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A caminho da enfermaria me vi perdida em pensamentos, sentindo falta da época que o mais grave que acontecia era um construtor martelando o próprio dedo. Fui puxada para a realidade novamente quando escutei a voz do Minho.

— Ele disse alguma coisa? – Alby estava sentado na maca, imóvel.

— Não – a garota fica de canto, só observando a situação.

— Alby? – Newt se aproxima preocupado, tentando não parecer inquieto – Alby, você tá bem?

— Ei – me sento ao lado dele – Alby, fala alguma coisa.

— Alby – o garoto problema se abaixa na frente dele – acho que encontramos uma forma de sair do labirinto, tá ouvindo? Acho que podemos sair daqui – eu sentia uma estranha sensação ao ouvir essas palavra.

— Não dá... Não podemos sair – nós nos entre olhávamos sem entender direito o que Alby estava tentando dizer – eles não vão deixar.

— Alby, que merd~?

— Eu me lembro

— Do que se lembra? – Thomas pergunta pacientemente, me deixando levemente ansiosa.

— De você... – ele olha para o garoto problema e depois me olha nos olhos parecendo relutante – mas principalmente dela, você sempre foi o favorito deles, mas ela... – era possível escutar uma agitação fora da enfermaria enquanto o Alby olhava para o chão – por que você fez isso? – sinceramente não sei para qual de nos foi essa pergunta – por que vieram pra ka?

A agitação do lado de fora piorou, não dava pra ignorar, eu saí pra ver o que estava acontecendo e os outros me acompanharam deixando o Alby na enfermaria, os garotos estavam correndo, parecendo extremamente preocupados.

— O que tá acontecendo? – o garoto problema perguntou.

— São os portões, não estão fechando.

Todos pela preocupação e curiosidade se aproximaram do portão aberto, de repente todos os portões começaram a se abrir, nos pegando desprevenidos com o barulho estridente. 

— Que merdilha, o que tá acontecendo? – Gally me puxou pra perto.

— Fica onde eu possa ver, isso não pode ser coisa boa – ele sussurrou no meu ouvido.

— Chuck, eu quero que vá até a sede e faça barricadas nas portas – Thomas disse olhando nos olhos do menino.

— Winston, vai com ele – Newt falou tentando não mostrar nervosismo.

— Chamem os outros, vão para o bosque, se escondam, agora! – Gally grita.

Os garotos começam a se separar indo o mais rápido que conseguem. Minha cabeça começa a girar e eu sinto falta de ar, o grito de um verdugo me desperta e o Gally segura minha mão.

— Vamos sair daqui, agora – dou um sinal pro Newt se cuidar e ele confirma com a cabeça.

— Todo mundo se esconde! – o garoto problema grita e logo sinto o Gally me puxar fazendo eu correr com ele.

— A caixa, lá eles não podem nos pegar – disse e logo mudamos nossa rota, outros tiveram a mesma ideia, abrimos a caixa e ajudamos alguns garotos a entrar, fechando a porta o mais rápido possível.

— Garotos, se abaixem e fiquem quietos – digo baixo olhando pra eles.

— Gally, me deixa entrar! – um garoto gritou, mas quando fomos abrir já era tarde.

[...]

— Eu não consigo ficar aqui sem fazer nada, preciso saber se o Alby e o Newt estão bem – tento levantar, mas ele me impede.

— Eu não vou deixar ninguém sair – ele me olha nos olhos – vamos ficar aqui.

— Meus amigos estão lá fora.

— Eles também são meus amigos, mas não vou deixar você colocar sua vida em perigo, não posso te perder – ele desvia o olhar – eles estão bem.

[...]

As coisas pareciam mais calmas e decidimos sair, eu vi o que foi meu lar durante anos destruído, com fogo se espalhando pelo lugar que eu chamava de casa, ao olhar pro lado vi aquele maldito ganso morto. Vi o Gally indo furioso na direção a sede.

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Maze Runner - O Começo De TudoOnde histórias criam vida. Descubra agora