Nesse último mês, me aproximei mais de alguns garotos, acho que posso dizer que tenho mais amigos agora. Newt me ajuda no jardim sempre que pode, ele diz que é o Alby que o obriga, mas eu sei que não é verdade. Gally está menos rude, pelo menos comigo.
Ele começou com um tipo de "roda de briga" que acontece toda noite quando chega um novo Trolho. As coisas estão mais calmas desde que George morreu, só é difícil agir como se eu não sentisse falta dele.
Eu estava ajudando uns garotos no jardim quando uma agitação começou do nada, alguém se feriu no labirinto. Fui correndo para a enfermaria para ajudar, mas Gally me barrava na porta.
— Me deixa entrar, agora – o loiro não se mexe – eu posso ajudar, você sabe que sou melhor cuidando de ferimentos do que os garotos.
— São ordens do Alby – ele evita me olhar nos olhos.
— Por que ele faria isso?
— É o Newt que está lá dentro – saio de lá o mais rápido que posso, procuro o Minho pela Clareira.
Acho o Minho conversando com o Alby, seguro no ombro do asiático e o puxo, fazendo-o virar para mim, dou um soco no rosto dele com força, derrubando-o, logo Alby me segura, me impedindo de machucar mais o garoto.
— Você disse que ia cuidar dele! Seu mentiroso de merdilha – tento me soltar enquanto o Minho fica parado jogado no chão com a mão cobrindo onde acertei.
— Já chega, Talia! – Alby diz e eu paro de lutar.
— Me solta – faço o moreno soltar meus braços – o que aconteceu e por que o Newt está na enfermaria?
— Não sabemos exatamente, eu achei ele no labirinto, e... – Minho fica em silêncio.
— E o quê? Fala logo.
— Parece que ele se jogou de um dos muros – fico quieta, olhando para eles, incrédula – propositalmente.
[...]
Fiquei sentada na frente da enfermaria, esperando respostas ou pelo menos alguma notícia de como o Newt estava, não queria admitir, mas nós realmente viramos amigos e eu me preocupo com meus amigos, sempre. Gally me fez companhia em silêncio, parecia estar com medo de me estressar, de alguma forma ele sabia que eu não ia aguentar perder mais um amigo.
— Talia? – era o Jeff – ele está estável e acordado. Se você quiser entrar, eu vou atrás do Alby – Jeff sai, deixando eu e Gally.
— Quer que eu entre junto, pequena?
— Eu entro sozinha, preciso saber o que aconteceu – ele concorda e vai embora. Demoro um pouco para tomar coragem, mas entro na enfermaria – oi... como você está? – ele me entrega um sorriso forçado.
— Eai, pirralha.
— Pode me contar o que aconteceu? – O loiro desvia o olhar e eu sento na maca onde ele estava.
— Preciso? Eu sei que fiz merda, mas não acho que preciso me explicar.
— Não estou te julgando – ele olha para mim novamente – só quero entender o que aconteceu – o garoto fica quieto por um tempo e olha para cima.
— Ninguém entenderia, Talia.
— Por que não tenta fazer eu entender? – escuto o loiro suspirar.
— Eu estava deprimido, tá legal? – sua voz parece um pouco irritada, mas logo se acalma – quando eu entrei no labirinto hoje de manhã, eu queria acabar com tudo, então eu pulei – ele parece evitar meus olhos a todo custo.
— Newt, eu não sabia~
— Eu queria que ninguém soubesse e eu sei, eu sou um idiota.
— Não te acho idiota – tento segurar a mão dele, mas ele não deixa – Newt...
— Minha perna está péssima, não sei se vou conseguir correr novamente – o loiro olha para mim, sério – vou ser um peso para todos, inútil.
— Nunca mais diga isso, você nunca vai ser inútil – mais uma vez ele evita olhar nos meus olhos.
— Só diz isso só porque quer me agradar, nem você acredita nisso.
— Você pode até não conseguir voltar a ser um corredor, mas pode fazer outra coisa – sinto como se estivesse sendo ignorada – você já me ajuda a cuidar do jardim, poderia ser o encarregado dessa tarefa.
— Acha mesmo uma boa ideia? – ele fala com ironia.
— Eu converso com o Alby, pode deixar que posso resolver isso – o loiro parece estar mais calmo.
— Obrigado.
— E pode ficar tranquilo, não vou contar para os outros o que você me contou – ele segura minha mão – vou dizer que foi um acidente, pode ser?
— Você é mais "compreensiva" do que eu pensava – me levanto para sair e Newt me impede de soltar sua mão – pode ficar aqui essa noite? Não quero ficar sozinho – eu levanto meu mindinho – o que é isso?
— Uma promessa, nunca deixar o outro para trás – ele me olha, franzindo o senho – não vem falar que é coisa de criança – ele cruza nossos mindinhos.
— Tudo bem, então.
Me aconchego do lado dele, deixando que ele apoiá-se sua cabeça no meu ombro, conversando comigo e desenhando na minha mão até dormir.
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Maze Runner - O Começo De Tudo
AdventureNossa história começa antes do primeiro filme de Maze Runner, contando a visão da nossa personagem principal e sua experiência acompanhando todo o caminho. (Contém algumas coisas dos livros de James Dashner e tenta ser fiel ao filme maze runner - c...