Ao se recordar do período que Hoseok estava acamado, era possível ouvir o risinho fraco de Taehyung quando bebê, pois a maior parte do tempo, mesmo contra ordens médicas, eles ficavam juntos. Yoongi pode não gostar de se lembrar, mas a memória mais afetiva que tem é, infelizmente, horas antes da morte de Hoseok em que eles decidiram deixar a doença de lado, como se não existisse e com Taehyung em seu colo desceram até o jardim. Era um verão bonito e não poderia negar nada ao sol, muito menos que a pele de Hoseok aproveitasse aquele calor.
Então, às vezes tinha medo quando ouvia demais os risinhos de Taehyung próximo. Ele sabia que era errado pensar daquela forma. Mas toda vez que constantemente ouvia as risadas de Taehyung, um arrepio subia pela espinha, mas logo após passava, era apenas sua mente pregando peças, assim acreditava. No entanto, como uma boa premonição, ele seguiu a risada que vinha do quarto de Seokjin e encontrou ambos brincando em cima da cama de cócegas. O pobre Taehyung estava vermelho de tanto rir, mas não era de agora que a risada era comum. Achava que era só isso, mas desde a partida de Jeon Jungkook, havia algo diferente em Seokjin, melancólico e esquivando de tudo. A única pessoa que tirava seu sorriso era uma criança que nem sequer entendia a situação.
E isso já fazia meses. As cartas de Jungkook estavam empilhadas do lado da cama. Mas não só as cartas de Jungkook, as de Jimin estavam aos montes em caixas espalhadas pelo quarto. O chão do quarto era apenas de seus afazeres de hobby, havia tinta, crochê, artesanato, era de fato um quarto de alguém que não saía dele.
— Papai! — Taehyung se ergueu na cama. — Ele quer me matar de rir.
— Me parece ser uma boa morte então, filho.
— Não! Que estranho. Eu não aguento mais rir. — Taehyung soltou uma risada cansada e logo recebeu um beijo de Jin na testa.
— Vá até sua ama, pestinha. Está na hora de comer.
— Eu já volto, não saiam! —Taehyung pulou da cama e correu gritando a ama. Sair falando alto, era uma criação que Seokjin havia se metido e foi o que de fato voltou aproximar pai e filho.
— Seokjin, não vai ler as cartas? Todos os dias chegam cartas para você.
— Não. Eu não estou com cabeça para ler cartas e ter a obrigação de responder.
— Faz meses que você não está com cabeça. Jin, se quiser voltar para Alvernia, você sabe que não irei impedir.
— Minha vida agora é aqui, Yoongi. Tenho você e o Tae. Sou um ômega casado, não sou? — Seokjin saiu de cima da cama passando por cima de algumas cartas. — Quando é seu próximo ciclo de calor?
— Daqui a duas semanas.
— Estarei disponível para você.
Yoongi abriu a boca várias vezes para falar, mas se sentiu covarde e com certeza surpreendido até demais. Não se casou com aquele ômega, não era aquele Seokjin que havia conhecido.
Como uma premonição Yoongi sabia, alguém estava perto de morrer.
🌟
Durante anos a mania de não ler cartas perdurou em Seokjin. Há exatos três anos, ele nunca havia sequer aberto uma carta, mas então uma guerra por território lhe tornou um rei que precisava trabalhar mais que o normal. Yoongi não estava mais próximo. Tinha que abrir as cartas de Yoongi e ler para saber como estava, passar para o povo, fazer seu verdadeiro papel. A guerra começou fazia poucos meses e logo uma guerra dentro do país se instaurou. As cartas chegavam aos montes. E Tae que já entendia o que estava acontecendo, passou a ajudar ao menos abrindo as cartas.
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A história Solitária de um rei | JINKOOK
Fanfic(CONCLUÍDA) Kim Seokjin é o príncipe herdeiro, conhecido como pés leve e dotado por uma sorte inexplicável, ele consegue ser uma pessoa amorosa e sem noção ao mesmo tempo. Seu lado sem noção é contido por seu fiel escudeiro, Jeon Jungkook, um homem...