11 - Iniciante

18 2 0
                                    

- Chegou cedo. - Cassandra provoca ao me ver entrar. - Tá enferrujada policial?

- Corri por 1 hora Cassandra, e você, quantas horas correu hoje? - Devolvo a provocação fechando a porta.

Coloco meu celular, fones de ouvido e a garrafinha vazia em cima da mesa.

- Nenhuma, mas quem faz corrida matinal todo sábado é você, não eu. - Ela da de ombros e morde o pão. - E você sempre está reclamando do seu desempenho. - Cantarola sorrido e reviro os olhos bebendo um pouco mais de água.

- Já faço academia todos os dias, não é como se tivesse fora de forma. A corrida de sábado é por lazer. - Me defendo e ela murmura rindo.

- Lazer, tá bom. Pelo que sei você disputa consigo mesma. - Mostro o dedo do meio pra ela, perdendo a paciência.

- Você não tinha trabalho hoje? Ou sei la, acho que te ouvi dizer que iria pular de uma ponte e parar de encher meu saco. - Cassandra ri alto e nega.

Encaro ela de cara feia e coloco a mão na cintura.

- Eu acho que ouvi você dizer que ia tomar um banho... tá fedendo bianquinha. - Abana o nariz e começa a rir outra vez.

Reviro os olhos e me dou por vencida, deixando ela sozinha na cozinha.

Cassandra

- Estou tomando café, espero que seja importante. - Falo ao atender a ligação de Julian.

- Duas semanas e você não deu respostas sobre o Marco. Estão cobrando respostas.

- A resposta saiu no jornal a sete dias, ele foi condenado a não sei quantos anos. - Abaixo o tom de voz e dou uma bisbilhotada no corredor, me certificando que Bianca não pode me ouvir.

- Querem que você mexa uns pauzinhos pra resolver isso. - Reviro os olhos ao ouvir isso pela milésima vez essa semana.

- E e eu já os mandei a merda. - Tomo um gole do meu café já frio. Tudo culpa desses idiotas. - Já disse Julian, não me meto em escândalos, é a regra, sempre foi assim.

- O conselho parece não lembrar dessa regra. - Murmura igual criança respondona.

- Teu dever é fazer com que lembrem dela. Não existe exceções, do conselho ou não essa é a minha palavra final. Sem mamata pra marmanjo burro.

Como diria minha brasileira de estimação, aqui não é governo Bolsonaro... não entendo muito da política de la, mas sei que ele era um bosta, e é o que importa.

- Vou fazer o que posso. - Ele parece cansado. Se eu já me irritei com esse assunto, imagine ele.

- Desanima não querido, você é pago pra isso. - Ele desliga na minha cara, o que me causa uma risada.

Vejo as mensagens que recebi essa semana, e fico aliviada que não tem praticamente nenhum problema.

Alane me avisou a uns dias que o filho de Pietro foi dado para uma família da máfia, o que reduz a probabilidade de problema, basta falsificar alguns documentos e feito, filho de qualquer um. O infeliz continua recebendo visitas praticamente diárias de alguns membros, rumores de que a situação dele está lastimável, mas ainda não me estressei o suficiente para precisar ir ve-lo.

A maioria das mensagens são coisas sem importância e que não me prejudicaria caso meu celular caia em mãos em erradas, prefiro resolver os assunto da máfia na máfia.

" Desde que essa mulher chegou no seu apartamento nunca mais nos encontramos." Leio a mensagem de Isabela. Confiro mais uma vez o corredor e nada de Bianca.

Criminal LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora