD.
Foi quando minha atenção foi desviada pra  um cartaz "Assistente de Pesquisa Necessário - Departamento de Estudos Ocultos". Destaquei um dos números de telefone pendurado no cartaz e salvei em meu celular, eu poderia utilizar essa oportunidade para entender o que realmente aconteceu na clareira e entender o que ele era.
Ele era um gostoso, prepotente, babaca e entre outros, mas havia mexido comigo e me deixado totalmente intrigada. Ainda mais agora, que eu realmente tinha certeza que não estava alucinando e que ele estava obcecado, isso poderia ser perigoso, não é?

Fogo e Éter: Vessel and Maeve Onde histórias criam vida. Descubra agora