Faz sete meses que estou presa nesse lugar, muita coisa mudou, agora temos mais pessoas, descobrimos que a cada mês vem um ou mais garotos pela caixa. Estamos começando uma plantação, dividimos um cargo que melhor se encaixe para cada novo Trolho.
George passou pelos muros pela primeira vez há uns três meses e descobriu que estamos em um tipo de labirinto. Depois de algumas semanas, descobrimos que ele muda toda noite, percebi que isso era o que causava os ruídos que ouvíamos. Criamos um cargo que chamamos de corredores, são os únicos que entram no labirinto, tentando achar uma saída desse lugar, adicionando uma terceira regra. "É proibido ir além dos portões se você não for um corredor"
— O que você acha de fazer uma torre de vigilância com a árvore que fica no meio da Clareira? – Ao olhar para ele, percebi imediatamente que ele não parecia estar prestando atenção – Gally, presta atenção – o mesmo me olha com a cara emburrada de sempre.
— Eu falo com os meninos, pode deixar – ele bagunça meu cabelo e sai andando, me deixando sozinha.
Olho para o lado e vejo de longe o ganso que sempre me perturba, indo atrás do Alby como quem não quer nada.
— Como você tá, princesa? – George me dá um susto, fazendo o mesmo rir da minha cara – desculpa, não foi a intenção.
— Tá conseguindo ajudar o Minho a se acostumar com o labirinto? – ele afirma com a cabeça.
— Ele é rápido, tem potencial, logo não vão mais precisar de mim – fico séria com sua piada sem graça – é brincadeira, você não vai conseguir se livrar de mim tão fácil.
Me sinto salva pelo gongo quando escuto a caixa subir. Em pouco tempo, quase todos os garotos estavam em volta do alçapão. Ao abri-lo, vemos um rapaz loiro, que ao sair ficou encarregado e analisando cada um até parar em mim, me encarando por alguns segundos, antes de o Alby o puxar para conversar sobre como as coisas funcionavam e os outros garotos começarem a tirar as coisas da caixa.
— Trolho idiota – murmuro, vendo Alby se afastar com o garoto novo.
— Você sempre odeia todo mundo antes de conhecer, tá parecendo o Gally – Minho diz, colocando o braço em volta do meu ombro.
— Eu não odeio ninguém, só não confio. E não me compare com os outros, já te falei que odeio isso – tiro o braço dele do meu ombro.
— Parece que a gatinha acordou de mau-humor – fuzilo-o com o olhar.
— Se ficar me chamando de "gatinha", aí, sim, você vai me ver de mau-humor.
[...]
O céu já estava estrelado e uma sensação ruim me perseguia, fazendo-me ficar preocupada. Os garotos estavam em volta de uma fogueira comemorando a chegada do novo Trolho, mas eu não via George em lugar algum, nem esbarrei com ele depois que nos falamos mais cedo.
Em questão de segundos, sou empurrada bruscamente ao chão, sentindo mãos apertarem meu pescoço, com força, quase me impedindo de respirar. Gritei por ajuda e logo os garotos o tiraram de cima de mim. Era o George, mas não parecia ser ele, estava com olhos pretos e veias negras, pulsando por todo o seu corpo. Eu estava paralisada, não sabia o que fazer.
— SUA MALDITA, EU VOU TE MATAR, SUA DESGRAÇADA – ele gritava, quase estourando suas cordas vocais.
— Amarrem ele, agora! – Alby ordena e os garotos logo obedecem, prendendo George em um toco de árvore perto da fogueira – Talia, olha para mim, você está bem?
Minha garganta doía, tudo parecia estar em câmera lenta, os garotos se afastaram, indo para suas redes. Alby, após hesitar por quase uma hora, finalmente esfaqueou George no pescoço, que morreu quase instantaneamente. Quando finalmente tive coragem de chegar perto do corpo do meu amigo, vi que havia um tipo de picada na sua barriga que me fez ficar mais confusa.
— Eu ia te contar, mas~ – Alby tenta falar comigo, mas eu mal conseguia olhar em seu rosto.
— "Mas"? Você sabia e não me contou? – Quando vou dar um tapa no rosto dele, Minho me segura para me impedir de machucá-lo – me solta – o mesmo obedece e eu entro na minha tenda.
Quando vou deitar na minha cama, vejo uma flor branca apoiada nela, é uma das que vi no meu primeiro dia. Aquele ganso veio na minha direção, mas pela primeira vez ele não atacou, apenas ficou me fazendo companhia até eu dormir em meio às minhas lágrimas.
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Maze Runner - O Começo De Tudo
AventuraNossa história começa antes do primeiro filme de Maze Runner, contando a visão da nossa personagem principal e sua experiência acompanhando todo o caminho. (Contém algumas coisas dos livros de James Dashner e tenta ser fiel ao filme maze runner - c...